Benefícios Exclusivos UNQUIET: Brasil, Lençóis Maranhenses, La Ferme de Georges
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La Ferme de Georges
Benefício expirado
Os Lençóis Maranhenses são uma área que se estende, silenciosa e branca qual a bruma, ao longo de 1.550 quilômetros quadrados, o equivalente à cidade de São Paulo.
Vistas do alto, as dunas lembram lençóis amassados. Daí o nome Lençóis Maranhenses. Elas sobem a até 40 metros de altura. São entremeadas por uma miríade de lagoas brilhantes, verdes ou azuis. Na época das cheias, brotam até 36 mil delas – algumas com 90 metros de comprimento. São rasas, porém: não passam dos três metros de profundidade. As águas, cristalinas e tépidas, vêm da chuva.
Demarcado em 1981 e ladeado pelo sugestivo rio Preguiças, o Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses permanece preservado com rigor louvável. Veja a seguir dicas essenciais para conhecê-lo.
Quando visitar os Lençóis Maranhenses
Plurais no nome e na sazonalidade, os Lençóis são três, na verdade. Variam conforme o calendário. De janeiro a maio, chove forte. As lagoas se formam. No auge das cheias, se ligam aos rios. E os peixes brilhantes aparecem. De junho a setembro, o tempo estia – mas os espelhos aquáticos seguem coloridos. Finalmente, entre outubro e dezembro, eles secam.
Assim, a época certa para ir aos Lençóis é de junho a setembro, quando se formam milhares de lagoas. Tem menos gente. Antes de junho, as chuvas impedem a visão do azul e do verde. De outubro em diante, é tempo de seca impiedosa. Das 36 mil lagoas, sobram duas: a da Esperança e a do Peixe.
Bases para visitar os Lençóis
São três os pontos de hospedagem locais. Barreirinhas, Santo Amaro e Atins. O primeiro é a porta de entrada do Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses. Distante 260 quilômetros de São Luís — a capital do estado —, Barreirinhas, hoje com 60 mil moradores, exigia do visitante até dez horas em desgastante estrada de terra. Era assim até 2002. Com o caminho pavimentado, são três horas. O asfalto, porém, trouxe crescimento sem ordem, especulação sem fé, comércio com ganância. Viajante UNQUIET evita o lugar.
Prefira Santo Amaro. Leva uma hora a mais. Em troca, você ganha um lugar pacato, com apenas 16 mil viventes. Santo Amaro continua inebriante como a tiquira, um potente destilado regional de mandioca. Embora pouco conhecida no resto do país, a bebida já conquistou até concursos internacionais, como no caso da Guaaja.Santo Amaro também permanece tão saborosa quanto os sorvetes de murici, tapioca ou castanha de caju da Casa do Picolé Artesanal, no centrinho. Não espere, contudo, por restaurantes requintados. Nem tampouco por hotéis de primeira linha. Aqui reinam as pousadas singelas, algumas de simpatia e serviços cativantes, como a Palmeiras. Atins, único ponto de hospedagem no litoral, é ainda menor. Tem 2 mil moradores. Chega-se pelo rio Preguiças, depois de uma hora e meia de navegação em voadeira, zarpando de Barreirinhas. Apesar do acanhamento e da dificuldade de locomoção, Atins tem pousadas mais confortáveis, como La Ferme (a fazenda) de Georges. A diversidade da natureza está no conceito da propriedade dividida em apenas doze casinhas, criadas com materiais típicos do litoral brasileiro e projetadas para aproveitar as brisas frescas. A vegetação abundante entre as acomodações privilegia a privacidade. Exigência dos estrangeiros, seu público principal, atraído pelos bons ventos para a prática de kitesurf. A diversidade da natureza também está presente na culinária preparada com ingredientes locais da horta orgânica do próprio hotel.
Como desbravar os Lençóis Maranhenses
Você só entra no parque nacional com um guia e um veículo 4×4 autorizados. Ricardo Carvalho, o Thylan, é o guia. Natural de Santo Amaro, ele trabalhou anos como motorista no Sul Maravilha. Voltou há três verões e montou sua agência, a Mirotur. Thylan. Os bravos e os fortes têm outra alternativa de conhecer a região. A pé. São quatro dias numa média de 15 quilômetros diários. Você vai dormir na rede, em casas de família nos oásis. Assim são chamadas as microcomunidades nos enclaves verdes, como Betânia, Queimada dos Britos, Travosa e Cajueiro. O povo planta mandioca, feijão, caju. Criam galinhas, cabras, porcos, vacas – soltos no areal. ‘Seu’ Tóti é um dos habitantes de Cajueiro. Ele cria porcos. Planta. Recebe visitantes. Vive, enfim, à mercê dos instáveis ventos da economia local. Não há energia elétrica e parte da população é nômade
A empresária paulista Christiana Novis visitou algumas dessas comunidades ao fazer o trajeto de quatro dias. “É extasiante”, relembra. “Você passa horas e horas sem ver ninguém – só areia, lagoas e céu azul.” Mas atenção: andar na areia fofa em boa parte requer cuidados. Dica: leve só o essencial; e se prepare para madrugar. “Só se anda pela manhã. Depois do meio-dia, é parar numa comunidade e ficar por ali.”
Valeu? “Demais!”, afirma Chris. Isso porque os Lençóis oferecem a oportunidade da visão de um dos mais estrelados céus do planeta. “Lá você se embrenha longe de tudo, segue o ritmo dos oásis, conhece gente e locais modestos – mas cheios de dignidade.” São como um presépio, montado e desmontado a cada Natal.
La Ferme de Georges
- O hotel possui uma fazenda onde, na horta orgânica, são produzidos os legumes e verduras consumidos no restaurante.
- Os chalés foram construídos materiais locais – madeiras, tijolos e palhas – e visam aproveitar a ventilação natural (sem uso de ar condicionado).
Clique aqui para ler a matéria na íntegra na edição 02 da Revista UNQUIET.