Em uma jornada de 31 dias, embarquei no navio SH Diana, da Swan Hellenic, partindo de Limassol, no Chipre, explorando o Mediterrâneo, o Mar Vermelho e o Oceano Índico, com paradas em destinos como Egito, Jordânia, Djibuti, Seychelles e Socotra, no Iêmen – o SH Diana foi, aliás, o primeiro navio de expedição a aportar nesse remoto arquipélago, tornando a viagem ainda mais especial. Lançada ao mar em maio de 2023, a embarcação tem capacidade para 192 hóspedes, em 96 espaçosas cabines e suítes. A dedicada equipe proporcionou um serviço personalizado, em um ambiente elegante e acolhedor, com instalações como sauna panorâmica, piscina, jacuzzi, spa, academia e lounges para palestras e relaxamento. A experiência gastronômica foi excelente, com dois restaurantes oferecendo uma variedade de pratos e uma seleção de vinhos cuidadosamente escolhida. Com todas essas comodidades e uma equipe excepcional, o SH Diana foi nossa nave-mãe, um porto seguro na exploração dos mares do mundo. Eu, que nunca fui superfã de navios, adorei a experiência. Viajar é sempre uma nova chance de conhecer, vivenciar ‒ aprender e respeitar as diferentes culturas ‒ e entender as pessoas e lugares do caminho.
Swan Hellenic
Benefício: Roteiro curado pelos concierges a bordo, incluindo a participação em palestras particulares com experts sobre os roteiros para leitores UNQUIET
- Use o código: UNQUIET
- Validade: Junho de 2025
Egito: Tomb Rider Feelings
Do Chipre, navegamos até o Egito e atracamos em Port Said, o ponto de partida para explorar o Cairo. Visitamos o Mercado Khan al Khalili, o Museu da Civilização Egípcia, o Museu Egípcio e o Mena House, enquanto nos hospedamos no Four Seasons Cairo. Esses dias foram culturalmente enriquecedores, caóticos e divertidos, com destaque natural para as monumentais pirâmides de Quéops, Quéfren e Miquerinos e a Grande Esfinge, de Gizé.
Depois atravessamos o Canal de Suez até o Golfo de Aqaba. Em Naama Bay, desfrutamos de um passeio de barco e mergulhamos no Mar Vermelho em Sharm-El-Sheikh, um dos melhores locais do mundo para o esporte, com uma rica fauna e flora marinhas. Em Luxor, começamos nossa jornada no imponente templo de Karnak e depois penetramos nos mistérios do Vale dos Reis, do Vale das Rainhas e do singular Templo de Hatshepsut, descendo pelos corredores escuros em direção às câmaras mortuárias – uma experiência fascinante.
Jordânia: na Cidade Rosa
Cruzamos desfiladeiros até chegar a Petra, a cidade perdida do ano 312 a.C., que se revelou muito mais incrível do que eu imaginava. O famoso sítio arqueológico foi a capital do Reino Nabateu e fica no sudoeste da Jordânia, em meio a cânions e montanhas escarpadas no deserto. Petra já foi um próspero centro comercial das rotas entre a Arábia, o Egito e o Mar Mediterrâneo. A chegada é superemocionante. Anda-se muito até um estreito cânion chamado Al Siq, que exibe palácios, templos, tumbas, depósitos e estábulos esculpidos em penhascos de arenito rosa, o que lhe valeu o apelido de Cidade Rosa.
Djibouti: novos desafios
Djibouti, no Chifre da África, de importância estratégica entre o Mar Vermelho e o Golfo de Áden, nos recebeu calorosamente com uma festa no porto. Navegando entre culturas e idiomas como francês, árabe e dialetos dos povos nômades, exploramos a cidade com nosso guia, Hamada, aprendendo sobre as fissuras das placas tectônicas na Junção Tripla de Afar. No Lago Assal, 155 m abaixo do nível do mar, experimentamos sua água salgada, dez vezes mais salgada que a do Mar Morto.
Socotra: beleza surreal
Mais do que um ponto longínquo em meio ao Oceano Índico e o Mar da Arábia. Mais do que a terra das Dragon Blood Trees, cavernas, colinas pontuadas por pedras, rochas clivadas, picos bordando o horizonte, homens de sarongue e turbante e mulheres de chador. Mais do que o inacreditável mar azulado de águas transparentes e areia fininha, o que me pegou em Socotra foram as pessoas e sua gentileza, o misto de timidez, inocência e curiosidade. Chegar lá pela primeira vez em um navio de expedição foi um feito histórico, capitaneado por Patrizia Zito (leia a entrevista nesta edição).
Conhecida por suas paisagens deslumbrantes, seu isolamento levou à evolução de mais de 800 espécies endêmicas, incluindo as lendárias Dragon Blood Trees, cartão-postal desse destino surreal, com seus troncos retorcidos e uma coroa de folhas que parecem um guarda-chuva. Elas produzem uma resina vermelho-sangue com propriedades para usos medicinais, e algumas vivem mais de mil anos. É uma experiência única caminhar entre essas árvores milenares e sentir a atmosfera mística do lugar, um Patrimônio Mundial da Unesco.
Uma vez ali, pode-se optar por acampar ou passar o dia em Socotra e dormir no navio. Escolhi a primeira alternativa e curti ver as estrelas e vivenciar o lado mais rústico de dormir em uma barraca e acordar ao nascer do sol para explorar a região com os guias.
Seychelles: vibe franco-africana
O SH Diana aportou em Mahé, a principal ilha do arquipélago no Oceano Índico, na África Oriental, após três dias de navegação em alto-mar. A influência francesa e a ginga africana encontram o cenário perfeito ali e o mood relax e caloroso entra na pele – junto com as cores naturalmente saturadas, que parecem filtro. Depois de um rolê fashion e fun em Port Victoria, seguimos para a Praia de Grand Anse, onde almoçamos, demos um mergulho e observamos os pescadores de atum à beira-mar. No dia seguinte, acordamos em frente a uma joia de ilha deserta: Bijoutier, que justifica o nome e redefine o conceito de ilha perfeita. Faz parte do Atol Alphonse e foi a nossa primeira parada após deixarmos Mahé.
Off grid: natureza rara
Após quase um mês no mar, o itinerário nas Seychelles tornou-se cada vez mais NatGeo, com ilhas e atóis remotos, ricos em flora e fauna preservadas e de vital importância para o planeta. Visitamos lugares como Astove, Cosmoledo e o Atol de Aldabra, pelo qual Darwin e Cousteau se encantaram. Um dos maiores atóis de coral do mundo, é um anel de quatro ilhas envolvendo uma lagoa tropical rasa, protegida por um enorme recife. Para chegar a ele é necessária uma autorização exclusiva, para minimizar o impacto ambiental a esse Patrimônio Natural da Unesco. Ninguém fica mais do que algumas horas em Aldabra, onde um time da Seychelles Islands Foundation cuida e monitora o atol e seu entorno, o lar de cerca de 3 mil espécies de vida selvagem, incluindo tartarugas gigantes, fragatas e drongos – numa prainha deserta, esses pássaros voavam sobre nossa cabeça enquanto o sol pintava o horizonte, transformando a paisagem e as cores do dia.
A intensidade da viagem, repleta de descobertas, conhecimento, intenção e conexão, foi uma experiência que jamais será esquecida. As hashtags da Swan Hellenic fazem jus ao que vivi a bordo: #SeeWhatOthersDont.
Clique aqui para ler a matéria na edição 15 da UNQUIET.
Principais medidas de sustentabilidade promovidas pela Swan Hellenic:
- Redução da pegada ambiental: a Swan Hellenic adota práticas e tecnologias para minimizar o impacto ambiental de suas operações, superando normas internacionais. Isso inclui redução do consumo de energia, água e emissões de gases de efeito estufa.
- Combate às mudanças climáticas: a empresa toma medidas concretas para reduzir sua contribuição para o aquecimento global e oferece oportunidades educacionais para os hóspedes se envolverem na pesquisa climática.
- Conservação dos ecossistemas marinhos: como líder em cruzeiros culturais de expedição, a Swan Hellenic protege o meio ambiente de rios, mares e oceanos por meio de políticas rigorosas e tecnologias avançadas.
- Respeito e preservação das culturas locais: a SH valoriza as comunidades visitadas e suas tradições.
- Apoio a iniciativas educacionais e comunitárias: a empresa vai além de visitar destinos ao implementar essas ações.
- Uso responsável de recursos marinhos e abastecimento de alimentos: prioriza peixes sustentáveis aprovados pelo WWF e ingredientes regionais para reduzir a pegada de carbono e apoiar as economias locais.
Na prática, a Swan Hellenic demonstram seu compromisso com a sustentabilidade de diversas maneiras em seus navios:
- Eliminação de plásticos de uso único e oferta de garrafas de água recarregáveis em estações de abastecimento no navio.
- Uso de materiais reciclados em suas operações.
- Implementação de iluminação LED de baixo consumo em toda a frota.
- Utilização de sistemas de controle climático inteligentes.
- Parceria com a Fundação Philippe Cousteau e com a ONG SDG4MED para contribuir com a restauração dos oceanos até 2030.
- Realização de pesquisas importantes em lugares remotos, como o Ártico e a Antártica, em colaboração com cientistas da fundação.
- Oferta de um programa de ciência cidadã a bordo, permitindo que os hóspedes participem da coleta de dados e interajam com cientistas convidados.