NY: onde a Arte acontece

Além do circuito dos grandes expoentes da cena cultural, a Big Apple permite um roteiro artsy que se renova a cada visita, por meio de galerias, exposições sazonais, grandes coleções revisitadas e sutilezas

Há cidades talhadas para determinados tipos de viagens e de viajantes. Algumas são gastronômicas, outras fortemente culturais, muitas são históricas, políticas, românticas, noturnas… Poucas, no entanto, são tudo ao mesmo tempo, o tempo todo. Nova York é com certeza o melhor exemplo dessa conjunção de potenciais. E não decepciona, seja qual for o olhar que se busque em uma visita. O meu, dessa vez, foi voltado para a arte: um programa pontuado pela miscelânea possível dentro, mas principalmente fora do circuito dos grandes museus mais conhecidos do grande público. 

Sempre impactantes e com um acervo de interesse atemporal, estandartes da cena cultural da cidade, como o Metropolitan Museum of Art (ou apenas The Met), o Guggenheim, o Whitney Museum e o MoMA, são impossíveis de ignorar, já que, além das coleções permanentes, oferecem mostras e exposições sazonais dos mais variados interesses. Nesse caso, vale ficar de olho na programação e tentar combinar seu roteiro às datas dos temas que mais atraem o seu gosto. No programa do MoMA, por exemplo, a esperada 40ª edição da série New Photography mostra o trabalho de 13 artistas internacionais que exploram narrativas de pertencimento em contextos urbanos e culturais diversos, em cartaz até janeiro de 2026. No mesmo período, a retrospectiva de uma escultora nipo-americana reúne mais de 300 obras, incluindo instalações públicas, esculturas de arame e bronze e desenhos, um acontecimento que promete movimentar o museu. Seja qual for a escolha, a melhor opção é sempre combinar as mostras temporárias com uma visita ao acervo fixo do museu, sempre um deleite para a alma: de Chagall a Van Gogh, de Klimt a Picasso, do pós-impressionismo de Cézanne à pop art de Andy Warhol, uma viagem no tempo por meio de grandes ídolos. 

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Experiência sensorial no observatório Summit One Vanderbilt
A obra Oficial e Garota Sorrindo, de Johannes Vermeer, do acervo permanente da Frick Collection

Depois de uma manhã imersa nesse universo, outro ponto alto do MoMA é seu caráter cool, um lugar que envolve todos em torno do mesmo objetivo, que é vivenciar a arte, mas que permite ir além. E a gastronomia é uma dessas extensões. Há várias opções no complexo que abriga o museu, mas o The Modern faz as vezes de restaurante gastronômico, com uma alma bem nova-iorquina e pratos que transitam pela cozinha contemporânea, com sotaques franceses, italianos e orientais. O gran finale perfeito para celebrar o belo. 

O Grande Retorno 

De volta ao Upper East Side, a poucos minutos de distância do simpático e low profile The Park Lane, onde me hospedei durante parte da minha semana artsy, estava o grande motivo de minha incursão: a reabertura da Frick Collection, após quase uma década de reformas. A propriedade, que pertenceu ao magnata do aço Henry Clay Frick, bem em frente ao Central Park, exalta a opulência de outrora, trazendo a público a coleção de arte do industrial, que reúne obras dignas dos melhores acervos do mundo. A revitalização preservou os espaços históricos e peças originais, incluindo os móveis franceses, as paredes cobertas por tecidos e os tetos ornamentados e ricamente talhados, e ainda expandiu a área das galerias, para incluir um acesso inédito ao segundo andar, onde é possível visitar dez novos salões da área íntima da mansão.

A fachada da imensa propriedade do magnata Henry Clay Frick, convertida em museu | Foto: Getty

A cada novo ambiente, a sensação é de uma viagem ao universo da família Frick e sua intensa paixão pela arte, a exemplo da nova Cabinet Gallery (dedicada a desenhos raros de Goya, Ingres e Whistler, para citar alguns) e dos impressionantes objetos de arte sacra e porcelanas do acervo da família (hoje em exposição em diversas salas, com peças de beleza e de valor inestimável confeccionadas em diferentes lugares e épocas). Para os entusiastas dos grandes clássicos, o principal destaque da coleção são as três obras da breve produção do artista holandês Johannes Vermeer, considerado um dos maiores pintores da Era de Ouro holandesa: o mais famoso de seus quadros é Menina com Brinco de Pérola. As obras A Menina Interrompida em Sua Música, Oficial e Garota Sorrindo e Senhora e Criada estão em exposição permanente na Galeria Oeste, ao lado de grandes mestres, como Rembrandt. 

O quadro O Cavaleiro Polonês, de Rembrandt
O pátio interno da Frick Collection

Reaberta
após longo
período de
revitalização, a
Frick Collection
expandiu as
áreas de galerias
e inaugurou
ambientes
inéditos ao
público

Impossível não se emocionar e deixar que cada pedacinho da mente seja estimulado por tantas referências do passado em forma de arte e delicadeza. Saí da propriedade em direção à Madison Avenue, a poucos passos dali, para um verdadeiro choque cultural: o luxo impresso nas fachadas e vitrines das lojas de grife de uma das vias mais elegantes da cidade, embora efêmeras e muitas vezes meramente comerciais, não deixa de ter seu lugar no olhar de quem passa. Em especial se a ideia é driblar as grifes convencionais e voltar o foco para as butiques de criadores e estilistas que, devagar, vêm galgando seu espaço num dos ambientes mais concorridos da Big Apple, trazendo tradições e referências autênticas e sustentáveis à moda, com peças que, pensando bem, não deixam de ser, de muitas formas, arte. Um bom exemplo desse movimento, a designer colombiana Johanna Ortiz se apodera de inspirações de seu país de origem, da cultura indígena e do movimento art déco para criar peças que utilizam tecidos e outros elementos naturais, como ráfia, palha e tramas variadas, que são produzidas em seu ateliê, que emprega mulheres da cidade de Cali, onde a marca nasceu. 

Uma das salas revitalizadas do mesmo museu

O dia termina, claro, em mais arte. Dessa vez com música e desenho, no lendário Bemelmans Bar, no hotel The Carlyle. Nomeado em homenagem ao artista e autor Ludwig Bemelmans, o lugar é famoso por murais ilustrados pelo próprio artista, em 1947. O ambiente é motivo de encantamento para qualquer comensal – e também pelo valor de suas memoráveis apresentações clássicas de jazz de grandes músicos da cena cult de Nova York. 

Novos Horizontes Andar por Nova York é observar o crescimento da cidade e desvendar novas formas, que se desenham conforme a metrópole se reinventa.  Em Midtown, o Summit One Vanderbilt é o mais novo observatório da cidade, cuja proposta é uma imersão cultural integrada ao skyline da Big Apple com uma experiência criada pela artista japonesa Yayoi Kusama.
Já a região de Hudson Yards, antes uma área marginalizada, é o melhor exemplo recente dessa mudança. O distrito foi convertido em um bairro moderno, repleto de lojas, galerias e um enorme mall, com grifes exclusivas e um serviço de compras personalizado, além do famoso The Vessel, uma escultura interativa de 46 m de altura projetado pelo inglês Thomas Heatherwick no coração do bairro e um importante marco da paisagem nova-iorquina desde a sua inauguração, em 2019. Seu design foi inspirado pelas históricas cisternas indianas.

Skyline de Nova York através do observatório The Summit
Sala da experiência Affinity, no Summit One Vanderbilt

Depois da impressionante experiência diante do The Vessel, meu dia foi voltado para um circuito de galerias independentes, que a cada parada se expandia em novos universos de cores, formas e estímulos. No charmoso Lower East Side, a Perrotin é um polo global de arte contemporânea desde 1990, com uma curadoria vibrante e um mix de artistas consagrados e outros em início de carreira, e todos acolhidos pelo ambiente inspirador do edifício histórico, que ocupa o número 130 da Orchard Street. Na vizinhança, a Canada Gallery é um símbolo da arte independente desde o início do século XXI e representa nomes como Katherine Bernhardt e Luke Murphy, para citar alguns artistas. Ao andar pelo Lower East Side, perca-se na energia vibrante do bairro e visite outros expoentes da cena, a exemplo da Karma, da Lyles & King e da irreverente The Hole, as três com propostas diferentes.

A descolada fachada da galeria Perrotin
O interior da Canada Gallery
O martíni original, criado no bar do The Knickerbocker

Criadores e criaturas 

O dia, mais uma vez, terminou entre ótimas histórias da vanguarda nova-iorquina, em um dos ambientes que tanto inspiraram artistas de diversas gerações. O bar do The Knickerbocker Hotel, inaugurado em 1906, foi por décadas o meeting point de figuras lendárias, como F. Scott Fitzgerald, Enrico Caruso e John Barrymore, já que, além do ambiente sofisticado, é também conhecido como o lugar onde o barman Martini di Arma di Taggia teria criado o drinque Dry Martini. Reaberto em 2015, após décadas funcionando como um edifício comercial, o hotel e o bar resgataram o charme da belle époque e hoje são chancelados pela Leading Hotels of the World e atendem como um dos endereços mais cool da cidade para finalizar ou começar a noite. Se bem que, em Nova York, os dias, assim como as possibilidades, são infinitos…     

united.com 


NY além das galerias

A arte de viver Nova York estende-se à mesa e à hospitalidade. Selecionamos endereços que dialogam com a efervescência cultural da cidade, do glamour histórico de Midtown ao skyline vibrante do Brooklyn, para transformar cada pausa do seu roteiro em uma nova descoberta.

O Skyline de NYC: um colássico | iStock

Grand Brasserie
Depois de visitar o The SUMMIT One Vanderbilt, seu próximo destino deve ser a Grand Central Station, que além de edifício histórico, é um spot gastronômico em Manhattan. Para acertar em cheio, a Grand Brasserie, situada no Vanderbilt Hall, guarda em seus amplos salões o glamour da arquitetura do início do século XX. O ambiente chic-descolado é a cara da cidade, mas com um perfume parisiense e menu inspirado nas clássicas brasseries para brunch, almoço ou jantar.

Chá da Tarde no The Plaza
Um dos cenários que habita o inconsciente coletivo sobre Nova York, o hotel The Plaza serve um dos chás da tarde mais famosos da cidade. No salão Palm Court, a experiência segue à risca a etiqueta britânica, com amplo menu de chás, os clássicos sanduichinhos de pepino, scones e uma seleção de doces sofisticados.

BondST
Além do consumo de alto luxo, Hudson Yards consolida-se como polo gastronômico na Big Apple. O melhor exemplo é o BondST (filial da famosa casa na Bond Street), localizado no último piso do complexo. O menu inspira-se na gastronomia japonesa tradicional com toques contemporâneos nas receitas e na apresentação. É o lugar ideal para sentir a plenitude cosmopolita da cidade, com uma das mais belas vistas da região.

Brooklyn
Atravessar a ponte sobre o East River é parte essencial da experiência. O distrito guarda o Brooklyn Museum, que em 2025 celebra 200 anos com um acervo de mais de um milhão de obras, da arte egípcia a coleções contemporâneas, além de um lindo jardim de esculturas. Após o programa cultural, reserve um almoço no 1 Hotel Brooklyn Bridge, instalado à margem do rio. Com vistas incríveis, é um dos endereços mais cool do distrito e ícone de sustentabilidade hoteleira em NYC.

United Airlines
Chegar e sair de NY pelo aeroporto de Newark é uma excelente estratégia para ganhar tempo. Embora mais distante que o JFK, é mais ágil e oferece lounges exclusivos (como o United Polaris Lounge) para passageiros da Classe Executiva da United Airlines, que possui um importante hub no aeroporto.

O lendário Bemelmans Bar, no Carlyle Hotel

Matéria publicada na edição 20 da Revista UNQUIET.

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SUSTENTABILIDADE

Ações de conservação do meio ambiente e ações sociais

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Park Lane Hotel New York

Ações ecológicas e redução de resíduos

  • O hotel adota várias medidas eco-friendly, incluindo:
    • 80 % da iluminação com lâmpadas LED
    • Proibição de plásticos descartáveis como canudos, stirrers e garrafas de água/soda
    • Uso exclusivo de copos e utensílios reutilizáveis
    • Produtos de limpeza e amenities ecossustentáveis
    • Ducha com eficiência hídrica
    • Separação e reciclagem de resíduos
    • Alimentos de origem local e orgânica (80 %)
    • Opções vegetarianas e veganas no menu Reservations.comagreatertown.com
    • Vegetable garden & farm prevendo cultivo local Reservations.com

Certificações ambientais

  • O hotel é Green Key Global-certificado, que avalia impacto ambiental, cultural, comunitário e econômico
  • É classificado como Eco-Certified Property (propriedade ecológica) hotels

Acessibilidade e inclusão

  • O Park Lane Hotel (nova york) segue rigorosamente padrões de acessibilidade, incluindo:
    • Conformidade com ADA e acessos facilitados em toda a estrutura
    • Rotas acessíveis para entrada, elevadores, banheiros, áreas eventuais, balcões de recepção e utensílios adaptados (TTY, alertas visuais, fechaduras com estroboscópio etc.)
    • Permite animais de serviço e oferece suporte para necessidades específicas Park Lane New York

Cultura, arte e comunidade

Em homenagem ao Mês da História das Mulheres, o hotel exibiu exclusivamente obras de arte criadas por mulheres em seu lobby, prolongando a instalação durante o verão Forbes

Ilustração: Antônio Tavares

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