Marakoze! Obrigada, Ruanda

Uma jornada transformadora por esse país no coração da África vai além das expectativas, e guarda o insuperável encontro com os gorilas das montanhas

Um dos maiores prazeres de viajar é a possibilidade de surpreender-se. E, inesperadamente, Ruanda foi uma dessas gratas surpresas do início ao fim da viagem. As boas impressões começaram ainda no trajeto entre o aeroporto de Kigali, capital do país, e o hotel onde nos hospedamos por uma noite antes de seguir viagem: ruas e calçadas bem cuidadas e limpas, alamedas adornadas por flores e árvores vistosas e trânsito organizado, mesmo com o intenso fluxo de motos e bicicletas, validam a cidade africana como a primeira a ganhar o prêmio Habitat Scroll of Honour como modelo urbano de limpeza, segurança e conservação (que, entre outras medidas sustentáveis, proíbe o uso de sacolas plásticas no comércio em todo país). 

Localizada na África centro-oriental, Ruanda faz fronteira com o Burundi ao sul, com a República Democrática do Congo a oeste, com Uganda ao norte e com a Tanzânia a leste e tem uma população de quase 12 milhões de pessoas segundo último censo, realizado em 2015.  

Exemplo de Superação 

A verdade é que tudo isso parecia um pouco inesperado. Afinal, o “país das mil colinas”, como Ruanda é conhecida, escreve uma nova página de sua triste história pouco mais de 25 anos depois de seu capítulo mais sangrento. O genocídio de cerca de 800 mil pessoas das etnias tutsis por extremistas étnicos hutus em menos de 100 dias de conflito ainda é uma lembrança acesa no país. O massacre, retratado no filme Hotel Ruanda, e lembrado através de dezenas de memoriais erguidos pelo país em homenagem às vítimas é uma ferida aberta que vai sendo apaziguada à medida que novas fontes de esperança e alegria se apresentam. A convivência pacífica entre as etnias, a recuperação econômica e social e os amplos investimentos em educação e tecnologia apontam novos rumos, e são motivo de notoriedade mundial: Ruanda está entre as 20 economias que mais crescem no mundo, com uma população predominante jovem e rural, e é considerada um modelo entre países em desenvolvimento. Além disso, as mudanças políticas geradas pelo extermínio fizeram de Ruanda um país que, hoje, coleciona índices de igualdade de gênero, com 67% dos assentos do parlamento ocupados por mulheres.       

Os reflexos da recuperação fizeram novos olhos se voltarem para o país, incluindo os meus. Não foi preciso muito para me convencer a enfrentar a jornada até o coração da África: o encontro com os gorilas das montanhas seria mágico na minha vida. Pequeno e especial, marcado pela geografia acidentada e pela densa floresta tropical que cobre a maior parte de seu território, a aventura estava só começando. 

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Benefícios Exclusivos UNQUIET: Ruanda, One&Only Nyungwe House, One&Only Gorilla’s Nest e Singita Kwitonda Lodge

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One&Only Nyungwe House e One&Only Gorilla’s Nest

  • Amenity especial de boas-vindas preparado especialmente para os leitores da UNQUIET.

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oneandonlyresorts.com/nyungwe-houseoneandonlyresorts.com/gorillas-nest

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Singita Kwitonda Lodge

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singita.com/kwitonda-lodge

Caminhada em direção ao Vulcão Virunga, no Parque Nacional dos Vulcões
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Atividade de arco e flecha para os hóspedes do One&Only Nyungwe House | Foto: Divulgação
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O sorriso de uma trabalhadora nos campos de chá de Ruanda | Foto: Getty Images
Golden Monkey, espécie endêmica da região
Foto: Getty Images

Terra Verde 

Depois da primeira noite e das boas surpresas de Kigali, deixamos a capital em um helicóptero, cujo voo comprovou, sob meus olhos encantados, Ruanda como um país marcado pelo verde avassalador das florestas mais antigas do continente africano, além de muitas plantações de chá e café. Desembarcamos no One&Only Nyungwe House, que fica na fronteira com o Burundi e às portas do Parque Nacional Nyungwe. De novo movidos pelo encantamento, fomos recebidos com grande alegria e apresentados ao lodge que possui várias vilas sofisticadas, ideais para família, e suítes, tudo decorado ao estilo africano com muito bom gosto e conforto. 

Nossa primeira experiência foi uma degustação de chás locais (que, junto com produtos como banana e o café formam as principais commodities de exportação do país). Durante uma caminhada entre as plantações pelo entorno do hotel, fomos aprendendo os métodos de plantio e de preparação do solo vulcânico fértil que, combinado ao clima temperado, forma a receita ideal para a produção dos melhores chás-pretos do mundo. 

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A aventura do Canopy Walkway: três pontes suspensas a mais de 100 metros de altura, sobre as copas das árvores do Nyungwe National Park, servem de passarela para uma emocionante caminhada | Foto: Divulgação
Sorrisos e ritmos em experiências de dança e música com ruandenses | Foto: Divulgação

O dia terminou com um típico afternoon tea e a promessa de um novo dia glorioso que começaria ainda de madrugada com uma aventura de encontro com chimpanzés. Uma longa caminhada estava prevista morro acima, mas a sorte nos acompanhou e pouco tempo depois ouvimos os primeiros guinchos. De repente estávamos muito próximos deles, que pulavam de árvore em árvore em movimentos rápidos e certeiros. Eu poderia passar horas ali, assistindo àquela brincadeira toda, mas foram eles quem decidiram terminar o “show”. Voltamos para o carro fascinados pela experiência, mas o programa estava apenas começando. De lá partimos para o Nyungwe National Park para o chamado Canopy Walkway: três pontes suspensas, com 170 metros de comprimento e mais de 100 metros de altura, sobre as copas das imensas árvores, servem de passarelas para uma caminhada cheia de emoções – tanto pela altura e pelo balanço quanto pelos lindos encontros com várias espécies de macacos e pássaros coloridos pelo trajeto.  

Nossa volta ao conforto do One&Only só ocorreu após quatro horas de caminhadas recompensadas pelo almoço delicioso preparado com legumes e verduras frescas da horta orgânica do hotel. O jantar foi sob o céu estrelado e marcado pelas lindas lembranças de um dia inesquecível.

gorilas das montanhas ruanda
Grupo de gorilas das montanhas com seus filhotes
gorilas ruanda
O lindo artesanato local: mulher tecendo uma cesta | Foto: Getty Images

Sorrisos e contrastes 

Findada a estada em nosso primeiro hotel, partimos de carro rumo ao esperado One&Only Gorilla’s Nest que, como o próprio nome antecipa, fica bem próximo ao santuário dos primatas gigantes. 

Mas antes do deleite da chegada, uma longa jornada nos mostrou outras faces do país, com estradas infinitas com pouquíssimo movimento de carros e intenso tráfico de bicicletas, que é o meio de transporte mais usado pelos locais, seja como táxis ou para carregar objetos, incluindo imensos cachos de bananas e até botijões de gás que eles levam colina acima, mostrando uma força física impressionante. 

Depois de cinco horas entre paisagens que se alternavam, num incrível contraste entre a vista frondosa das densas florestas e a aridez da savana africana, chegamos ao One&Only Gorilla’s Nest. 

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Casal de grou-coroado-oriental, ave símbolo de Ruanda | Foto: Getty Images
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Membro da tribo milenar Iby’Iwacu a caminho da Montanha dos Gorilas

Aos pés da cordilheira do Vulcão Virunga, o lodge é incrível e fica a noroeste do país. Mas seu grande diferencial mesmo é a localização, a poucos minutos do Parque Nacional dos Vulcões, que abriga a maior floresta de gorilas das montanhas do mundo e tem cinco vulcões adormecidos, além de uma impressionante fauna, incluindo macacos dourados, elefantes, búfalos, hienas pintadas e 29 espécies endêmicas.

Capaz de proporcionar mordomias quase impensáveis em um lugar tão longínquo, o lodge nos recebeu com grande impacto, já que a propriedade é cercada por árvores gigantescas e adornada por um colorido jardim florido. Ficamos hospedados em uma vila em meio à floresta, com tratamento cinco estrelas, incluindo jantares gastronômicos e a degustação de vinhos memoráveis, harmonizando os pratos na noite que antecederia o grande encontro. Estava com o coração a mil, mas o silêncio da floresta foi capaz de relaxar qualquer ansiedade.

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O grande encontro com os gorilas das montanhas

Acordamos movidos pela adrenalina: o grande dia havia chegado. Fomos de carro até o centro de conservação dos gorilas das montanhas, administrado pelo ORTPN (escritório de turismo dos parques nacionais de Ruanda). É ali que acontece o treinamento de como deveríamos nos comportar diante dos animais e dos sinais que eles dariam sobre estarem ou não confortáveis com a nossa presença. Os ruídos e sons que eles emitem e a maneira como se movem são um aviso de que tudo está bem, ou não. Como ficaríamos frente a frente e a poucos metros de distância, nosso guia nos orientou a nunca encararmos os gorilas nos olhos e, caso algum deles nos encarasse, deveríamos baixar a cabeça e olhar para o chão. Também se um deles viesse nos tocar, a ordem era ficar imóvel, jamais correr. 

Há, hoje, 22 famílias de gorilas vivendo nas montanhas, um total de 362 animais. Para avistá-los, é preciso escolher o nível da trilha: existem três tipos diferentes de caminhada montanha acima, com níveis de dificuldade variados – de duas a oito horas de duração – sempre acompanhadas por guias e guardas locais. Além disso, o número de visitantes é bastante controlado – fizemos nossas reservas com meses de antecedência. 

Depois das minuciosas instruções, partimos para a nossa grande e inesquecível aventura. Já no início da subida avistamos vários pássaros que passaram a nos acompanhar. Qualquer barulho nos chamava a atenção e, de repente, atrás de um bambuzal, demos de cara com um deles que, alheio à nossa presença, a menos de dois metros, comia tranquilamente seu bambu (eles são herbívoros e alimentam-se principalmente dessa planta).

gorilas das montanhas ruanda
gorilas das montanhas ruanda
One&Only Gorilla’s Nest
One&Only Gorilla’s Nest | Foto: Divulgação

Demos alguns passos adiante e, qual não foi nossa surpresa, ao nos vermos frente a frente com um silverback, o patriarca do bando, um gigante de até 270 kg, cujas costas são cobertas por pelos prateados (daí o nome). Mais uma vez parecemos não incomodar, já que, tranquilo, ele passou bem perto do nosso grupo, seguido por um filhote para dentro da mata fechada. 

Seguimos em frente e logo nos deparamos com a família inteira, formada por várias fêmeas, machos e filhotes de todas as idades que, ao nos verem, pareciam nos observar, e não o contrário. Embora enormes e pesados, eles são ágeis e escalam árvores com uma velocidade impressionante. Ali se alimentam de folhas, dormem entre galhos ou simplesmente brincam, balançado para a frente e para trás.

Ficamos com eles por cerca de uma hora e meia observando seus movimentos, a doçura do tratamento das mães com seus bebês, e a familiaridade com nós mesmos, já que os gorilas compartilham 98% do DNA com os humanos.   Em certo momento, o silverback veio e deitou-se muito perto de onde estávamos. Logo toda a família – num total de 18 gorilas – se aproximou para a siesta pós-almoço. Tudo muito tranquilo e em total harmonia. Estávamos encantados. Aquele, certamente, seria um momento para a vida inteira. Descemos a montanha com uma sensação rara de felicidade, realização, paz e gratidão por aquele lindo presente da natureza.

Luxo original 

Era hora de partir para nosso último, mas não menos incrível, destino. Nossa casa pelos próximos dias seria o Singita Kwitonda, também localizado dentro do Parque Nacional dos Vulcões e cujo nome, Kwitonda, homenageia um gorila silverback que se tornou uma lenda na região. Já na chegada fomos recebidos em clima de festa, com música e dança locais, antecipando uma estadia feita de leveza e muitas belezas: o lugar tem impressionantes vistas para os vulcões, de tirar o fôlego, além disso faz fronteira por mais de 1 km com o parque. Um dos traços mais marcantes do Singita Kwitonda é sua vocação sustentável, com diversas ações que se pode conhecer durante um passeio (de bike ou a pé) pelo lodge, caso da imensa horta orgânica onde os próprios hóspedes são convidados a colher o que gostariam de comer em sua próxima refeição preparada no hotel. 

No mesmo dia, um programa bem original nos colocou, literalmente, para dançar durante uma visita a uma tribo local que, mais uma vez, nos recebeu com alegria e acolhimento. Entre as batidas dos ritmos locais fomos conhecendo seus costumes, suas ervas medicinais e envolvidos pela energia rara de sua incrível gente. 

É difícil explicar a intensidade de uma viagem como essas. De alguma maneira sabia que, ao voltar, me sentiria transformada depois de tantas experiências intensas e aventuras marcantes. Além de claro, ter trazido na bagagem a certeza de que esse não foi o meu último encontro com esses gigantes gentis e com esse lindo país que nos recebeu de braços – e corações – abertos. Quando penso agora, uma única frase vem à minha cabeça: Ndagukunda, que em quiniaruanda, idioma local, significa “eu te amo”, Ruanda. See you soon. 

Clique aqui para ler a matéria na íntegra na edição 07 da Revista UNQUIET.

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SUSTENTABILIDADE

Ações de conservação do meio ambiente e ações sociais

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A visão de conservação do Singita se baseia nos três pilares interdependentes de biodiversidade, sustentabilidade e comunidade.

Algumas ações que já surtiram efeito:

  • Metade dos alojamentos tem sistemas de energia solar limpa.
  • 90% dos gêiseres de lodges e acampamentos em Singita Serengeti são movidos a energia solar
  • Uma instalação fotovoltaica híbrida solar de pico de 1 megawatt reduziu o uso de diesel em mais de 70% no Parque Nacional Singita Kruger
  • O Parque Nacional dos Vulcões Singita está atingindo consistentemente uma taxa de reciclagem de 90%
  • 47% dos funcionários do SVNP são da comunidade local de Musanze (20 de novembro). Com a equidade de gênero no topo da agenda do governo de Ruanda, os funcionários do SVNP também estão em uma proporção perfeita de 50:50 entre homens e mulheres.
  • Os sistemas de água cinza são projetados para reciclar 60% da água do alojamento para irrigação
  • O design do alojamento garantiu que os cursos de água naturais pudessem retornar a esta propriedade com sistemas que permitiam que a água canalizasse sob as suítes dos hóspedes, quando necessário.
  • 61% dos itens de decoração de interiores foram adquiridos na África durante a construção do Singita Kwitonda Lodge e da Kataza House.

Site: singita.com/conservation/sustainability

Singita Kwitonda Lodge com o vulcão ao fundo | Foto: Divulgação
Mapa: Antônio Tavares

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