Por mais de 40 anos, ela se dedicou a decifrar e a proteger um dos grandes mistérios da arqueologia mundial, as Linhas de Nazca.
O interesse por observações científicas de Maria Reiche começou logo na infância. Nascida em Dresden, na Alemanha, passou a estudar matemática, astronomia, geografia e línguas. Viajou ao Peru pela primeira vez em 1932 para trabalhar como tutora em Cusco. Em Lima, conheceu o historiador americano Paul Kosok, que lhe apresentou as intrigantes linhas no deserto. Reiche apaixonou-se pelos geoglifos. Começou assim sua pesquisa em Nazca. Munida de fita métrica, sextante e bússola, ela mediu quase 1000 linhas, e teorizou que as figuras eram usadas como calendário astronômico. Hoje, atribuem as linhas a um caráter cerimonial, o que não apaga os esforços da arqueóloga. Com a Força Aérea Peruana, ela sobrevoou a área e descobriu que os desenhos representam 18 figuras de animais e pássaros, além de centenas de formas geométricas. Para “varrer” o deserto e preservá-lo, instalou-se em uma pequena cabana, contratou um segurança e pediu ajuda até mesmo para erguer uma torre de vigia. “Essa preciosidade deve ser tratada como um manuscrito muito frágil que é guardado em uma sala especial em uma biblioteca”, disse em uma entrevista. Em 1995, as linhas de Nazca foram designadas como Patrimônio Mundial da UNESCO. A dedicação de Maria Reiche também foi reconhecida com títulos honorários de doutorado e a nacionalidade peruana. Ficou conhecida como a “Dama das Linhas de Nazca”.