As dunas de areias brancas remetem ao Lençóis Maranhenses; as praias de águas azuis-turquesa talvez lembrem as de Zanzibar ou Moçambique, enquanto as florestas, as de Madagascar. Esse território com paisagens tão distintas, porém, passa longe da rota da maioria dos viajantes. É a ilha Socotra, integrante de um arquipélago homônimo, no Iêmen.
Um dos lugares mais remotos e intocados do planeta, está situado no Oceano Índico, entre a Península Arábica e o Chifre da África. Sua posição é um tanto confusa: politicamente pertence à Ásia, mas geograficamente está na África. Socotra é um dos poucos lugares abertos para o turismo no Iêmen, país devastado por conflitos militares. O acesso se dá por um voo direto partindo de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes.
O arquipélago de Socotra consiste nas ilhas de Socotra, Abd Al Kuri, Samha e Darsa. Juntas, formam o grupo de ilhas com a maior diversidade botânica do mundo. Das 835 plantas catalogadas, 308 existem apenas lá. Uma das mais famosas é a Dracaena cinnabari, ou a “árvore do sangue do dragão” – o apelido deve-se ao líquido expelido quando ocorre qualquer ferimento em sua casca. Devido à rica diversidade e ao endemismo, o arquipélago foi declarado Patrimônio Natural Mundial da UNESCO e Reserva do Homem e da Biosfera da UNESCO.
Igualmente variada é sua geografia, dividida em três zonas: as planícies costeiras, o planalto de calcário e as ígneas montanhas Haggeher. Banhadas por águas rasas, as praias são formadas por areias brancas – facilmente elegíveis às mais bonita do mundo –, que conforme se movem para o interior, transforma-se gradualmente em imensas dunas, atingindo centenas de metros de altura.
Socotra, provavelmente, arrebatará viajantes de alma inquieta com seus cenários de outro planeta.