Museus de Paris: 3 endereços secretos

Em Paris, três instituições excepcionais exibem o que há de melhor no circuito das obras contemporâneas

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A convite da UNQUIET, dois amigos, a mais parisiense das brasileiras, Beatriz Yunes-Guarita, e o mais brasileiro dos parisienses, Marc Pottier, incondicionais defensores do mundo da arte, falam a seguir de seus lugares favoritos na capital francesa. São eles o Espace Krajcberg, um pequeno pedaço do Brasil em Paris; a FAB, o novo espaço da estilista Agnès b., que ela dedica à criação contemporânea, e finalmente, o Silo, que abriga a incrível coleção minimalista do casal Françoise e Jean-Philippe Billarant.

Le Silo | Foto: Divulgação
Museus secretos de Paris: obra do La Fab de Agnés b.
La Fab de Agnés b. | Foto: Divulgação
Espace Krajcberg | Foto: Divulgação
Museus secretos de Paris: fachada do Le Silo
Le Silo | Foto: Divulgação

Espace Krajcberg, um lugar para um “Grito pelo planeta”.

“Minha obra é um manifesto contra a barbárie”, confidenciou há alguns anos esse grande artista polonês (1921-2017) naturalizado brasileiro, mas que sempre manteve um pé em Paris. De tempos em tempos, deixava a sua famosa casa na árvore em Nova Viçosa na Bahia, para recarregar as baterias e encontrar seus amigos artistas de Montparnasse (entre eles Fernand Léger e Marc Chagall) em seu estúdio na Villa Marie Vassilieff. Essa antiga estalagem dos correios, do século 19, teve construídas, com materiais recuperados da Exposição Universal de 1900, cerca de trinta oficinas para artistas e artesãos. Os que se dispuserem a visitar essa joia escondida, descobrirão um charmoso corredor de paralelepípedos, com casinhas cobertas de vinhas e cheias de árvores, que começa no número 21 da avenida du Maine em pleno 15º arrondissement.

Krajcberg nasceu em família judia, que perdeu tudo durante a guerra. Por isso, após um período em Paris, emigrou para o Brasil, onde fascinado pela riqueza natural da flora e da fauna se estabeleceu até sua morte. Mas paralelamente, criou o Espace Krajcberg para ser um lugar ativo, onde arte e natureza se encontram em projetos engajados na defesa do meio ambiente. O espaço propõe, também, uma programação cultural diversificada: conferências, shows de música brasileira, projeções de filmes e exposições temporárias; além de contar com um grande acervo de livros e catálogos para consulta. O visitante tem acesso a três ambientes distintos. O primeiro, dedicado à exposição permanente de esculturas e pinturas de Frans Krajcberg. O segundo, uma sala audiovisual que transmite documentários dedicados ao artista. Por fim, uma sala de exposições temporárias dedicada a artistas contemporâneos engajados.

Milagrosamente preservado, remanescente do apogeu dos artistas de Montparnasse, essa “pequena rua privada” guarda ainda um pouco do espírito boêmio do século passado. 

espacekrajcberg.fr

Espace Karjcberg | Foto: Divulgação
Museus secretos de Paris: esculturas dentro do Espace Krajcberg
Esculturas de Krajcberg | Foto: Divulgação

La FAB uma ‘factory’ à la Andy Warhol em Paris

Mecenas, produtora e colecionadora, Agnès b. (B tirado do sobrenome do editor Christian Bourgeois, um de seus maridos), está em constante interação com o cenário artístico internacional, e tem apoiado a criação em todas as suas formas, a solidariedade e o meio ambiente há várias décadas. Quase esquecemos que esta mulher de olhos risonhos e sorriso doce de eterna juventude é uma das estilistas francesas mais talentosas. Criadora de uma moda que é ao mesmo tempo clássica, minimalista e atemporal, descrita como seu “toque francês neoburguês” único, ela é celebrada pelos quatro cantos do mundo.

Ao longo dos anos, ela construiu uma coleção de arte de 5 mil obras, que combinam todas as mídias, reflexo de diferentes encontros artísticos que chamaram sua atenção ao longo de todas as suas viagens. Um pouco antes da primeira onda da pandemia, em 1º de fevereiro de 2020, ela inaugurou a La Fab, em um prédio no 13º arrondissement, um espaço sóbrio e despojado, que reflete bem o seu estilo e onde reúne sua coleção, uma galeria e uma livraria.

Foto: Divulgação

Foto: Divulgação
Le Silo | Foto: Divulgação

Agnès b. optou por instalar este local de 1.400 metros quadrados, na praça Jean-Michel Basquiat, uma área em plena efervescência cultural e arquitetônica. Uma Paris jovem e promissora. É um prédio novo que tem também apartamentos de habitação social e foi projetado por um escritório de jovens e arrojados arquitetos, o SOA. Tal como François Pinault na Bourse du Commerce, Agnès b. está profundamente envolvida e é também curadora de várias das exposições apresentadas. La Fab também hospeda a nova Galerie du Jour Agnès b., sua famosa livraria, além de permitir ao público conhecer as ações solidárias e ambientais desenvolvidas por ela.

Os sortudos que poderão estar em Paris em meados de setembro, verão a exposição Notre histoire, le graffiti dans la collection et la galerie du Jour Agnès b. Sempre na vanguarda, ela foi uma das primeiras, em 1983, a apresentar os artistas que se expressam em espaços públicos.

la-fab.com

Le Silo, templo de arte minimalista, conceitual e geométrica.

O conselho administrativo do museu Pompidou, em Paris, é formado por colecionadores e demais pessoas do mundo da arte. Um dos colecionadores nesse conselho é Jean-Philippe Billarant. Desde 1975, ele e a sua mulher Françoise tinham uma profunda admiração pelo Construtivismo e Suprematismo, pela Bauhaus e pelo movimento Stijl. Isso naturalmente os orientou para a arte abstrata geométrica, minimalismo e arte conceitual. Para eles, esses movimentos põem em questão a arte, a revisitam, mas não ilustram nenhum propósito sociológico ou político. Nesta coleção, da qual eles mesmos não sabem o número de obras, encontramos artistas como Daniel Buren, Donald Judd, François Morellet, Claude Rutault, Richard Serra, Niele Toroni, Felice Varini, Michel Verjux, Cécile Bart, Krijn de Koning, entre outros. “Nosso objetivo não era colecionar obras, mas viver no nosso tempo e conhecer os artistas”, explica o colecionador.

Le Silo | Foto: Divulgação
Museus secretos de Paris: interior do Le Silo com obras
Le Silo | Foto: Divulgação
Mapa: Antônio Tavares

No início dos anos 1980, essa arte não era tão valorizada como hoje. Os vernissages aconteciam em pequenos grupos, o que lhes permitiu aproximar-se e fazer amizade com os grandes artistas americanos e europeus destes movimentos. Para confirmar a sua admiração, eles começaram a adquirir então as obras, o que na época era financeiramente viável. Os Billarant se focaram em menos de 50 artistas, tentando acompanhá-los pelo maior tempo possível e construir conjuntos.

A certa altura, ficou claro para eles que, para realmente defender esses artistas, seria necessário mostrá-los. Assim nasceu a ideia de buscar um local para expor sua coleção. Eles encontraram fora do centro de Paris, mas a menos de meia hora da “périphérique” (o anel viário que circunda Paris), um silo de grãos, em concreto, da década de 1960, que eles adquiriram em 2007 e o transformaram sob a supervisão de Dominique Perrault (o arquiteto da Grande Biblioteca François Mitterrand).

A primeira exposição foi inaugurada em 2011. Hoje já estão na quinta apresentação dos trabalhos da sua coleção, para a qual cuidam da cenografia. As visitas acontecem sempre com eles e gratuitamente, mediante agendamento, para todos aqueles interessados ​​em arte contemporânea. “A arte nos deu tanto que nos parece certo compartilhar nossa paixão e falar aos visitantes sobre esses magníficos artistas que se tornaram nossos amigos”, eles completam.

Visita sob agendamento. lesilo@billarant.com

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Clique aqui para ler a matéria na íntegra na edição 04 da Revista UNQUIET.

Museus de Paris: La Fab
La Fab | Foto: Divulgação

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