Ao longo de 33 anos, mais da metade dos seus 57 de vida, ela esteve sob a égide da rainha Vitória. O adjetivo vitoriano define um período casto e repressor, cabendo às moças cumprir os desígnios masculinos. A inglesa Gertrude Bell, no entanto, era culta, independente e aventureira.
Nascida em Durham, filha de um industrial do ramo siderúrgico, gradou-se com distinção em Oxford em história contemporânea. Muito cedo encantou-se pelo Oriente Médio, que percorreu inúmeras vezes – e onde descobriu importantes sítios arqueológicos. Fluente em árabe, turco, alemão e italiano, praticou desde jovem o montanhismo. Escalou dezenas de vezes os Alpes. Em 1902, passou 48 horas debaixo de neve, chuva e ventania na tentativa frustrada de subir o monte Finsteraarhorn.
Como secretária do Serviço Britânico em Bagdá, Gertrude Bell ajudou a definir as fronteiras políticas do Iraque e da Jordânia, países surgidos do esfacelamento do Império Otomano. Diplomata, cartógrafa e espiã, foi colega de T.E. Lawrence – o Lawrence da Arábia. Criou também o Museu Arqueológico do Iraque. Foi sepultada em Bagdá.