Numa época em que o verbo reinventar tornou-se cada vez mais conjugado, a história do paulistano Alexandre Suplicy, 49 anos, é exemplar. Vejamos. Ele ganhava a vida havia duas décadas como diretor de arte em agências de publicidade quando, em 2011, se viu num impasse. Sua mulher, a jornalista Adriana Bittar, aceitou o cargo de correspondente da Rede Record em Joanesburgo, na África do Sul. Alexandre seguiu com ela. “O problema é que eu só consegui visto de acompanhante e, portanto, não podia trabalhar”, relembra.
Para ocupar seus dias, Alexandre, antes de tudo, comprou uma câmera fotográfica semiprofissional, uma Sony A 55. Depois, criou um blog para relatar o cotidiano e inscreveu-se em um curso de inglês. “Acabei me apaixonando pela fotografia”, sintetiza. Em especial, por imagens de viagem. Por fim, Alexandre descobriu-se em uma nova profissão – muito mais desafiadora e prazerosa que a direção de arte publicitária. Ao longo dos dois anos em que morou, com Adriana, na cidade de Joanesburgo, formou-se em fotografia na Vega School e lançou-se em várias jornadas África adentro.
De lá para cá, renovou o equipamento e abriu ainda mais os horizontes. Esteve em dezenas de países muito diferentes entre si. Da Índia a Singapura. Do Lesoto à Finlândia. Da Namíbia à Suíça. Continuou a peregrinação mesmo quando o casal voltou a viver em São Paulo. Na ocasião, montou uma galeria de fotografia, que se tornou uma rede. Apesar do sucesso empresarial, desistiu da empreitada. “Ter virado um homem de negócios me impedia de fotografar, que é o que mais gosto”, explica. Vendeu sua parte ao sócio – e não se arrepende.
Hoje, procura se inteirar das novidades como o drone, que incorporou à prática diária. “A tecnologia é hoje uma revolução constante”, resume. O sustento vem, sobretudo, de fotos para construtoras. Também ministra workshops. Enfim, mescla, aqui e ali, tarefas para o mundo corporativo e o editorial. Sempre levando nas mãos sua câmera Sony A7C e uma premissa básica: “Dou preferência a trabalhos em que possa viajar”.