O Montreux Jazz Festival é um dos eventos musicais mais prestigiados e aguardados. Anualmente, entusiastas da música e amantes da cultura e das artes dos quatro cantos do globo migram rumo à encantadora Riviera Suíça para uma celebração dos melhores sons do planeta. A edição de 2023 promete deleitar e surpreender os participantes com um line-up de tirar o fôlego, performances épicas e a beleza única da paisagem alpina.
Situada às margens do belo Lago Genebra, Montreux é um destino inimaginável para um festival de música de grande porte. E como os suíços são mundialmente conhecidos por criar experiências com sua identidade, o Montreux Jazz Festival é tudo menos gigante. O clima ameno, as vilas charmosas, os ótimos restaurantes com vista para o lago e a onipresente vista dos Alpes formam um cenário quase onírico para as apresentações do Montreux Jazz.
As vizinhas Vevey, famosa pela diminuta produção de vinhos – só apreciada aqui ou no Japão – e Lausanne, a capital francesa da pequena-grande nação, registram alta de visitantes durante o evento graças a praticidade do lendário sistema férreo suíço. Ambas são combinações imperdíveis com o festival.
Montreux Jazz Festival 2023 com line up irretocável
Meu terceiro Montreux Jazz consecutivo deixa claro. Este é o ano em que o festival retoma, de vez, sua boa forma. Durante as incertezas da, hoje, longínqua pandemia, este foi um dos únicos festivais de música a, de fato, acontecer. Claro, com atrações reduzidas.
No último ano, algumas das atrações mais concorridas dos festivais europeus estiveram por aqui, incluindo Nick Cave, Björk, Anitta, Girl in Red, Phoebe Bridges, Måneskin e Years and Years, para mencionar alguns, somando-se a nomes sagrados da indústria fonográfica como Robert Plant, Jeff Beck e, a mais famosa musa da Motown, Diana Ross – um dos poucos nomes gigantes da soul music que nunca havia se apresentado no Montreux Jazz.
A aguardada apresentação do The Smile, a elogiadíssima banda de Thom York e Johny Greenwood, tornou-se um álbum ao vivo, mantendo a tradição do Montreux Jazz de imortalizar apresentações antológicas. Levando em consideração que a banda foi destaque em praticamente todos os festivais do velho continente, e o grau de exigência sonora dos dois membros do Radiohead, é reforçada a mítica e a relação do Montreux Jazz, também, com os artistas.
O line up do evento que começou dia 30 de junho e vai até 15 de julho, retomou, de vez, a aura classuda do Montreux Jazz. Com diversificação na medida, a curadoria escalou nomes pop com artistas prestes a estourar nas rádios ou só no universo indie, para apresentações lado a lado com os melhores nomes do jazz e do blues mundial.
Deuses do Olimpo fonográfico como Bob Dylan, Lionel Richie, Iggy Pop, Chris Isaak, Simply Red, Gilberto Gil e Nile Rogers, com sua imortal Chic, devem performar concertos antológicos – e mega concorridos – ao lado de líderes do streaming atuais como Sam Smith, Janelle Monáe, Maluma, Jon Batiste, Lil Nas X, Tom Odell, Caroline Polachek, Christine and the Queens, para mencionar alguns.
Queridinhos indie como Romy, a voz do The xx que nos deixa em transe, a onipresente neo-rockeira IDLES, e o Wet Leg, duo pop incendiador de tardes de festivais com o hits como “Chaise Longue”, dividirão espaço com veteranos como Norah Jones, Morcheeba e Seal.
Para dançar, bombados como Rüfüs du Sol e The Blaze, vão concorrer em atenção com as tendas montadas de frente para o Lago Genebra, onde o som rola até de madrugada, e com o set de encerramento do festival do Dj e produtor Mark Ronson, com a participação de algumas de suas bandas preferidas.
Não é apenas sobre os shows…
O Montreux Jazz Festival é mais sobre a experiência. Democrático, suas praças, palcos e restaurantes – montados no boulevard de Montreux – são abertos ao público. Há, claro, uma excelente área VIP com um champagne bar da Krug, um vinil bar incrível e apresentações estilo jam surpresa.
Os palcos espalhados para as apresentações abertas tem atmosfera íntima, com pistinhas, e não raro damos de cara com alguns dos maiores artistas do evento curtindo lado a lado com o educadíssimo público do evento.
A gastronomia espalhada em um farto corredor de serviços, de cara para a água, abrange os quatro cantos do mundo, o que, por si, já atrai muita gente. Já os bares temáticos e as feirinhas de arte e artesanato proporcionam momentos delícia entre as apresentações. Por isso, quem compra ingresso para a grande atração da noite não deve nunca deixar para chegar ao evento próximo do show.
As melhores memórias que tenho do Montreux Jazz envolvem uma cerveja gelada, uma pizza com os melhores ingredientes do país e os pés na água do Lago Genebra. E pensando bem, essa falta de cerimônia de qualidade talvez seja a verdadeira melodia dos Alpes.
PS. Para manter no radar, em outubro de 2023, o Montreux Jazz retorna ao Rio de Janeiro, para coroar um dos melhores anos de ótimos festivais de música que já tivemos! Fiquem ligados que contaremos mais aqui.