Estávamos curtindo Lisboa, mesmo com bares e clubes fechados por conta de mais uma onda da pandemia, quando bateu a vontade de um fervo. O destino mais prático — e próximo — era Sevilha, que no começo de 2022 mantinha completa sua agitadérrima vida noturna em esplanadas e espaços abertos. A área metropolitana mais quente da Europa beira os 45 °C no verão — o que afasta boa parte de turistas e locais durante os meses da estação — neste inverno registrava temperaturas amenas, na casa dos 14 °C. Não houve dúvidas na hora de fazer as malas e encarar 5 horas em uma road trip pela Andaluzia.
Começamos encontrando um estacionamento, já que o centro de Sevilha é bastante compacto, com ruas estreitas e muitas delas apenas para pedestres. A parte histórica tem entre suas principais atrações a impressionante catedral com a torre da Giralda, construída sobre um minarete de uma mesquita islâmica do século XII, de onde se tem uma vista panorâmica da cidade. Bem próximo, fica o Alcázar, complexo de edifícios luxuosos e jardins majestosos que começou a ser erguido no século VIII pelos árabes e seguiu crescendo com novas construções por mais de mil anos.
Sevilha é tida como o berço da cultura gastronômica das tapas e há muitos lugares para desfrutá-las. Na Calle San Mateo, na parte mais turística, o ideal é pular de bar em bar experimentando as melhores porções de rabo de toro, alcachofras crujientes, gambas al ajillo e outras delícias, tomando gaspacho e sangrias. O destaque ali fica para Bodega Santa Cruz, La Sacristia, La Tradicional.
Um gigantesco cogumelo [leia mais em Essencial] marca a divisa entre o turístico centro histórico e o boêmio bairro Encarnación-Regina, com dezenas de bares sempre lotados, traçando um caminho etílico que leva até a Alameda de Hércules. Essa esplanada grandiosa, que leva o nome do herói grego a quem a mitologia atribui a fundação de Sevilha, concentra uma infinidade de bares e restaurantes de todos os tipos. E também é ali que se concentra a cena LGBTQIAPN+. Na praça central, estão os populares bares 1987 e Dilema e, em uma rua lateral, a Calle Arias Montano, ficam El Barón Rampante e El Bosque Animado, com incontáveis guapos circulando pelas mesas. Quem busca ação encontra perto dali os bares El Bunker e Men to Men, para ursos.
Para informar a programação LGBTQIAPN+, a associação cultural Togayther mantém seu site e perfil no Instagram atualizados, além de produzir a SissyPop, baladinha certa com shows de drags e pista sempre animada. Para entrar no clima, assista à Drag Race España, versão espanhola do reality de RuPaul que teve como vencedora da primeira temporada a sevilhana Carmen Farala.
Sevilha LGBTQIAPN+: Pride
Orgullo de Andalucía é o nome oficial da Gay Pride de Sevilla, que pode não ter milhões de pessoas como a de Madri, mas garante diversão a seus 30 mil participantes. O desfile principal da edição de 2024 vai acontecer no dia 29 de junho, partindo das ruas do centro histórico e terminando em uma megafesta na Alameda de Hércules.
Sevilha LGBTQIAPN+: Essencial
Setas de Sevilla, uma enorme estrutura de madeira — a maior do mundo — em forma de cogumelos (“seta”, em espanhol) se tornou um marco da arquitetura moderna na Espanha. Com uma iluminação feérica à noite, tem um mirador que pode ser visitado das 9h à meia-noite. No térreo, fica o charmoso Mercado de la Encarnación, com produtos típicos da culinária andaluza, e o Antiquarium, com restos arqueológicos de ruas e casas da época romana.