Tóquio

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Perdido no Shinjuko…

“Ni-chôme” – é pronunciando todas as sílabas do famoso bairro de Shinjuku que consigo que meu taxista me leve ao meu destino. Chôme é a definição japonesa para quarteirão ou divisão, utilizado para demarcar bairros e até andares. E na vizinhança imortalizada por Sofia Coppola no filme Encontros e Desencontros(2003), encontra-se o tal chôme, símbolo da vida gay japonesa. 

O carro me deixou em uma esquina repleta de bares. Agradeci com um “arigatô” bem treinado ao motorista e me toquei que não disse “onegai shimasu”, o por favor que parece ter sido fixado a tudo o que se diz na língua japonesa, quando pedi que me levasse ao destino. A famosa ocupação de todos os espaços por comércio e residências de Tóquio é sentida logo de cara. Procuro no celular o endereço que me recomendaram antes de sair do hotel e percebo que será impossível encontrá-lo ali, no meio de tantas luzes e coisas interessantes. 

Shinjuku | Foto: iStock
Vida noturna | Foto: iStock

Caminhando pelo Ni-chôme percebo estar em um bairro gay diferente de qualquer outro que já pisei na vida. Para começar, a quantidade de estabelecimentos anunciados nas fachadas é capaz de deixar qualquer um zonzo. Em Tóquio, representantes de todas as letras da sigla LGBTQIA+ dividem espaço nas ruelas apertadas com a galera moderna de Shibuiya e Harajuku, que acabam dando uma passadinha no bairro para curtir a noite. Resolvo entrar em um dos prédios com multissinais e dou de cara com uma pequena multidão guardando casacos e pertences em um paredão revestido com lockers. Pergunto a uma garota de cabelo rosa sobre a necessidade daquilo e sou informado que para curtir melhor os bares e “discos” (até o mais jovem e moderno japonês se refere aos clubes assim), é preciso deixar as coisas ali. 

Sigo o rito e guardo minhas coisas, tirando uma foto do locker, na esperança de me lembrar onde estive. A garota de cabelo rosa me puxa por uma escadaria e damos de cara com três bares, um colado no outro. Sigo o grupo dela e percebo a batida de “Hung Up”, da Madonna. No karaokê montado como um palco, uma drag queen canta os versos da música com um sotaque carregado. Todo mundo dança e eu também. Os amigos da garota logo me adotam e sou convidado para o primeiro “kampai”. Brindamos com copinhos de saquê aquecido e me sinto “lost in translation”. Entre uma apresentação e outra, o DJ do bar coloca todo mundo para dançar ao som de euro hits com remixes ainda mais pops do que o habitual e, sem perceber, estou cantando junto. É a minha vez de oferecer uma rodada para o grupo e peço “sakê” no bar arrancando um risinho do barman, que me corrige na entonação. Descubro que ele é brasileiro e pego dicas de para onde seguir depois dali. As recomendações são no mesmo prédio. Despeço-me dos meus novos amigos não sem antes fazer inúmeras selfies com todos. Saio cantando “Dancing On My Own”, da Robyn, forçando um sotaque que deixaria a sueca feliz. 

Aisotope | Foto: Reprodução
EAGLE Tokyo | Foto: eprodução

Subo dois lances de escada, como todos, ignorando a ordem japonesa de subir e descer por lados estabelecidos, e me deparo com uma pequena fila no lugar recomendado por meu conterrâneo. Ao entrar, dou de cara com uma maxi-disco, com direito a lasers e globos de vidro instalados num espaço nano, onde mais hits pop estão tocando. Apesar da maioria masculina, muitas meninas dançam com amigos, lembrando-me dos melhores anos da vida em noitadas com amigos de todas as tribos que se aventuravam comigo em alguma balada gay. Ao passar pela pista, sou tirado para dançar por um grupo e descubro que são alemães e holandeses passando férias. Depois de mais algumas rodadas “kampai” ou “prost”, sou informado que todos vão seguir para um clube ali perto que abre só depois das quatro da manhã. Estavam lá só fazendo hora. É minha primeira vez em Tóquio, por isso, não penso duas vezes em acompanhá-los, mesmo que isso signifique atravessar ruas gélidas sem nenhum casaco.  

Arty Farty | Foto: Reprodução

A balada é maior e gente que estava no sem-fim de bares do Ni-Chôme segue para o lugar para terminar, ou começar, a noitada. Mais drinks, risadas e muita jogação na pista de dança me energizam para a agenda de trabalho que teria nos próximos dias. Lá pelas oito da manhã, quando começo a pensar em voltar para o hotel, me dou conta que não faço ideia de onde deixei meu casaco. Ao começar uma espécie de “walk of shame” de volta ao meu ponto de origem, noto que ainda tem gente chegando ao clube e que comerciantes já começam a abrir as lojinhas e cafés. 

Ao tomar o táxi de volta ao hotel, meu japonês está mais fluente. O motorista entende o endereço do Park Hyatt Tokyo de primeira e durante o trajeto até o hotel, constato que entendi melhor a cidade, o bairro e o lado mais urbanos de um dos países que mais amo no mundo. 

Todas as vezes em que dou uma passada no Ni-chôme, mantenho a tradição de me perder para encontrar a melhor noite daquele lugar. 

Dorobune | Foto: Reprodução
Tóquio lgbtqia+
Glamourous Tokyo | Foto: Reprodução

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Tokyo Rainbown Pride acontece na última semana de abril, durante a primavera, e reúne milhares de pessoas tomando as ruas de Omotesando, um dos endereços de compras mais movimentados da capital japonesa com suas lojas assinadas por estúdios de arquitetos internacionais. Palcos montados em parques e em outros bairros da cidade como Shibuya, Ginza, Harajuku e, claro, Shinjuku, completam a programação.

Essencial

O Japão não é uma nação avançada no que diz respeito aos direitos LGBTQIA+ e Tóquio concentra a vida gay mais pulsante do país, e uma das mais interessantes do mundo. Para não sentir tanto choque cultural, leve em consideração que ao reservar um hotel, pessoas do mesmo sexo que viajam juntas recebem a oferta de dois quartos. Deixe claro o tipo de acomodação que gostaria. Nos hotéis japoneses, mesmo casais hétero não dormem na mesma cama. Tatuagens podem impedir a utilização dos famosos “onsens”, os banhos públicos termais espalhados por todas as ilhas. Este é um dos países mais gentis do mundo, por isso, retribua a gentileza respeitando as cidades por onde passar. 

Dicas UNQUIET

Somente o Ni-chôme, no bairro do Shinjuku, reúne mais de 300 estabelecimentos LGBT. Nossa dica é que você, leitor, se perca pelas ruas da vizinhança descobrindo seu preferido. O Campy Bar é uma ótima pedida para começar a noite com drags e público arriscando hits pop no karaokê. O Wordup Bar é a pedida para ver gogo dancers japoneses animados. O EAGLE Tokyo é o endereço preferido da comunidade ursina mais saidinha. E o Dorobune um dos mais populares entre as meninas. O AiSOTOPE Lounge é um dos maiores clubes de Tóquio, com programação variada, alguns dias somente para o público gay masculino. Para esse público, a dica é ficar de olho também na festa VITA, que acontece no bairro uma vez por mês e no Boiler Room, com programação mais assanhadinha. O Arty Farty e a festa Glamorous Tokyo são as pedida para quem quer ver público divertido, com representação de todas as letras da sigla LGBTQIA+ e o The Annex é daqueles que abrem mais tarde, como o citado no nosso texto.  

EAGLE Tokyo | Foto: Reprodução
Tóquio lgbtqia+
Campy Bar | Foto: Reprodução
Tóquio lgbtqia+
Aisotope | Foto: Reprodução
Tóquio lgbtqia+
Vida noturna | Foto: iStock

Onde ficar:

Park Hyatt Tokyo
Apaixonados por Lost in Translation, uma dica: o bar de jazz existe e é exatamente igual ao frequentado pelo Bill Murray no filme. Um dos hotéis mais classudos da cidade, com decoração minimalista japonesa imortal, fica próximo do famoso bairro Ni-chôme.

The Tokyo Edition Toronamon
Contemporâneo, como todos os hotéis da marca jovem do grupo Ritz-Carlton, o The Tokyo Edition tem a localização ideal para quem quer ficar próximo da vida cultural e das áreas de compras mais badaladas da cidade. 

Andaz Tokyo Toramon Hills
Localizado próximo ao bairro cool de Roppongi Hills, o Andaz tem decoração moderna e público idem que se reúne no hotel para drinks ao final da tarde.

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Glamourous Tokyo | Foto: Reprodução

Idiomas oficiaisJaponês
Moeda: Iene
Clima: Independente da estação, Tóquio não para. A primavera que traz as míticas cerejeiras torna a cidade ainda mais viva e lotada. O outono, época em que florescem as árvores de bordo (mapple, no Canadá!), tem clima ameno, com alguns dias ensolarados. O inverno não assusta ninguém que já passou o ano novo em alguma cidade do norte da Europa. Já o verão é úmido e muito quente.

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