A viagem de São Paulo a São Roque–SP, onde se localiza o Villa Tanah, dura cerca de uma hora e há duas opções de rota: as Rodovias Castelo Branco e Raposo Tavares. O percurso, de pouco mais de 60 km, termina no número 135 da Estrada da Fonte. À medida que as pistas se estreitam, a mente se alarga e, ao cruzar os portões do Villa Tanah, percebe-se no ar puro, no imenso lago, na mata exuberante e no som dos pássaros e da água corrente a sua vocação para ser um retiro.
O atendimento é personalizado. Na recepção, a hostess Gleicieli Alves de Souza aguarda e cumprimenta os hóspedes por seus nomes. Também na sede principal ficam a sala de estar, o bar, a cozinha e o grande salão do restaurante, todo de vidro, que comporta ainda uma sala de leitura com lareira. O projeto arquitetônico de Rosana Buonerba e o de interiores de Marcelo Saloum integram de forma orgânica a simplicidade sofisticada dos ambientes à beleza vibrante da paisagem exterior.
Do salão do restaurante, vê-se no jardim uma queda-d’água, ao lado de uma jabuticabeira centenária e uma fonte de água potável, com uma escada de pedras, que nos chama a um primeiro passeio de reconhecimento, enquanto as malas são levadas para o quarto.
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Villa Tanah
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Mudança de sintonia
O caminho é totalmente verde e ladeado por um riacho. Espreguiçadeiras estrategicamente colocadas oferecem um momento de contemplação. Foi ali que me dei conta do quanto estava fora de sintonia com o ambiente. Mente agitada, passo acelerado, respiração curta. Respirei fundo, expirei, fechei os olhos em silêncio e deixei aromas e sons entrarem. Depois de algum tempo, entrei em outro mood. Parece mágica. E é mesmo. Acontece quando deixamos de impor nossa presença à natureza para nos integrarmos a ela.
A trilha termina em uma cachoeira, de fácil acesso, para um banho renovador. Nesse mesmo passeio fica a principal mina que abastece a propriedade. A água é tratada, filtrada e servida à mesa em garrafas, exclusivamente para o consumo interno.
O Villa Tanah recebe até 30 hóspedes por vez. Entre chalés e suítes, são 12 unidades, que podem abrigar hóspedes que viajam sozinhos, casais, famílias e eventos para grupos.
A diária inclui as refeições. As habitações e os ambientes internos têm wi-fi gratuito, mas fora delas não há conexão. A ideia é se desconectar das telas e dos aparelhos e se reconectar com a natureza. Tudo é cuidadosamente pensado para proporcionar bem-estar ao visitante. Uma porta de correr de madeira maciça permite separar ou integrar o quarto à área de banhos, cujo projeto é surpreendente: o fundo do chalé é de vidro, revelando a mata nativa.
Em cada quarto, uma carta de boas-vindas da proprietária, Adriana Soneghet, conta a história do Villa Tanah. Durante um retiro em Alter do Chão, no Pará, entre banhos em igarapés e noites estreladas, Adriana compreendeu que sua missão seria levar a mesma experiência transformadora que estava vivendo em contato com a natureza para o maior número de pessoas possível.
Em sua busca pelo lugar ideal, encontrou em São Roque a antiga propriedade do escritor e médium Luis Antonio Gasparetto. A partir daí, Adriana viajou o mundo pesquisando todos os itens necessários para proporcionar bem-estar e reconexão com a vida num ambiente sustentável. Na Indonésia, encontrou o nome perfeito: Tanah, que significa “terra” em balinês.
Prazer à mesa
As três refeições, incluídas nas diárias, são sempre momentos de prazer e alegria. O café da manhã começa com uma mesa de frutas da estação, bolos e pães feitos pela chef Rita Santelli e sua equipe, sucos frescos, café, chás e geleias, tudo fresco e natural. Há também um menu à la carte, que inclui ovos caipiras, tapiocas e um surpreendente tartar de frutas.
O almoço e o jantar, que podem ser servidos à luz de velas no salão ou na área externa do jardim, têm sempre um cardápio com várias opções. O chef Valdir Nunes faz questão de vir à mesa, explicar os pratos, sugerir um vinho ou coletar elogios, enquanto o simpaticíssimo garçom Edvaldo Tadeu Aleixo da Silva, morador da região, nos serve com gentileza e bom humor.
Os pratos são preparados com verduras da horta do Villa Tanah e insumos de produtores locais. Tudo tem um toque autoral. Mesmo os pratos conhecidos, como a salada caprese, são apresentados de forma original.
Ciclo de bem-estar
As massagens corporais, com uma hora de duração, são feitas em ambientes isolados, com total privacidade, e podem ser contratadas e agendadas no próprio hotel. Há salas individuais e para casais e também uma sauna. A lista de serviços inclui Massagem Villa Tanah, Liberação Miofascial ou com Dry Needling, Drenagem Linfática. Disponíveis ainda as modalidades Pedras Quentes, Bambuterapia e Toalhas Aromáticas.
A programação é facultativa, mas vale a pena ser seguida. Há passeios internos, trilhas, aulas de ioga, num amplo salão de vidro com vista para o lago, meditação guiada e, à noite, conversas agradáveis ao redor da fogueira.
Há também uma caminhada externa (de 6 km) até o Sítio Santo Antônio Casa Grande e Capela, uma construção colonial do século XVII, que pertenceu ao bandeirante Fernão Paes de Barros. Em 1944, o escritor e intelectual paulistano Mário de Andrade comprou a propriedade para restaurá-la em vida e depois doá-la ao então Sphan (Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). Mário de Andrade faleceu pouco tempo depois de adquiri-la. Hoje, como era seu desejo, o sítio pertence ao Iphan (Instituto do Património Histórico e Artístico Nacional) e é aberto à visitação pública, gratuita e com guias especializados. Um passeio imperdível!
Além da autonomia em relação ao abastecimento de água, toda a energia do Villa Tanah vem de placas solares. As edificações foram feitas sem a extração de nenhuma árvore da mata nativa. As madeiras são de demolição, as tintas, minerais, e as pedras utilizadas nas construções, locais. As piscinas, aquecidas com energia solar, são mantidas com salinização para não contaminar o meio ambiente com nenhum produto químico e o saneamento é realizado por processos orgânicos.
Ao final do roteiro
Depois de experimentar dias revigorantes e noites bem dormidas, massagens relaxantes, água pura e comida natural da melhor qualidade num ambiente de natureza abundante, o resultado era flagrante. No corpo, a sensação de pés firmes no chão e coluna ereta. A mente aliviada pelos dias de desconexão. O espírito, leve, com notas de felicidade infantil por rever vagalumes iluminando a noite, depois de anos sem encontrá-los. Na partida, um hóspede, igualmente revigorado, comentou com Edvaldo, o garçom, que estava “abandonando o paraíso para voltar à vida normal”. O simpático Edvaldo sorriu e comentou: “Com toda a sinceridade, eu acho que a ‘vida normal’ é justamente o paraíso que o senhor está deixando!”
Villa Tanah
- Cumprindo nosso compromisso com o Planeta, investimos em fontes limpas e renováveis para garantir a auto sustentabilidade no nosso espaço.
Nós temos uma mini usina de painel solar, assim, geramos a energia necessária para nossas atividades, e no tocante à parte hídrica, contamos com uma nascente de água mineral e poço, convidando nossos hóspedes à utilização consciente desse recurso
Matéria publicada na edição 14 da UNQUIET