Coragem, determinação e um espírito aventureiro latente definem um explorador. Imagine, no entanto, colecionar todos esses predicados no início do século XX, quando as condições de viagem eram muito mais precárias. O medo do desconhecido e as adversidades não desencorajaram o norueguês Roald Amundsen a encarar aventuras desde cedo.
Proveniente de uma família de marinheiros, ele abandonou a medicina e, aos 25 anos, embarcou em sua primeira grande jornada, a Expedição Antártica Belga, que, sob o comando de Adrien de Gerlache, foi a primeira viagem exploratória a invernar na Antártica. Sua segunda incursão foi a travessia da Passagem Noroeste, em 1903, que liga o Atlântico e o Pacífico no norte do Canadá, missão que durou mais de dois anos, com muitos percalços, incluindo a necessidade de passar mais de um ano na Ilha Rei Guilherme, após seu barco encalhar, e onde conviveu com esquimós.
Sua façanha mais importante, incluindo-o definitivamente no rol dos grandes exploradores da história, foi embarcar em uma expedição rumo à “terra incógnita” no extremo oposto do globo terrestre no que seria a primeira expedição ao Polo Sul, em 1910.
Acostumado a baixas temperaturas, ele demorou oito meses para alcançar seu objetivo. Percorreu os primeiros 150km em trenós puxados por cães. Nos 500 seguintes foi rebocados por esquis, além da subida de uma geleira de mais de 3 mil metros. Em 14 de dezembro de 1911, fincou a bandeira da Noruega no Polo Sul.
Em 1918, o norueguês foi além, tornando-se a primeira pessoa a sobrevoar o Ártico e, um ano depois, o precursor no sobrevoo do Polo Norte. Sua morte, em 1928, ocorreu durante a tentativa de repetir o feito aéreo. Seu corpo nunca foi encontrado.