As portas do Fórum Humboldt, um megacomplexo cultural em Berlim, estão finalmente abertas após quase duas décadas de construções e um projeto envolto em polêmicas. São 40 mil metros quadrados dedicados a unir ciência, debate, artes e cultura, no primeiro espaço do seu gênero na Europa, e chegou com a ambição de rivalizar com instituições icônicas como o Museu Britânico e o Louvre.
Vizinho da Ilha dos Museus, o Humboldt ocupa o antigo Palácio de Berlim – residência dos reis da Prússia e, mais tarde, sede do Parlamento da Alemanha Oriental – e é formado por três edifícios reconstruídos, combinando fachadas barrocas e estruturas modernas projetadas pelo arquiteto Franco Stella. O Humboldt foi batizado em homenagem aos irmãos Alexander e Wilhelm von Humboldt, estudiosos alemães da ciência e da natureza.
Entre as controvérsias em torno da construção milionária está a exibição de uma vasta coleção etnológica de artefatos saqueados de países africanos e asiáticos durante a colonização europeia – justo no momento em que se discute a repatriação das obras espoliadas pelo colonialismo. A Alemanha, no entanto, anunciou que a partir de 2022, devolverá os Bronzes de Benin à Nigéria e o Humboldt exibirá réplicas dos artefatos em seu lugar.
As exposições inaugurais do Fórum Humboldt incluem Terrible Beauty. Elephant – Human – Ivory, que aborda os meandros do comércio de marfim; Have a Seat!, dedicada a crianças, sobre os aspectos culturais do sentar; After Nature traz reflexões sobre as mudanças climáticas; e a exposição permanente sobre a história da capital alemã, BERLIN GLOBAL. A partir de setembro serão exibidas 20 mil obras do Museu Etnológico e do Museu de Arte Asiática.
