Zâmbia e Zimbábue, por Fabio Porchat

Nem a época de chuvas e cheias é capaz de macular uma viagem ao Zimbábue e à Zâmbia, dois países regidos pela força da natureza e das águas e pela beleza de alguns dos sorrisos mais doces do continente africano

A primeira coisa que eu ouvia das pessoas quando dizia que estava indo para a Zâmbia e o Zimbábue era uma risada, seguida de uma pergunta: o que que você vai fazer lá? Após nove dias de viagem, o que eu posso responder é: ser feliz. E não há nenhum outro lugar no mundo que me deixe tão em paz quanto essa região da África. Já havia visitado alguns países no continente, mas nunca esses dois. Talvez por serem menos propagandeados do que seus vizinhos Quênia e Tanzânia, mais roots, o fato é que eles estavam ali e eu os deixava de lado. Ainda bem que fui. 

Com ou sem chuva? Escolha uma estação

Cheguei por Victoria Falls, no Zimbábue. Trata-se da segunda maior catarata do mundo e um Patrimônio Mundial da Humanidade, além de ser um importante polo de ecoturismo, sendo também considerada a capital do esporte de aventura da África Meridional. Fiquei três noites no majestoso The Victoria Falls Hotel, um dos primeiros hotéis de luxo da região. Enorme, confortável, com bom restaurante e bar e uma vista deslumbrante das famosas cataratas. Aqui é importante um aparte, que servirá para os dois países: sua viagem será diferente a cada época do ano, portanto faça a sua pesquisa antes para saber qual o melhor momento para ver aquilo que mais interessa. Eu fui em fevereiro. O que isso quer dizer? Que a potência das águas é enorme, por ser a época de chuvas, e, portanto, há uma ótima panorâmica das quedas.

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Fabio Porchat e a viagem a Africa elefantes no Wilderness Linkwasha Campsu
Elefantes transitam pela área do Wilderness Linkwasha Camp
Que história é essa Porchat Fabio Porchat no bungee jump
Porchat em salto de bungee jump

Mas a chuva sempre pode atrapalhar um passeio e quase atrapalhou os meus. Ela ia e voltava o tempo todo, mas pude fazer muitas coisas nesses gaps. A primeira de todas? Pulei de bungee jump da icônica ponte que liga os dois países. Que experiência! Não só o pulo, mas poder atravessá-la a pé com o Rio Zambezi passando embaixo de você, o spray de água vindo da queda, que forma uma eterna nuvem sobre a paisagem… As águas estavam muito marrons por causa da época (vou falar muito sobre a tal “época” aqui, pois ela realmente faz toda a diferença para a sua viagem). 

Em julho, a água é cristalina e, em outubro, é possível caminhar sobre o abismo onde a água despenca, porque é época de seca. Já em abril, é de cheia. Enfim, para cada momento, há uma atividade diferente. Não pude fazer rafting porque o nível da água estava muito alto, mas pude participar de um passeio de barco em um pôr do sol dos mais lindos da minha vida.

A viagem de Fabio Porchat: Rio Zambezi no passeio do Wilderness Toka Leya Camp
Passeio de barco pelo Rio Zambezi promovido pelo Wilderness Toka Leya Camp

Falei dos passeios mais radicais (e ainda tem swing, zipline e afins), mas lá é para você que também gosta de tranquilidade. A caminhada pelo lado zimbabuano é uma beleza. A vista das cataratas (que ficam na Zâmbia) é demais. Fiz o passeio de helicóptero: imperdível. O olhar pelo alto, não só da queda-d’água, mas de todo o rio, das suas curvas, dos desfiladeiros, do Parque Nacional (consegui ver girafas, zebras e gnus), é mágico. Aliás, o Parque Nacional é colado na cidade, o que faz com que de vez em quando um elefante cruze a rua, ou babuínos  subam no seu carro e até impalas se assustem com a sua caminhada. 

O Victoria Falls Hotel se funde com a natureza ao redor e possibilita vermos javalis selvagens passando pela sua porta e macacos irem bisbilhotar a sua janela, o que torna tudo ainda mais especial. Uma dica é almoçar no restaurante Lookout Cafe, que tem uma vista linda para a ponte e uma comida muito gostosa. Resolvi ir a pé de lá para o hotel, mas fui aconselhado a tomar um táxi porque um grupo de leões havia sido visto por ali. Sensacional! 

Três noites depois, estava na hora de partir para o tão esperado safári. Vou deixar as cataratas de Victoria Falls de lado um pouquinho, mas já, já, eu volto a elas. Você vai entender.

   

Que história é essa Porchat Viagem à África cataratas na Zâmbia
Fabio debruçado sobre a queda das cataratas
Fabio Porchat na África: hipopótamos no Wilderness Toka Leya Camp
Hipopótamos no Wilderness Toka Leya Camp

In the jungle, the wild jungle…Os voos internos para os lodges no meio da savana são feitos em aeronaves pequenas. Para quem gosta de aventura, é um prato cheio. Inclusive sinto que é um dos charmes de uma viagem como essa, principalmente porque do avião é possível avistar vários animais circulando. O pouso é no meio do nada, numa “pista” de terra. O guia está ali para conduzir ao lodge, e a verdade é que o seu safári já começou. Até lá, você pode ver todo tipo de vida animal. E aqui eu volto a ressaltar a tal da “melhor época”. A época de chuvas é menos propícia para avistar animais. Como eles têm água por todos os lados, muita água, eles se espalham pelo parque, ficando em lugares inacessíveis. Tanto que por ali existem cerca de 45 mil elefantes, o segundo país com mais deles no mundo, mas foi difícil conseguir ver um. Se é a sua primeira vez, tudo é mágico, mas, se você já foi para algum outro lugar, é possível perceber a diferença.

Em julho, tudo muda porque os animais se concentram perto dos escassos pontos com água, tanto para beber quanto para se refrescar. Recomendo não ir em época de chuva se você espera um cenário mais povoado de bichos.

Wilderness Toka Leya Camp na viagem de Fabio Porchat a Africa
A piscina do Wilderness Toka Leya Camp
Wilderness Toka Leya Camp A viagem de Fabio Porchat
Uma leoa espreita a caça nos arredores do Wilderness Toka Leya Camp
A viagem de Fabio Porchat a Africa: Toka Leya Camp
O interior de uma das tendas do Wilderness Toka Leya Camp

De qualquer forma, a savana é sempre surpreendente e vi coisas que nunca tinha visto em nenhum outro lugar. É por isso que sempre vale a pena fazer esse tipo de atividade. Observei um elefante recém-nascido, ainda com o cordão umbilical, e sua mãe cheia de seu sangue nas patas. Vi leoas subindo em árvores e se comunicando com leões que estavam prontos para copular. Uma revoada de águias e pássaros, de todos os tipos, comendo cupins voadores.
É muito gostoso o nervoso de procurar todos eles. 

Savoir vivre na Savana  Fiquei em um lodge excelente: Wilderness Linkwasha Camp. Todo aberto, ou seja, convidativo para os animais e integrado ao ambiente, poucos quartos e grandes, confortáveis, com ar-condicionado e uma ótima vista. Uma piscina deliciosa para um mergulho no meio da tarde sob o sol escaldante da África. Perfeito. Ainda mais com um drinque na mão. Durante a época de seca, os elefantes vêm beber água da piscina. Todo dia, a rotina é: acordar às 5 horas, tomar um café da manhã bem completo (bota completo nisso) e sair para o game drive. Às 11, já estamos de volta para um almoço a céu aberto, com visitas esporádicas de avestruzes e antílopes e uma siesta. Aí, às 4 da tarde, começa tudo de novo, até as 7, quando o Sol se põe (um adendo: que pôr do sol, que céu, que cores diversas…). Esse também é um ponto alto da estadia. O serviço gentil e impecável do Wilderness Linkwasha Camp é outro destaque. Mas o que encanta mesmo são as práticas sustentáveis aplicadas no dia a dia dos lodges: a natureza em primeiro lugar, sempre.

Victoria Falls Que história é essa Porchat? Viagem para Zâmbia e Zimbábue
A magnitude de Victoria Falls

A Wilderness se baseia em três pilares fundamentais em seus projetos de sustentabilidade: capacitação de funcionários e das comunidades locais (para que os recursos da natureza sejam preservados), educação (para melhorar as oportunidades e conscientizar sobre os conceitos de conservação) e a coexistência entre os seres humanos e a vida selvagem. 

Dei sorte porque a chuva parou no dia em que cheguei. Após quatro dias de vida selvagem, eis o momento de ir para Zâmbia. Quero acrescentar que o povo no Zimbábue é muito receptivo: eles amam o Brasil, estão sorrindo o tempo todo, e eu não digo os funcionários dos hotéis apenas, que aliás são DEMAIS, mas em todo lugar eles se mostram animados e interessados em saber quem é você.

Outro ângulo 

Voltei para a cidade de Victoria Falls para cruzar a fronteira por terra. Caminhei mais uma vez pela ponte e finalmente cheguei à Zâmbia. Fui pensando: o que mais eu posso ver que já não tenha visto no Zimbábue? Então entendi por que é fundamental visitar os dois países juntos (aliás, o visto é conjunto e fácil de tirar pela internet). Eles são complementares. É como se você fosse ao estádio assistir a uma partida e saísse no intervalo porque já viu o pessoal jogar futebol no primeiro tempo. Só que na metade final, a vitória foi de goleada.

Viagem de Fabio Porchat: restaurante do Wilderness Linkwasha
A elegância do restaurante do Wilderness Linkwasha
A viagem de Fabio Porchat Manada de búfalos no Wilderness Linkwasha
Uma manada de búfalos no Wilderness Linkwasha
Wilderness Linkwasha Hotel Fabio Porchat e sua viagem a Zambia e ao Zimbabue na Africa
A piscina do Wilderness Linkwasha

Que gente boa a gente da Zâmbia. E que poderoso é o Rio Zambezi antes das quedas-d’água. O Wilderness Toka Leya Camp é um sonho. Na margem do rio, embrenhado no mato e com quartos muitos completos e integrados às águas. Agora era a hora de ver as cataratas por outro ângulo. E o Zimbábue que me desculpe, mas que delícia! O lado zambiano é mais divertido, pois você se molha, sente a cachoeira a seus pés e vivencia a experiência de forma mais intensa. E é possível se banhar no rio. Quando eu digo se banhar, eu quero dizer ficar debruçado em queda absoluta, apenas sendo segurado pelos pés pelo guia. Foi a experiência mais radical que vivi. E olha que já pulei de paraquedas e nadei com tubarões-brancos. A sensação de estar com meio corpo para fora do abismo é indescritível. A água, em temperatura perfeita, passando pelo seu corpo rapidamente e estourando lá para baixo é insana. Um mês depois, o rio estaria com sua capacidade máxima e não seria possível fazer essa loucura. As famosas Devil’s Pool e Angel’s Pool não puderam ser usadas por causa da cheia. Perceba como a melhor época é bem relativa.

O passeio de barco pelo rio pode ser feito pelos dois lados. O Wilderness Toka Leya Camp providencia isso dentro do programa. Há uma lancha que sai em busca de crocodilos e hipopótamos. E barcos grandes, luxuosos e imponentes, que fazem o passeio, mas não se embrenham pelos braços do rio à procura dos animais. Recomendo a lancha. Com ela, vivi outro momento: um hipopótamo tentou derrubar o barco com uma cabeçada por baixo dele. Que coisa maravilhosa! Mais um pôr do sol regado a muito vinho sul-africano e mais um um dia inesquecível. O lodge está dentro de um parque nacional que abriga o único grupo de rinocerontes-brancos do país. Como se não bastasse ver mais girafas, elefantes e antílopes, é possível sair do jipe e fazer uma caminhada para ver à distância de 5 m os rinocerontes. Impressionante. Os rangers, treinados e profundos conhecedores da região, cuidam para que não corramos nenhum tipo de risco e a cada segundo eu repetia para mim mesmo: que loucura! Foram três dias na Zâmbia, que pareceram um mês de tanta atividade marcante.

Tenho certeza de que ainda há mais coisas para ver e fazer nesses lugares. Há outros parques nacionais bastante movimentados em ambos os países. Já quero voltar. Não em fevereiro, mas quero. Na verdade, preciso. Só ali o mundo parece fazer sentido. Só ali entendemos que o ser humano é só mais um animal, como outro qualquer nessa bolota chamada Terra.

O relato de Fabio Porchat sobre a viagem a Zambia e ao Zimbabue na Africa
A ponte que liga Zimbábue a Zâmbia
Victoria Falls Hotel: Fabio Porchat e sua viagem a Zambia e ao Zimbabue na Africa
A fachada do Victoria Falls Hotel com vista para a catarata
Ilustração: Antônio Tavares
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SUSTENTABILIDADE

Ações de conservação do meio ambiente e ações sociais

Saiba mais

Wilderness

Missão
Dobrar a quantidade de terras que ajudam a conservar até 2030. Hoje já protegem 2,3 milhões de hectares (6 milhões de acres) de terra.

Educação
Fazem isso por meio de clubes ecológicos, currículo escolar e melhorias na infraestrutura, centros de alfabetização e outras iniciativas de educação ambiental.

Fortalecimento de laços
O emprego e o apoio a pequenas empresas locais reduzem a dependência de recursos naturais. Isso atenua o impacto indireto sobre a natureza e a vida selvagem.

Proteção
A coexistência entre homem e meio ambiente e os programas de segurança da vida selvagem. Proteger as pessoas da vida selvagem e a vida selvagem das pessoas.

# Projeto Children in the Wilderness
É uma organização sem fins lucrativos apoiada pelo grupo, cujo objetivo é facilitar a conservação sustentável por meio do desenvolvimento da liderança e da educação de crianças na África.

# Projeto Wilderness Wildlife Trust
Uma entidade independente sem fins lucrativos associada ao grupo, apoia uma grande variedade de projetos em toda a África. Os projetos e pesquisadores que apoiam atendem às necessidades das populações de vida selvagem existentes, buscam soluções para salvar espécies ameaçadas e oferecem educação e treinamento para a população local e suas comunidades.

# O grupo concentra seu trabalho em três áreas principais:

# Pesquisa e conservação – incluindo estudos de espécies, monitoramento de populações e compreensão de conflitos entre humanos e animais.

# Capacitação e educação da comunidade – como a elevação da comunidade e o programa Children in the Wilderness.

# Combate à caça ilegal e gerenciamento – incluindo pesquisas aéreas, unidades de combate à caça ilegal e aumento da capacidade dos pesquisadores em geral.

#Dezenove de seus Lodges já são 100% alimentados por energia solar, e o objetivo é reduzir ainda mais a dependência de combustíveis fósseis, investindo em mais energia solar e em outras fontes de energia renováveis e eficientes. Também adotam soluções eficientes em termos de água em todas as propriedades, prestando muita atenção ao uso diário para preservar cada gota de água que os ecossistemas fornecem. As robustas estações de tratamento de esgoto trabalham para proteger os lençóis freáticos naturais dos resíduos que produzem. Também dizem não aos plásticos de uso único, à água engarrafada e ao desperdício de alimentos, fornecendo aos hóspedes garrafas de água reutilizáveis e adquirindo ingredientes do cardápio e outros suprimentos localmente, quando disponíveis.

wildernessdestinations.com/impact

Clique aqui para ler a matéria na íntegra na edição 14 da Revista UNQUIET.

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