48 Horas: Guadalajara


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Por Chiara Cortez e Pedro Sagesser Rodrigues

Embora figure apenas como a sétima maior cidade do México, Guadalajara é o verdadeiro estereótipo da tradicional cultura mexicana que o mundo conhece. É fiel à gastronomia original, atende pelo posto de “berço da tequila”, exalta músicas e danças (com destaque para os famosos mariachis) e é característica no artesanato, na moda, na arte e na arquitetura. Um dos principais hubs aeroportuários do país, é um destino perfeito para um stopover de 48 horas, o tempo ideal para explorar a cidade. 

San Pancho: com muito verde e um centro seguro e fácil de circular, Guadalajara também dá acesso a uma série de regiões turísticas, principalmente às belas praias da Riviera Nayarit, onde o destaque é justamente a linda Praia de San Pancho.

Praia de San Pancho, na Riviera Nayarit | Foto: Getty Images

Casa Habita: intimista e estiloso, o hotel é uma das propriedades do Grupo Habita, rede com foco em hotéis típicos de luxo, de pequeno e médio porte. Em uma das áreas mais arborizadas da cidade, o Casa Habita conta uma ótima área de confraternização em sua varanda, com piscina e bar entre árvores, além de quartos amplos e confortáveis. 

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Casa Habita Guadalajara | Foto: divulgação/Undine Proh

 

Sinónimo: a cinco minutos a pé do hotel, o lugar é ideal para começar o dia com um excelente café da manhã, com opções de pratos bem tradicionais, preparados com ingredientes regionais, em especial o café, de ótima qualidade. O espaço é moderno e oferece ainda uma seleção do belo artesanato local, parte seguindo linhas tradicionais e parte com design mais moderno, tudo imaginado pelos proprietários e executado por artesãos. 

Hospicio Cabañas: um dos centros culturais mais renomados do país, o espaço está abrigado em um complexo hospitalar do século XVIII. Faça dele seu programa principal do dia e reserve horas para passear por seu interior e apreciar todas as galerias, que exibem uma excelente coleção permanente de arte e exibições temporárias de artistas locais, dos mais tradicionais (com destaque para os famosos muralistas) aos contemporâneos. O complexo abriga uma das obras-primas de José Clemente Orozco: os murais da sua capela principal, com visitas guiadas a cada hora, feitas por alunos universitários. Não perca!

Taqueria México: parada providencial para uma refeição pós-museu, o restaurante tem ambiente simples, com oferta de tacos supertradicionais e uma enorme variedade de recheios, com muitos cortes diferentes de carne e até opções vegetarianas. Não esqueça de adicionar os molhos e temperos que vêm à mesa. Os acepipes vão muito bem com uma cerveja mexicana gelada.

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Prato do La Docena | Foto: reprodução

La Docena: comer é uma constante em Guadalajara, por isso prepare o apetite. Depois de ótimos tacos pela tarde, o jantar é no La Docena, uma rede que hoje possui diversas unidades pelo país, mas é de origem local, com especialidade nos deliciosos frutos do mar, que chegam diretamente da costa. Entre os drinques, escolha o cantarito, um coquetel tradicional da região à base de tequila, laranja, limão e refrigerante de toranja, servido numa jarrinha de argila. Não deixe de pedir as deliciosas ostras regionais, inclusive grelhadas em manteiga e salsinha, as perfeitas tostadas de atum e o maravilhoso peixe inteiro na brasa, cortado na mesa e acompanhado de deliciosas guarnições. Consulte os “especiais da semana”, sempre com foco em frutos do mar da estação, em preparações simples, mas impecáveis. O ambiente, aberto e descolado, e a ótima trilha sonora se agregam a essa experiência única.

Mercado Libertad San Juan de Dios: a segunda manhã na cidade guarda um dos momentos mais esperados, afinal trata-se de um dos maiores mercados da América Latina, com cerca de 2,9 mil estabelecimentos. O espaço tem oferta de tudo que se pode imaginar ‒ comida, artesanato, roupas, objetos para a casa. Perder-se por seus corredores e andares, sem pressa, curtindo aromas, texturas e os sons locais, é uma experiência única. Os destaques vão para as alas de artesanato (cestas maravilhosas, muita cerâmica, objetos feitos e pintados à mão, e carpintaria de alto padrão) e o corredor do couro, um dos principais produtos da região, cuja economia se baseia na agropecuária. As bolsas artesanais, as botas, os chapéus e os huaraches (sandálias de couro típicas trançadas à mão) são de fazer cair o queixo. Experimente primeiro, pois os vendedores fazem ajustes na hora. 

La Panga del Impostor: é um lugar para comer como os verdadeiros locais e para se sentar por horas a fio, trocando micheladas, cervejas e degustando diferentes pratos de frutos do mar ‒ de arrepiar. O ambiente praiano, com mesas e cadeiras de plástico, nos transporta para outro tempo. Depois de muitos aguachiles (frutos do mar banhados em molhos com sabores impressionantes) e mais tostadas, a volta para o hotel é rápida, já que ele está a apenas dois quarteirões do restaurante. 

Prato do La Panga del Impostor | Foto: reprodução

Sem dúvida há muito mais para ver, comer, ouvir e do que se enamorar nessa cidade, temperada por um povo de cultura riquíssima, o coração de um país encantador. Mas curtas 48 horas são tempo o suficiente para Guadalajara arrebatar qualquer visitante com sua beleza, o requinte da sua comida, a variedade e o refinamento de suas tradições artesanais e a riqueza da sua arte e história. Se você é fã da combinação única de simplicidade e herança cultural, não deixe de considerar Guadalajara como uma parada de muito valor na região.

Matéria publicada na edição 10 da Revista UNQUIET.

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