Por Mari Campos
Ladeiras e ruelas que contam muito da história brasileira, as exuberantes montanhas da Serra de São José, cachoeiras, pousadas charmosas e boa mesa em todo canto. Tiradentes, com seu inconfundível conjunto arquitetônico, tombado ainda nos anos 1930, tem hoje restaurantes quase tão importantes quanto seu casario colonial. Mas ainda mantém o mesmo charme interiorano de outrora e é perfeita para uma escapada de final de semana.
Centro Histórico: ruas e becos com calçamento em pé de moleque, fachadas multicoloridas, cafés, lojinhas (destaque para os objetos e acessórios inspirados em viagens de Daniela Karam e os queijos da Ouro Canastra Q’jaria) e uma profusão de igrejas (como a Matriz de Santo Antônio, a mais antiga da cidade, e a icônica Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, erguida e frequentada pelos escravos) são alternativas para longas caminhadas a qualquer hora do dia.
Morro de São Francisco: prepare-se para uma das mais belas vistas panorâmicas de Tiradentes, emoldurada nas montanhas da Serra de São José, ainda mais bonita durante o pôr do sol.
Instituto Mário Mendonça: instalado na casa do artista plástico, ele tem uma mostra permanente das obras desse artista, mescladas a um acervo de 1,4 mil peças de outros pintores, incluindo Dalí, Picasso, Degas e Portinari. Visitas guiadas gratuitas.
Museu de Sant’Ana: no prédio da antiga cadeia da cidade, ele reúne 300 imagens brasileiras e portuguesas da Santa da Fertilidade e dos mineiros. Esse acervo foi doado pela empresária Angela Gutierrez ao Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional).
UaiThai: deliciosamente inventivo, o restaurante tem cozinha fusion tailandesa e mineira com ingredientes bem regionais, como o surpreendente pad thai com cachaça, tamarindo e melado, além de deliciosos coquetéis apotecários.
Angatu: tradicional cozinha mineira servida em versão gourmet, em impecável menu degustação, harmonizado com interessantes vinhos produzidos no estado.
Café da tarde: o farto café da tarde mineiro mistura os sabores das “delícias da vovó” à criatividade contemporânea em bolos, pães, tortas, cafés e maçãs confeitadas da Jane’s Apple e da Marcas Mineiras, ambas com deliciosas mesas em meio ao verde.
Pequena Tiradentes: charmosa, a pousada ocupa uma elegante mansão colonial bem no centro da cidade, com piscina coberta e ao ar livre, jacuzzi, sauna, academia, spa e restaurante de culinária regional ‒ famoso também pelo extenso e variado bufê de café da manhã. A decoração, feita com móveis e objetos produzidos por artesãos locais, inspirados pela herança barroca e colonial, está disponível para venda, caso os hóspedes queiram levar para casa um pedacinho de Tiradentes.
Solar da Serra: mais afastada do centro, já no caminho até Bichinho, a pousada Solar da Serra tem a mais bela piscina da cidade, vista panorâmica para a Serra de São José e deliciosos cafés da manhã e da tarde, incluídos na diária.
Caminho das Cachoeiras: com trilhas bem marcadas, com diferentes graus de dificuldade, é ideal para passeios em áreas de reserva de biosfera (incluindo uma das maiores concentrações de libélulas do planeta), e sempre com uma perfeita cachoeira para banho no final!
Bichinho: esse distrito, colado a Tiradentes, se converteu num originalíssimo centro de artesanato e é também um programa divertido para as crianças (o espaço lúdico Casa Torta é imperdível!). Fica ali também o alambique da Cachaçaria Mazuma, produzida de maneira sustentável e aberta a visitas e degustações.
Tiradentes é tão fértil em atrações e atividades que rende bem mais que 48 horas de visita. Um belo final de semana, rodeado por suas montanhas e imerso em sua alma, história e boa mesa, é um caminho fácil para se apaixonar e voltar muitas outras vezes.
Matéria publicada na edição 11 da Revista UNQUIET.