Praga

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Planejei muitas vezes ir a Praga, mas sempre acabava acontecendo algo e a viagem ia sendo adiada. Uma vez em Viena cheguei a trocar na véspera o destino por Budapeste – e confesso que me arrependi. Esperava ir no verão para desfrutar a cena LGBTQIA+ de Praga, a maior do Leste Europeu (famosa pelos sites adultos tchecos). A oportunidade surgiu no inverno passado e Praga acabou sendo o último destino internacional que visitei pouco antes do fechamento das fronteiras causado pela pandemia, no começo de março de 2020. 

A viagem começou no trem em Dresden, serpenteando as majestosas paisagens do rio Elba, pontuada por românticos vilarejos alemães e tchecos. Como fiquei hospedado bem próximo à Torre do Relógio Astronômico na Praça da Cidade Velha, comecei a descoberta pelo centro histórico, um dos mais belos conjuntos arquitetônicos do mundo. Um presépio bem conservado, mistura de estilos que vai do gótico ao cubista, passando pelo renascentista e o medieval no bairro judeu de Josefov, com lindos monumentos.

Praga LGBTQIA +: Torre do Relógio Astronômico atração da cidade
Torre do Relógio Astronômico de Praga | Foto: iStock
Praga LGBTQIA +: Museu Kafka
Museu Kafka | Foto: iStock
A torre de Pólvora em Praga
Torre de Pólvora | Foto: iStock

Essa região central é relativamente pequena e pode ser visitada em um dia, não deixando de lado pontos como a Torre de Pólvora e o Smetana Hall, uma das mais belas salas de concerto da Europa. Aproveite para comer um doce no café art nouveau do teatro ou no vizinho art déco Café Imperial.

Mesmo sendo baixa temporada, a quantidade de turistas se trombando pelas ruas apertadas chega a causar um certo incômodo.

A noite no centro de Praga tem algumas opções LGBTQIA+, como o divertido Cafe Flirt, mas a cena gay tradicional se desenvolve pelas ruas do bairro vizinho, Vinohrady e tem o The Saints como bar com mais estilo. Os clubes e saunas são famosos entre turistas estrangeiros, mas confesso que depois da agitada temporada alemã preferi iniciar o dia seguinte cedo e bem-disposto. 

Ponte Charles com um barco passando a frente
Ponte Charles | Foto: iStock

Comecei atravessando a magnânima Ponte Carlos (ou se preferir Charles Bridge), principal cartão-postal da cidade que dá acesso ao Castelo de Praga. Listado no Guinness como maior castelo do mundo, é um imenso complexo de edifícios, igrejas, praças e até uma vinícola, com vista privilegiada para toda a cidade. Na descida do monte do castelo, à beira do rio, fica o Museu Kafka que propõe um mergulho na vida e no universo do mais famoso escritor tcheco. Na saída reservei um bom tempo para apreciar o passeio pelas margens do rio Moldova, com seus edifícios monumentais e ótimos cafés pelo percurso.

Escultura em homenagem Kafka
Homenagem a Kafka | Foto: André Fischer
Prédio cubista | Foto: iStock
Estátua de Kafka | Foto: André Fischer

Praga correspondeu totalmente às expectativas. Mas a surpresa da viagem viria no terceiro dia. Karlín, antigo bairro industrial vizinho do centro, foi destruído em uma inundação em 2002 e ressurgiu como um novo polo gastronômico e da noite mais cool. Antigas fábricas e prédios abandonados viraram escritórios, mercados e galerias de arte. Um tanto gentrificados, verdade seja dita, mas com muita personalidade. Arranjei um jeito de almoçar e tomar café várias vezes em um dia para poder desfrutar de lugares como Kafe KarlinMůj šálek kávyKrystal Bistro e Proti Proudu (sobreviveram à pandemia). 

Segui o conselho do letreiro instalado sobre o túnel para pedestres meio secreto, que corta o caminho entre Karlin e Zizkov, o novíssimo bairro descolado de Praga: Neboj. Que em bom tcheco quer dizer ‘não se preocupe, não tenha medo’.

Praga LGBTQIA+: Fachada do Saints bar com frequentadores na frente
The Saints bar | Foto: Reprodução
Castelo de Praga todo iluminado, visto da água
Castelo de Praga | Foto: iStock
Rio Moldova com vários cisnes
Rio Moldova | Foto: iStock

Pride e Festivais:

A Prague Pride acontece na primeira semana de agosto e é de muito longe a maior do Leste Europeu – região que tem padecido sob governos LGBTfóbicos de extrema direita. Um dos destaques é o Pride Village montado na ilha Střelecký. Em agosto de 2021 deve acontecer a primeira edição do Summer Bear Prague, com mais de uma dúzia de eventos para a comunidade ursina.

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Eska, uma experiência gastronômica realmente imperdível em Karlín. Estrelado pelo guia Michelin, o misto de restaurante, café e padaria tem a cozinha totalmente exposta ao público e é um dos melhores exemplos da chamada “nouvelle czech cuisine”.

Fachada de prédio de arquitetura cubista
Predio cubista | Foto: iStock

Onde Ficar:

Emblem Hotel Prague
Boutique, estiloso, com ótimo spa, localizado no centro antigo, próximo da torre do relógio astronômico da cidade. Queridinhos do público “young professionals”, o hotel conta com um bar animado aos finais de tarde. 

The Augustine 
Localizado próximo do castelo de Praga, com um amplo e agradável jardim, é a opção ideal para quem quer se recolher do agito da cidade antiga em um oásis que parece ter saído de um conto de fadas. 

Vinohrady, o bairro LGBTQIA+ de Praga | Foto: iStock

Idiomas oficiais: Tcheco, inglês falado no comércio
Moeda: Coroa Tcheca
Clima: O verão é a melhor época para visitar a República Tcheca e os países do Leste Europeu em geral. Primavera e outono são agradáveis, mas o visitante pode ser surpreendido com chuvas e ventos fortes, na estação que antecede o inverno. Apesar do inverno rigoroso, Praga continua a pulsar a vida cultural com concertos, balés e exposições culturais durante o ano todo.

Fachada do Café Flirt, um dos cafés da cena LGBTQIA + de Praga
Cafe Flirt, opção LGBTQIA+ no centro de Praga | Foto: Reprodução

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