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Arte às margens do Hudson
A 20 quilômetros do Storm King Art Center, na margem oposta do Hudson, o museu Dia Beacon é um bom complemento para um mergulho mais profundo na produção artística contemporânea dos Estados Unidos. Assim como seu vizinho, o acervo se concentra em obras do pós-guerra (1945 em diante). A diferença é que, aqui, elas se encontram abrigadas em um colossal edifício quase centenário com 28 mil metros quadrados de área. Não que as criações também não recebam a luz solar: no teto, 3 mil metros quadrados de clarabóias banham de luminosidade as dezenas de pinturas, esculturas e instalações de artistas como Andy Warhol, Richard Serra, Sol Lewitt, Dan Flavin e Louise Bourgeois.
Beacon é uma cidadezinha de 15 mil habitantes que foi um grande polo industrial entre a segunda metade do século 19 e a primeira do século 20. Depois caiu em decadência e só renasceu quando a Dia Art Foundation, uma das mais importantes instituições americanas de arte contemporânea, deu nova vida a uma antiga fábrica de impressão de embalagens da fabricante de biscoitos Nabisco, construída em 1929. Com sua arquitetura de linhas retas, composta de tijolo, aço e concreto, e seus grandes vãos, o edifício parecia mesmo ter sido feito para abrigar o museu.
Inaugurado em 2003, o Dia Beacon acabou sendo o maior e mais novo dos três museus criados pela Dia Art Foundation para preservar parte de seu acervo de mais de 900 obras. Em comum entre os três, a preferência por restaurar construções históricas e transformá-las em espaço expositivo. O primeiro, o Dia Bridgehampton, foi instalado em 1983 em uma estação de bombeiros do começo do século 20 em Long Island. O Dia Chelsea veio depois, em 1987, e desde então tem ocupado diversos edifícios centenários em Manhattan.
Até a inauguração do Dia Beacon, o museu de Chelsea era o principal depositário do acervo da fundação; depois entrou em crise, chegou a ser desativado, mudou de endereço e enfim ressurgiu após dois anos de uma reforma milionária. O novo Dia Chelsea foi inaugurado em 16 de abril, vizinho ao viaduto High Line, transformando 2 mil metros quadrados de uma velha marmoraria no mais novo museu de arte contemporânea de Nova York.
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