Mergulhando entre tubarões e esqueletos em Belize

Neste país da América Central, o grande barato é mesmo mergulhar em direção ao centro da Terra, no solo e no mar

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Você está pensando em visitar Belize? Se a resposta for sim, talvez seja o caso de parar sua leitura por aqui. Tome minha palavra como verdadeira e apenas vá. Por que digo isso? Quando experimento algo que me encantou, meu impulso é dividir a experiência com mais pessoas para que elas também possam passar pela mesma sensação. Mas no caso de Belize, o que mais curti foi ser surpreendido por experiências que não tinham nenhuma relação com a imagem que eu tinha do país. Ou melhor, a imagem que eu não tinha.

Explico. Sou curioso por natureza e um fanático por viagens. Por isso, pesquisar novos destinos faz parte da minha rotina, inclusive profissional. E para isso, me preparo. Só que não. Dessa vez, por diversas razões, eu estava tão atribulado que embarquei para Belize sem ter noção de para onde estava indo. Claro que eu sabia que era na América Central, que falavam inglês, que era um país pequeno, com menos de 400 mil habitantes, para o qual muita gente vai com a intenção de mergulhar e curtir aquele típico astral de paraíso caribenho. E também que a segunda maior barreira de coral do mundo fica lá, com o celebrado Blue Hole sendo seu principal atrativo.

Ilha South Water Caye | Foto: Getty
Placencia propicia a imersão na cultura e nos ritmos caribenhos, como o reggae | Foto: Turismo de Belize
Mergulho com tubarões | Foto: Adrian Kojin

Óbvio que nadar roçando em tubarões foi fantástico, eles eram bonzinhos. E acostumados com seres humanos que dão um rolê em seu habitat. Outro ponto alto foi velejar um dia inteiro a bordo de um catamarã de 55 pés, com paradas nas ilhas mais bonitas que você possa sonhar, vento na cara e o horizonte aberto à frente. Teve ainda a visita a um “quilombo” caribenho, onde pude provar da fascinante cultura garifuna, alimentando a alma com a simpática combinação de idioma, história, gastronomia, música e hospitalidade, pertencentes somente àquele microcosmo do planeta.

Mas onde meu coração disparou de verdade e o queixo caiu até o joelho, foi bem longe do mar. E também não foi em terra. Quer dizer, em terra foi, só que mais especificamente em suas entranhas, onde cheguei acompanhando o curso de um rio cristalino. Não, não se tratou de uma excursão de espeleologia, aquela ciência que estuda a formação e constituição de grutas naturais. Ainda que tivesse um tanto disso também.

Desembarquei do avião e meu guia esperava para me levar à cidade de San Ignacio, onde eu tinha reserva no Ka’ana Resort. Estranhei quando percebi que tomamos o rumo das montanhas e a cada quilômetro íamos ficando mais longe do mar. O guia explicou que meus sete dias em Belize iriam começar pelo tour na Actun Tunichil Muknal, também conhecida como ATM, uma caverna cerimonial maia. Percebendo meu desapontamento, por não ter sido conduzido a um hotel de cara para o oceano azul turquesa que eu avistara pela janelinha do avião, ele explicou que a intenção da programação era justamente mostrar que Belize pode oferecer muito mais do que seu estereótipo.

Belize tem a segunda maior barreira de coral do mundo, além do celebrado Blue Hole

Actun Tunichil Muknal | WikimediaCommons | PeterAndersen

Actun Tunichil Muknal

Se a National Geographic classifica um destino como o número 1 do mundo na categoria Caverna Sagrada, não pode ser à toa. Em 1989, um grupo de exploradores de Belize descobriu a caverna cerimonial sagrada ATM, utilizada pelos antigos maias para realizar cerimônias religiosas. Em um determinado momento da história, devido à fome e as doenças causadas por um longo período de seca implacável, esses ritos passaram a contar com oferendas de vidas humanas como forma de aplacar a ira dos deuses por eles cultuados. Após nove anos documentando e explorando os mais de cinco quilômetros de extensão, a caverna foi aberta ao público em 1998. Hoje, os visitantes aventureiros podem se maravilhar numa inigualável viagem ao passado.

No interior da caverna, chega um momento em que todos têm que retirar seus calçados e subir cerca de três metros até uma plataforma plana com visão para o rio. Observando marcações no piso, os passos seguintes devem ser extremamente cuidadosos. Esse é o ápice da excursão, quando é possível avistar no chão e nas laterais da caverna centenas de peças de cerâmica e itens cerimoniais que datam de mais de mil anos atrás, deixados para trás pelos sacerdotes maias. Obras de arte, muitas delas misteriosas e ainda não compreendidas pelos arqueólogos, cobrem a parede.

Mais adiante, estão os restos mortais que comprovam de maneira irrefutável os sacrifícios humanos que ocorreram ali. Os arqueólogos descobriram 14 pessoas até agora, sete adultos e sete crianças pequenas com menos de 5 anos de idade, sendo que a ossada mais famosa é a da Donzela de Cristal, supostamente uma mulher de cerca de 20 anos, cujo esqueleto completo ficou coberto por uma camada de calcita cintilante. Para os mais sensíveis pode ser um choque difícil de assimilar, como o próprio guia relatou sobre a reação de outros grupos que ele conduziu até ali. No nosso, a impressionante visão daquele conjunto de ossos, que permaneceu praticamente intacto e na mesma posição ao longo de séculos, suscitou uma enxurrada de perguntas. Todas prontamente respondidas pelo guia, na mais vibrante aula de história que eu tive a oportunidade de presenciar.

Caverna Actun Tunichil Muknal | WikimediaCommons-Peter Andersen
Ruínas da pirâmide maia de Caracol, local sagrado e de sacrifícios humanos, cercado pela mata de Belize
Ruínas da pirâmide maia de Caracol | Foto: Adrian Kojin

Caracol

Escondida dentro da Floresta Chiquibul, fica a ruína maia mais imponente de Belize, e uma das mais significativas das Américas, rebatizada por seu descobridor de Caracol. A impressionante cidade já foi morada de mais de 140 mil pessoas e se estendia por mais de 100 quilômetros quadrados – abrangendo uma área maior do que a atual capital do país, Belize City.

Abandonado pelos maias por volta do ano 900 da Era Cristã, Caracol teve desde então muitas de suas estruturas cobertas pela selva e destruídas pela passagem dos séculos, mas ainda assim segue cobrindo uma enorme área, dando aos visitantes oportunidades infinitas de exploração. Uma maquete da cidade exposta no centro de visitantes permite que se tenha uma boa perspectiva do tamanho e complexidade das ruínas. Das mais de 35 mil estruturas conhecidas do complexo, o Canna, ou Palácio do Céu, é a mais visitada. A pirâmide, que ainda hoje é a mais alta de Belize, tem 43 metros de altura e abriga quatro palácios distintos e três templos. Conta também com uma acústica avançada, o que leva a crer que no passado os maias reunidos na praça abaixo ouvissem os anúncios de sacerdotes e governantes feitos lá do alto sem qualquer amplificação.

Por Caracol ficar relativamente longe das rotas mais frequentadas por turistas em Belize, em alguns momentos da minha visita pude experimentar a sensação única de estar sozinho no meio daquele colossal conjunto de pirâmides, sem a distração de outros visitantes interferindo na minha fantástica jornada através do túnel do tempo.

Mergulho no Buraco Azul

O Great Blue Hole também foi, há milhares de anos, uma caverna. Muito profundo, esse buraco marinho gigantesco fica próximo do centro do Lighthouse Reef, um pequeno atol a 70 quilômetros do continente e da cidade de Belize. Com formato circular, tem 318 metros de diâmetro e 124 profundidade, com uma superfície de 70.650 metros quadrados e foi formado durante vários episódios de glaciação quaternária, quando o nível do mar estava muito mais baixo. A análise das estalactites encontradas no seu interior mostra que as etapas sucessivas de sua constituição ocorreram há 153 mil, 66 mil, 60 mil e 15 mil anos. Quando o oceano começou a subir novamente, a caverna foi inundada. O Great Blue Hole faz parte hoje da Reserva da Barreira de Corais de Belize, a segunda maior do mundo, e foi declarado um Patrimônio Mundial da Unesco.

O Blue Hole está na lista daqueles lugares que todo mergulhador dedicado deve um dia obrigatoriamente conhecer. Ainda que haja muita gente que coloque em dúvida a classificação Top 5 dada a ele por Costeau. A começar por ser um mergulho de risco relativamente alto, recomendável apenas para mergulhadores experientes e que estejam na ativa. O maior perigo é a narcose por nitrogênio, que afeta certas pessoas em mergulhos profundos, em menor ou maior grau. Além da necessidade de uma segurança psicológica muito forte para encarar a escuridão de um abismo oceânico. Como não me considero um mergulhador de verdade, apenas um reles diletante dessa arte, deixei para a próxima. Mas que deu vontade, deu.

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SUSTENTABILIDADE

Ações de conservação do meio ambiente e ações sociais

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Turtle Inn
  • Open air, conceito de telas – sem ar condicionado ou TV’s. Somente algumas vilas contam com ar-condicionado;
  • Política de não plástico;
  • Jardim vegetariano, ovos frescos e compostagem
Blancaneaux
  • OFF the grid, 100% da energia é gerada pelo sistema HYDRO;
  • Jardim orgânico de 3.5 acres, refeições farm to table;
  • Não utiliza ar-condicionado ou TV’s.
A segunda maior barreira de corais do mundo é a de Belize | Foto: Getty
Catamarã The Moorings ancorando próximo a uma ilha
Catamarã da The Moorings | Foto: Adrian Kojin

Onde ficar

Itz‘ana Resort 

Minha primeira hospedagem na charmosa cidadezinha litorânea de Placencia foi no estrategicamente localizado Itz‘ana Resort, de onde sai para agradáveis pedaladas  pela vizinhança, uma tradicional vila caribenha onde a população, majoritariamente negra, circula embalada ao ritmo do reggae. Dali também parti para minhas investidas marítimas, o já mencionado mergulho com os tubarões e o passeio num dos catamarãs da The Moorings, a renomada empresa de charters de barcos que tem ali uma de suas mais movimentadas filiais.

Blancaneaux Lodge e Turtle Inn

Blancaneaux Lodge é o antigo refúgio do lendário diretor de Hollywood, Francis Ford Coppola, que ele mesmo transformou num resort de renome internacional. O sucesso foi tanto, ao ponto de levar a família a abrir uma segunda operação em Belize, o Turtle Inn, onde pude desfrutar do charme cinematográfico que só um bangalô com a assinatura Coppola, e a sensual brisa do Caribe entrando pelas amplas janelas de frente pro mar, podem proporcionar.  Nos dois hotéis dos Coppola, aplausos para a preocupação com a sustentabilidade e a carta de vinhos, disponibilizando o melhor de outra especialidade do clã.

Clique aqui para ler a matéria na íntegra na edição 05 da Revista UNQUIET

Ilustração: Antônio Tavares
Piscina do Turtle Inn
Adega do Turtle Inn
Chalé do Blancaneaux Lodge

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