Mais de um século de história

No mês que celebra o orgulho LGBT+, um giro pela trajetória de lutas, conquistas e desafios do movimento passa por grandes cidades, relembra os acontecimentos históricos e mapeia os melhores lugares gay-friendly para visitar

Patrocínio:
orgulho lgbt

O mundo já passou por muita coisa… Guerras, revoluções, epidemias e por aí vai. E uma das maiores transformações sociais ocorridas na história recente foi o movimento pela igualdade de direitos para as pessoas LGBT+. No Brasil e no mundo, essa luta teve (e ainda tem) muitos altos e baixos, mas é uma das maiores batalhas pela justiça social de todos os tempos.

Antes de seguirmos, vale um recado. Você já deve ter visto muitas versões da sigla usada para mencionar o grupo de pessoas gays, lésbicas, bissexuais, trans, travestis, não-binárias, queer, intersexo, assexuais, pansexuais, que vão de GLS a LGBTQIANP+, e outras que continuam surgindo quase todo dia. Vamos usar aqui a sigla LGBT+, alinhada ao entendimento da Parada do Orgulho LGBT+ de São Paulo, que propõe que, pelo menos por enquanto, o + agregado ao histórico LGBT contemple todas as possibilidades de identidade de gênero e orientação sexual. O objetivo é diminuir a necessidade de troca constante de sigla, que na prática tem se constituído em uma dificuldade editorial, que inclusive dificulta a apreensão do significado da sigla para o grande público. 

Fechar

Benefícios Exclusivos UNQUIET: Paris, Pavillon de La Reine

Saiba mais

Consulte seu agente de viagens

Pavillon de La Reine

  •  Surpresa no quarto em nome da UNQUIET para leitores com produtos do bairro do Marais. Roteiro sob medida dos antiquários e lojas da região. Drinque no icônico bar do terraço do hotel.
  • Use o código: UNQUIET SPECIAL OFFER
  • Validade: junho 2024
Berlim foi o primeiro lugar a criar consciência sobre a discriminação e preconceito sofridos por pessoas LGBT+
Foto: Getty Images

Resistência e luta  

Pois bem, a história do movimento LGBT+ como conhecemos hoje tem suas raízes no final do século XIX e início do século XX, quando começou a surgir uma consciência crescente de que as pessoas LGBT+ eram vítimas de discriminação e preconceito. Berlim foi o primeiro lugar onde esse pensamento começa a se estruturar de forma consistente, graças ao trabalho do médico Magnus Hirschfeld, fundador, em 1897, do Comitê Científico-Humanitário e, em 1919, do Instituto de Pesquisa Sexual. As duas instituições ofereciam serviços médicos e educacionais para a comunidade e organizaram a luta contra o preconceito e pela descriminalização da homossexualidade na Alemanha. Até a ascensão do nazismo, em 1933, Berlim foi conhecida por sua cena noturna vibrante e diversificada, com clubes e bares que atendiam à comunidade e uma pródiga produção artística que refletia temas relacionados à sexualidade e às identidades de gênero.

Em Paris, a vida LGBT+ floresceu nos anos 1920 e 30, quando a cidade atraiu artistas, escritores e intelectuais de todo o mundo. Embora as leis que criminalizavam a prática homossexual tenham sido revogadas em 1791, durante a Revolução Francesa, uma lei menos conhecida de atentado ao pudor, que frequentemente atingia a comunidade LGBT+, foi implementada em 1960 e só foi revogada duas décadas depois. Hoje Paris tem uma das cenas LGBT+ mais intensas do mundo. 

Cena da Parada de Nova York, 1971, em manifestação pelos direitos LGBT+ | Foto: Getty Images

Foi em Nova York, na noite de 28 de junho de 1969, que tudo começou a mudar, com a Revolta de Stonewall, um marco que impulsionou o movimento LGBT+ mundialmente. Na época, a homossexualidade ainda era considerada ilegal em quase todo os EUA e lugares gays, como o Stonewall Inn, no Greenwich Villlage, eram frequentemente alvo de batidas policiais. Naquela noite, a polícia invadiu o bar para, como sempre, achacar e prender pessoas que o frequentavam. Em vez de se dispersar, como normalmente acontecia, a multidão começou a resistir e confrontar os policiais. O fato repercutiu em todo o planeta e, a partir de então, começaram a surgir diversas organizações, grupos de ativismo e manifestações em defesa dos direitos LGBT+. 

Reconhecimento e celebração 

Na comemoração do primeiro aniversário da Revolta de Stonewall, foi realizada a primeira Parada do Orgulho LGBT+, originalmente chamada de Christopher Street Liberation Day (Dia da Libertação da Christopher Street, rua onde fica o bar), que saiu do Christopher Park e subiu pela Sexta Avenida até o Central Park, ganhando uma imensa visibilidade. Por isso, o 28 de junho é atualmente celebrado em Paradas nas principais cidades do planeta e é conhecido como o Dia Mundial do Orgulho LGBT+.

No Christopher Park foi colocado um famoso conjunto de esculturas de George Segal, representando pessoas da comunidade da época, que é uma espécie de meca para turistas LGBT+: todo mundo precisa pelo menos uma vez na vida fazer reverência – e uma selfie. 

O principal símbolo da comunidade, a bandeira do arco-íris, foi criada por Gilbert Baker para a Parada de San Francisco de 1978. A inspiração veio da canção Over the Rainbow, de Judy Garland, um ícone da comunidade gay e espécie de hino não oficial. As seis cores do arco-íris LGBT+ representam a diversidade das identidades e expressões de gênero dentro da comunidade.

Conquistas no Brasil 

No Brasil, o movimento LGBT+ começou a ganhar força nas décadas de 1970 e 80, com a criação dos primeiros grupos ativistas. O primeiro foi o Somos: Grupo de Afirmação Homossexual, em 1978, formado por artistas e jornalistas paulistas e cariocas (entre eles João Silvério Trevisan, Darcy Penteado, Agnaldo Silva e Jean-Claude Bernardet) a partir da publicação do jornal O Lampião da Esquina, seguido pelo Grupo Gay da Bahia, em 1980, a organização mais antiga ainda em atividade no Brasil. Na época, o contexto político era marcado pela ditadura militar e pela repressão aos movimentos sociais, o que tornava a luta pelos direitos LGBT+ ainda mais difícil. 

orgulho lgbt
Parada de Nova York, 1980 | Foto: Getty Images

Desde a redemocratização foi construído um longo caminho para o reconhecimento da cidadania plena no Brasil. Alguns dos passos mais marcantes dessa jornada foram a proibição da chamada “cura gay” pelo Conselho Federal de Psicologia, em 1999; a permissão do processo de redesignação sexual para mulheres trans pelo Conselho Federal de Medicina, em 2002, e, em 2010, para homens trans; o reconhecimento pelo Supremo Tribunal Federal, por unanimidade, da união estável entre casais de pessoas do mesmo sexo, em 2011; a aprovação pelo Conselho Nacional de Justiça de uma resolução que obriga os cartórios a realizar o casamento civil entre casais homoafetivos em 2013; o uso do nome social em órgãos públicos, em 2016; a autorização pelo STF para a mudança do nome de registro de pessoas trans, mesmo sem a necessidade de cirurgia de redesignação sexual, em 2018; e finalmente, em 2019, a tão aguardada criminalização da lgbt-fobia, equiparada ao crime de racismo.

As grandes cidades brasileiras têm animadas cenas LGBT+ e São Paulo e Rio costumam ser reconhecidas em publicações internacionais como algumas das melhores vidas noturnas para o público. Importante mencionar também as centenas de Paradas espalhadas pelo país (a paulistana é a maior do mundo!) e o Festival MixBrasil, de longe, o maior evento cultural sobre a diversidade sexual na América Latina. 

orgulho lgbt
Toronto está entre as cidades mais gay-friendly do mundo | Foto: iStock

Mesmo com as tentativas nos últimos anos de implementar retrocessos sociais, o Brasil continua sendo um dos países mais avançados em termos de legislação em defesa dos direitos LGBT+. Apesar desses avanços, a luta pela igualdade de direitos ainda está longe de ser vencida. Ainda hoje as pessoas LGBT+ sofrem com a discriminação, a violência (o Brasil é o país que mais mata pessoas trans no mundo) e a exclusão social (na prática, muitos direitos não são reconhecidos no SUAS – Sistema Único de Assistência Social). Por isso o tema da 27ª Parada de São Paulo, realizada em junho de 2023, é “Queremos Políticas Sociais para LGBT+ por Inteiro e Não pela Metade”.

A luta pelos direitos não é apenas uma questão de justiça social. Também é uma questão de saúde pública. As pessoas LGBT+ enfrentam taxas de depressão, ansiedade, suicídio e outras condições de saúde mental muito maiores do que a média da sociedade. A discriminação e o preconceito limitam o acesso aos serviços de assistência social e saúde, sobretudo das pessoas trans, aumentando os riscos de doenças e problemas de saúde física e mental.

Ao redor do mundo, os direitos LGBT+ variam significativamente. Enquanto alguns países têm leis progressistas e proteções abrangentes, outros ainda negam direitos básicos e criminalizam a homossexualidade com castigos que vão desde a prisão até a pena de morte. Antes de viajar vale consultar a situação em cada país para evitar problemas. Eu, particularmente, evito visitar lugares onde minha integridade física e a de pessoas da minha comunidade estejam em risco. 

orgulho lgbt
Cape Town é sinônimo de diversidade | Foto: Getty Images

Antes de viajar, vale saber

Países como Canadá, Holanda, Suécia, Dinamarca, Islândia, Espanha, Portugal, Argentina, Uruguai e África do Sul são campeões em direitos igualitários, políticas antidiscriminatórias e leis de proteção a identidades de gênero. Outros, como Taiwan, México, Colômbia, Chile e Malta, têm avançado significativamente na promoção de direitos a pessoas LGBT+. No entanto estão indo na direção contrária Polônia, Hungria, Turquia e Rússia, onde, embora a homossexualidade não seja formalmente criminalizada, a comunidade enfrenta desafios significativos, com recentes implementações de políticas abertamente anti-LGBT por seus governos autoritários. 

Entre os países que apresentam os maiores riscos para turistas e comunidade LGBT+ estão Uganda, Nigéria, Tanzânia, Sudão, Gâmbia, Irã, Arábia Saudita e Iêmen, devido a criminalização da homossexualidade, falta de proteção legal, discriminação generalizada e violência. 

Amor é amor 

É preciso continuar lutando para que todas as pessoas tenham os mesmos direitos e oportunidades em todo o mundo, independentemente de sua orientação sexual ou identidade de gênero. O movimento LGBT+ é um exemplo de resistência e perseverança. A luta pela igualdade de direitos deve ser uma luta de todos e uma batalha pela justiça social e pelo respeito à dignidade humana. Afinal, amor é amor. 

Matéria publicada na edição 11 da Revista UNQUIET.

    UNQUIET Newsletter

    bahçeşehir evden eve nakliyat

    başiktaş evden eve nakliyat

    bağcılar evden eve nakliyat

    beylikdüzü evden eve nakliyat

    bakırköy evden eve nakliyat

    başakşehir evden eve nakliyat

    bahçelievler evden eve nakliyat

    ıspartakule evden eve nakliyat

    uluslararası nakliyat uluslararası evden eve nakliyat uluslararası nakliyat uluslararası evden eve nakliyat ev depolama ev eşyası depolama istanbul eşya depolama yurtdışı kargo uluslararası kargo firmaları uluslararası kargo taşımacılığı uluslararası ev taşıma uluslararası eşya taşımacılığı uluslararası ev taşıma uluslararası nakliyat uluslararası evden eve nakliyat
    escort bursa escort gorukle
    gorukle escort bursa escort
    mobil okey oyna
    https://www.fapjunk.com https://pornohit.net
    evden eve nakliyat
    evden eve nakliyat
    akumyolda.comakumyoldaakumyolda.comakumyolda.comakumyolda.comakumyolda.com
    turkceingilizce.gen.trturkceingilizce.gen.tr
    translatedicttranslate dicttranslatedict.com
    Freetranslations.org is a web site to help you to translate to English from tens of languages as a free translator.freetranslationsfreetranslations.org london escorts
    ©UNQUIET 2024 - Todos os direitos reservados
    Think4
    Voltar ao topo