Comemorações pelo mundo.
Ao longo de 16 anos, Alice Lima fotografou casamentos com a técnica apurada em reportagens para publicações do quilate de Vogue.
O objetivo era fugir do clichê em situações marcadas, antes de tudo, pela pompa e a circunstância. Seguiu-se o período em que retratou famílias, com o requinte de um Cecil Beaton. Até que decidiu reinventar-se – para usar o verbo da moda.
“Sempre fui curiosa e gostei de me aventurar”, diz. Esses atributos a levaram não só para bem longe dos noivos, como para lugares que não costumam constar dos mapas turísticos, como Prayagraj, na Índia, e Lalibela, na Etiópia.
Retratar gente – eis a ideia principal. Daí a razão de escolher datas especiais, como nos tempos em que clicava noivos. Assim, Alice decidiu desembarcar na Índia justamente no período da Khumba Mela. “É a principal festa do hinduísmo”, conta. “Só acontece a cada 12 anos.” Entre os personagens, lá estavam os sadhus, homens-santos que dedicam a vida à meditação. Um deles aparece neste ensaio. “É aquele com a pele esbranquiçada por cinzas”, revela. “O preparado impede a picada dos insetos.”
A pandemia impediu que Alice Lima levasse suas câmeras para regiões inusitadas do Marrocos e da Turquia, como ela havia programado. Paciência. Mas não a desestimulou de continuar se aventurando em lugares fora dos roteiros, tão logo isso possa ser realizado – como uma genuína viajante UNQUIET.