Por que viajar à Libéria agora


Conheça a Libéria, na África

O episódio de hoje no Salão Oval da Casa Branca, envolvendo uma gafe linguística do presidente norte-americano Donald Trump com o presidente Joseph Boakai automaticamente colocou a Libéria nas manchetes dos veículos de comunicação do mundo inteiro. Trata-se do único país da África fundado por afro-americanos libertos, portanto oficialmente anglófono — fato que surpreendeu Trump e divertiu Boakai.

Robertsport: Surf na Libéria
Robertsport é um paraíso do surf na Libéria | iStock

Além de contar com a língua inglesa como idioma oficial (o que, para o viajante, significa comunicação mais fácil), a Libéria é um país com laços culturais únicos com os Estados Unidos, e um destino ainda fora do radar mainstream. Melhor ainda: o governo local vem colocando o turismo sustentável no centro da recuperação econômica do país.

A Libéria combina florestas primárias intocadas, ondas lendárias e um mosaico cultural afro-atlântico raríssimo: ideal para viajantes que buscam destinos autênticos antes que se tornem tendência.

Com planejamento na estação seca, guias locais qualificados e olhos abertos para os contrastes históricos, o país oferece uma viagem tão rica em natureza quanto em narrativas para contar.

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Melhor época para visitar a Libéria

A Libéria tem duas estações bem definidas: seca (novembro a abril) e chuvosa (maio a outubro). Para trilhas, praia e observação de vida selvagem, escolha o período seco, especialmente de dezembro a fevereiro, quando a chance de dias claros é maior. Viajar fora da época mais chuvosa também facilita deslocamentos por estradas ainda rústicas.


Experiências imperdíveis na Libéria

Sapo National Park
Coração verde da Libéria, o Sapo National Park abriga o hipopótamo-pigmeu | Raimond Spekking / CC BY-SA 4.0 (via Wikimedia Commons)

Floresta primária no Sapo National Park

Maior remanescente de floresta tropical intacta da África Ocidental, o parque protege hipopótamos-pigmeus, chimpanzés e dez espécies de duíqueres. Expedições guiadas partem de Zwedru. Prepare-se para caminhadas em trilhas úmidas e zero sinal de celular. A recompensa? O som dos coros de colobos ao amanhecer.

Blue Lake, o lago-esmeralda de Bomi

Formado em uma antiga cava de minério de ferro, o Blue Lake exibe um tom turquesa hipnótico cercado por floresta e colinas de laterita vermelha. Dá para nadar, fazer caiaque ou apenas fotografar o reflexo surreal das nuvens.

Surf nas esquerdas de Robertsport

Esquerdas perfeitas e águas quentes em Robertsport | iStock

Três horas ao norte de Monróvia, Robertsport ostenta a maior concentração de point-breaks esquerdos da África Ocidental, com line-ups vazios e água morna o ano inteiro. A comunidade local, apoiada pelo Robertsport Surf Club, oferece aulas e pranchas alugadas, além de iniciativas de surf-terapia para jovens da região.

Cachoeiras de Kpatawee

Piscinas naturais formadas pelas quedas d’água de Kpatawee, Libéria
Quedas d’água formam piscinas naturais para um mergulho longe das multidões  iStock

A três horas de Monróvia, quedas d’água múltiplas desembocam em piscinas naturais ideais para piquenique e banho. A estrutura é simples, mas o cenário… exuberante!

Legado afro-atlântico em Providence Island

Primeiro porto de chegada dos afro-americanos libertos em 1822, esta ilha é candidata a Patrimônio Mundial da UNESCO e conserva o “Cotton Tree” bicentenário que testemunhou o pacto fundador do país. Um passeio guiado mergulha em encontros culturais que ecoam até hoje.

Biodiversidade de altitude no Monte Nimba

Monte Nimba
Topo a 1 752 m: flores endêmicas e vistas que abraçam três países | iStock

Embora apenas as vertentes da Guiné e da Costa do Marfim estejam oficialmente protegidas como Patrimônio Mundial, o lado liberiano do maciço revela trilhas que sobem até 1 752 m, orquídeas endêmicas e mirantes espetaculares voltados para três países. As expedições partem de Yekepa. Não se esqueça de contratar guias credenciados, pois a região ainda abriga áreas com antigas minas.

Compras criativas em Monróvia

Na intersecção de Benson com Randall Street, a Libric Couture exibe alfaiataria com estampas “kola-nut” estilizadas, enquanto ateliês no bairro Mamba Point vendem acessórios produzidos em tear manual por cooperativas femininas.

Excursão educativa a Monkey Island

Próximo a Marshall, ilhotas abrigam 60 chimpanzés resgatados de testes laboratoriais. Há passeios de barco operados em parceria com o santuário Liberia Chimpanzee Rescue & Protection. Nunca vá sem guia, pois os animais são territoriais.

Dicas práticas de viagem à Libéria

  • Visto e vacinas — Viajantes devem obter visto antes do embarque e apresentar certificado de vacinação contra febre amarela. (liberianembassyus.org, Viagem).
  • Segurança — Exerça cautela extra à noite, especialmente fora de Monróvia. Evite praias desertas após o pôr-do-sol e deixe grandes deslocamentos para o dia..
  • Voos — Brussels Airlines e Ethiopian Airlines conectam Monróvia a Bruxelas e Adis Abeba, respectivamente, com frequências semanais em 2025.
  • Moeda — O dólar liberiano é oficial, mas o dólar americano circula amplamente; carregue notas pequenas fora da capital.
  • Clima — Temperaturas variam pouco (24 °C – 31 °C), porém a umidade é alta; traga roupas leves, capa de chuva e proteção para eletrônicos

 

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