O turismo com o mínimo de impacto sobre o meio ambiente é um componente essencial para que esse segmento seja promotor da preservação da fauna e da flora nos mais belos lugares do mundo. O turismo pode mais, indo além dos serviços e de experiências incríveis, tornando-se também financiador de projetos de preservação de biomas, alguns deles ameaçados de extinção.
Rinocerontes protegidos
No Quênia, país localizado na África Oriental, a organização de conservação da vida selvagem Lewa Wildlife garante não só a preservação do ambiente e de animais selvagens, como também financia programas de educação e acesso à saúde e desenvolve projetos agroflorestais e de bom uso da água, juntamente com a população local. Seu principal legado é a proteção da reserva como um refúgio seguro para milhares de espécies, como elefantes, leões, girafas, búfalos e uma grande população de zebras. A Lewa foi pioneira quando, em 1983, criou a primeira reserva para a proteção da vida dos rinocerontes (brancos e pretos), já que 12% da população desses animais vive na reserva.
A Lewa possui belíssimos lodges, que proporcionam uma hospedagem única na reserva, onde o viajante pode fazer safáris e caminhadas, mas também acompanhar atividades sociais e de preservação behind the scenes, visitar escolas e conhecer a “passagem dos elefantes”, criada para garantir a migração segura dos animais.
lewa.org
Gorilas-das-montanhas
No nordeste da África do Sul está localizada uma das maiores e mais antigas áreas de observação de animais. Nesse parque, é possível fazer safáris para admirar rinocerontes, girafas, elefantes, búfalos, leões e leopardos.
O Singita Kwitonda Lodge está situado à beira do Parque Nacional dos Vulcões, em Ruanda, onde vivem mais de um terço dos gorilas-das-montanhas restantes no mundo. Os viajantes podem realizar experiências de trekking para ter encontros com os “gigantes da floresta”. O lodge conta com uma Sala de Conservação, dedicada a essa espécie, ameaçada de extinção, um viveiro e uma horta, que promove a política do farm to table, servindo produtos frescos aos hóspedes.
singita.com
Pela Patagônia chilena
A preservação de biomas com espécies únicas é o principal objetivo de um lindo caminho constituído por 17 reservas ambientais que hoje são um patrimônio do Chile e do mundo. Essa é uma rota por incríveis paisagens, que vão do mar a montanhas, vulcões e picos nevados da Cordilheira dos Andes. Um trajeto de 2,7 mil km, que pode ser realizado seguindo a lendária Carretera Austral, que começa na cidade de Puerto Montt, a cerca de uma hora e meia de avião de Santiago, e vai até a Villa O’Higgins. Para os viajantes que têm mais tempo e podem desfrutar de um ritmo slow travel, é possível realizar o trajeto combinando trechos marítimos e terrestres, numa viagem de até dez dias.
Entre os refúgios visitados está o Parque Pumalin Douglas Tompkins, uma área de mais de 400 mil hectares, declarada Santuário da Natureza pelo governo chileno. O parque é resultado do sonho do milionário estadunidense Douglas Tompkins e de sua esposa, fundadores da marca The North Face. Falecido em 2015, ele dedicou sua vida à preservação desse ecossistema do sul da América, uma região muito rica em biodiversidade e que ainda preserva fauna e flora únicas. O principal objetivo era estimular o turismo de respeito e observação da natureza, criando um lugar que também promovesse educação ambiental e conhecimento sobre espécies que só existem nesse ponto do continente.
O turismo de aventura da região permite experiências como caminhar nas florestas de lengas, cavalgar pelos pampas e rios do parque ou navegar pelas águas turquesa do Lago Pehoé. A viagem se completa com a estadia em um dos lodges Explora. No Chile, eles estão presentes no Parque Nacional da Patagônia e no Parque Torres del Paine.
Com uma localização privilegiada dentro de parques nacionais, o Explora foi planejado para respeitar o meio ambiente e interferir o menos possível no seu entorno. Além disso, o viajante pode fazer parte da Echo Society, um programa de fidelidade que busca formar uma comunidade global comprometida com a exploração e conservação de territórios remotos. Ela apoia projetos na Patagônia, na Ilha de Páscoa e em Machu Picchu. A fidelidade dá benefícios a seus membros, com o objetivo de promover o conhecimento e a conexão com a natureza.
rutadelosparques.org
patagoniaverde.org
explora.com
De tirar o fôlego
Fundado em 2002 e reconhecido como ASEAN Heritage Park em 2006, o Hoang Lien National Park é um símbolo de biodiversidade. Na sua zona central está o Monte Fansipan, com a altitude de 3.143 m, o pico mais alto do sudeste da Ásia continental, chamado de Telhado da Indochina. É possível chegar lá com um dos teleféricos mais longos do mundo, e o mais alto da Ásia, de onde é possível ter vistas inacreditáveis do Vale Muong Hoa, no Vietnã, da China e do Laos.
O parque pode ser visitado a partir da cidade de Sapa, no norte vietnamita. Ele é ideal para atividades como caminhadas e ciclismo. A imersão cultural, com visita a aldeias e oficinas têxteis, é parte da programação de quem visita essa interessante reserva. O viajante também pode aproveitar para fotografar em passeios de bicicleta, que podem durar vários dias.
No Vietnã, uma boa opção é se hospedar no Topas Lodge, que já foi nomeado como um dos 21 lugares para ficar se você se importa com a Terra. Ele opera com fontes de energia solar e hídrica, conscientizando os hóspedes a usar o mínimo de energia necessário. O ecolodge também construiu uma área de tratamento de efluentes para filtrar as águas residuais de todas as operações, o que garante que o resort não polua o meio ambiente.
topasecolodge.com
Onças e araras no Pantanal
No Pantanal, o visitante pode viver uma aventura inserido na cultura local por meio do Caiman. Nesse hotel, uma reserva com mais de 80% do território preservado, está o Instituto Arara Azul, uma das mais importantes instituições de preservação dessa raríssima espécie, ameaçada de extinção. No mesmo hotel se encontra uma das nove bases operacionais do Onçafari, associação que há dez anos trabalha com conservação e ecoturismo, com ênfase na avistagem do maior felino das Américas.
caiman.com.br
Terra dos ursos
É possível fazer safáris para conhecer e admirar a vida selvagem no norte do Canadá. Uma experiência ímpar nessa parte gelada do continente, onde se encontram diversas espécies, como ursos (polar, pardo e preto), alces, baleias jubarte, orcas, golfinhos, águias, lobos, pumas, coiotes, lobos, castores, porcos-espinhos e diferentes tipos de aves.
travel.gc.ca
Reconexão espiritual
O turismo no Butão segue uma filosofia comprometida com a sustentabilidade e a profunda obrigação de cuidar do meio ambiente, dos recursos naturais e das comunidades locais, sendo considerado o único país do mundo carbono-negativo. O viajante pode buscar uma forte conexão com a população local, caminhando pelos campos de arroz, passando por casas tradicionais e participando de festivais culturais com as comunidades. O Butão também é um ótimo lugar para quem procura uma viagem de reconexão espiritual. Com o clima temperado, é ideal para visitar o ano todo.
sixsenses.com/bhutan