Sim, o mundo precisa de uma Semana do Meio Ambiente e de um Dia Mundial do Meio Ambiente — lembrado a cada 05 de junho porque, aparentemente, a maioria dos habitantes deste planeta não se lembra de refletir (e de agir) sobre as questões seríssimas envolvendo a Terra durante todo o ano. Para reiterar a urgência de ações voltadas às questões climáticas, em 2024, a ONU destaca a importância da restauração de terras, o combate à desertificação e a resiliência à seca.
Para ter uma ideia: de acordo com a Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação, até 40% das terras do planeta estão degradadas, impactando diretamente a vida de metade da população mundial. Desde 2000, as secas aumentaram em 29% e, sem ações imediatas, o agravamento da situação poderá impactar mais de três quartos da humanidade até o ano de 2050.
Mas há esperança.
“Projetos inovadores e comprometidos desenvolvidos pelo mundo vêm fazendo a diferença, com ações incessantes pela recuperação e a preservação de terras”
São projetos que não apenas combatem a desertificação, mas também ensinam sobre a importância de ações coletivas e sustentáveis. Nesta Semana do Meio Ambiente, é bom saber que há projetos bem-sucedidos pelo mundo (inclusive no Brasil) para nos inspirar a criar e apoiar outras iniciativas e promover mudanças positivas. Cada ação importa.
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Grande Muralha Verde, África
Entre os projetos de restauração do planeta destacados neste post, trazemos a Grande Muralha Verde da África, iniciativa implantada em 2007, criando uma imensa área verde de 15 quilômetros de largura ao longo de mais de 7.000 quilômetros de comprimento, do Senegal até Djibuti. O objetivo: refrear a degradação do solo e a desertificação no Saara e Sahel, promovendo a biodiversidade.
Resultados:
- Desenvolvimento de práticas sustentáveis de agricultura e uso de água.
- Redução significativa no nível regional de emissões de gases de efeito estufa.
- Maior disponibilidade de alimentos nutritivos cultivados de maneira ambientalmente amigável.
Barragem de Kokaral, Cazaquistão
A Barragem de Kokaral é outro projeto de restauração do planeta que trazemos neste post. Foi construída em 2005 para ajudar a recuperar a parte norte do Mar de Aral, à beira da extinção — o mar havia diminuído drasticamente a partir de 1960 devido à sobre-exploração de seus canais fonte.
Impacto:
- Os níveis de água no Mar de Aral Norte tornaram-se estáveis, prevenindo sua extinção.
- A pesca foi retomada e a biodiversidade aquática foi restaurada.
- Mudanças climáticas regionais positivas ocorreram e houve melhora na economia da população ribeirinha.
Reflorestamento da Floresta da Tijuca, Brasil
E como não trazer projetos de restauração implantados no Brasil? Um deles é secular: o reflorestamento da Floresta da Tijuca, projeto iniciado no Rio de Janeiro no século XIX, que nasceu para restaurar uma área degradada pela agricultura, sobretudo a cafeicultura. Cerca de 90.000 árvores foram plantadas ao longo de 25 anos, com ações contínuas até os dias atuais. A área se tornou um pulmão verde e reservatório natural para a metrópole. Hoje, o Parque Nacional Floresta da Tijuca é resultado de um dos projetos sustentáveis mais bem-sucedidos do planeta.
Impacto:
- Restauração e conservação das espécies de flora e fauna.
- Melhoria da qualidade do ar e equilíbrio térmico na área urbana.
- Fornecimento contínuo de água potável, criando áreas de lazer e contato com a natureza.
Transformação do Planalto de Loess, China
Um dos maiores triunfos da restauração ambiental no mundo, a transformação do Planalto de Loess, na China, adotou práticas sustentáveis de uso da terra e de técnicas de arborização desde 1994, em uma das áreas mais empobrecidas e menos produtivas do país asiático.
Impacto:
- Transformação de campos altamente erodidos em produtivos.
- Aumento do rendimento financeiro para os agricultores.
- Fortalecimento da segurança alimentar e promoção das práticas de agricultura sustentável localmente.