Hoje Matheus Schapochnik só advoga nas horas vagas. E mesmo assim para poucos clientes.
Aos 27 anos, formado em direito pela PUC-SP, Schapô, como é conhecido pelos amigos, deixou um importante escritório de advocacia corporativa em São Paulo.
Decidiu se dedicar à fotografia e ao montanhismo, dois afetos antigos. “Desde criança tive o interesse despertado pelas artes em todas as suas apresentações”, conta. No início da adolescência, ele comprou uma câmera digital bem simples. “Movido pelo ímpeto de desvendar o desconhecido, vivi o processo criativo por meio das cenas que eu presenciava e fotografava.”
Nas imagens deste ensaio, é possível observar fragmentos da imensidão de belezas naturais que o Brasil oferece. Entre pontos distantes mais de 3 mil quilômetros uns dos outros, estão a dança ritual indígena, a grandiosidade do relevo, a abundância de cores. É a vida que se reflete nos manguezais e recifes de corais alagoanos; o equilíbrio entre a força impetuosa das cataratas do Iguaçu e a delicadeza de pássaros que planam sobre o tranquilo mar catarinense.
Ou como Matheus Schapochnik faz questão de sintetizar: “Meu propósito é que o espectador vá além da apreciação efêmera das imagens”, diz. “Quero que ele reflita sobre os espaços retratados, o impacto causado pela ação humana no ambiente, e o efeito dessa ação em nosso dia a dia.”