Carol do Valle: linguagem pessoal

O olhar autoral, feminino e delicado marca o trabalho de Carol do Valle na fotografia

Ao buscar um caminho livre e longe de amarras, estúdios, fotos posadas e retratos dirigidos, Carol do Valle encontrou sua melhor personalidade na fotografia. Não que ela renegue o passado fotojornalístico, ao qual dedicou a maior parte de sua carreira, passando por algumas das principais redações de jornais e revistas do Brasil, incluindo Veja, Estadão e Caras. Muito pelo contrário. O caminho até aqui serviu como um grande laboratório de vida para a obra de Carol.  

Filha de um fotógrafo amador, ela ganhou do pai sua primeira câmera em 1986, quando cursava a faculdade de jornalismo na Universidade Federal de Santa Catarina. Iniciou sua trajetória profissional pouco tempo depois, aventurando-se por diferentes áreas editoriais, mas se especializando principalmente em retratos. Ao lado do marido, o fotógrafo Maurício Nahas, construiu uma sólida carreira e uma bela família, reservando tempo para maternar quando teve seus dois filhos, Francisco e Manuela, hoje com 26 e 20 anos, respectivamente. 

A descoberta de um novo olhar, mais subjetivo, veio por meio do interesse por pesquisa de imagens e de uma pós-graduação na área, há dez anos. A guinada profissional também foi fomentada nas viagens, muitas delas uma fonte de inspiração para essa nova fase de trabalho. Ao lado da família, ela gosta de pegar a estrada e desbravar os destinos sem roteiros fixos. “Quando viajamos, eu estudo o lugar antes, pesquiso o contexto histórico e procuro ler alguma literatura sobre a região”, diz ela, que, nessas incursões, não economiza cliques que reproduzem os traços culturais dos lugares visitados. “Hoje eu tenho a liberdade de dar vazão à minha linguagem pessoal, bem autoral mesmo”, conta ela, que prepara um novo livro sobre a ancestralidade, além de ter assinado vários outros projetos, como uma exposição, um jornal e o livro IN SUL LAR, de 2017.  

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