Ibitipoca MG

Surpresa mineira
Embora mínimo, este lugarejo de menos de 2 mil habitantes coleciona fãs. Em especial entre a turma do off-road

Oferecimento:

Primeira recomendação: não chegue com pouco combustível.

Quando passar por Lima Duarte, a cidade mais próxima – e da qual Ibitipoca é distrito –, encha o tanque do seu Mitsubishi. É providencial. Acontece que Conceição do Ibitipoca, a 26 quilômetros de Lima Duarte, por estreita estradinha de terra, não tem posto de gasolina. Bem, também carece de agências bancárias. Portanto, traga dinheiro vivo. Até porque o comércio deste lugarejo, com menos de 2 mil habitantes, em geral, não aceita cartão de crédito. Ah, melhor avisar também que o celular dificilmente “pega” por aqui.

Dito assim, pode parecer que se trata de um povoado sem maiores atrativos, perdido no sul de Minas Gerais, a 324 quilômetros de Belo Horizonte, 272 do Rio de Janeiro e 497 de São Paulo. Basta, no entanto, aportar em Ibitipoca (do tupi-guarani, “montanha fendida”) em um fim de semana para notar as pousadas lotadas e as ruazinhas apinhadas de carros Mitsubishi 4×4. Sobretudo entre abril e outubro, quando chove menos e os acessos são mais fáceis.

Ponte de Pedra em Ibitipoca(Márcio-Motta – Flickr)
Amanhecer Ibitipoca (Márcio Motta – Flickr)
Foto: Glauco Umbelino – Flickr
Foto: Rodrigo Amorim – Flickr

Tal procura acontece, sobretudo, em virtude do notável e bem cuidado parque estadual do Ibitipoca. Suas trilhas levam a mirantes, cachoeiras, paredões rochosos e grutas. Ou seja: Ibitipoca tem diversos atrativos. A começar pelo sossego e pela total despretensão. Ninguém se preocupa em ser chique por aqui.

Outro chamariz são os próprios moradores. Muitos deles, ao longo das últimas décadas, passaram a viver do turismo e a essa atividade se dedicam com simpatia. Sem esquecer que a prosódia local é uma atração a mais. Bão dimais da conta. O ambiente também é ótimo para quem gosta de fazer novas amizades entre a turma do off-road. Claro que uma cachacinha de boa procedência – mineira – ajuda. Há também as cervejas artesanais Ibit Beer, produzidas na vila. São saborosas.

Foto: Glauco Umbelino – Flickr

Um dos lugares em que um dia ou outro todo mundo vai é o Candeia Blues Bar, mais conhecido por bar do Firma. O exótico botequim, todo decorado com referências roqueiras, não é mais do Firma. Ainda assim, continua juntando muita gente boa. E mantém, claro, uma das artimanhas que fez a fama do lugar: o sistema de fios e roldanas por meio do qual chegam às mesas as cachaças artesanais.

Não deixe de conhecer também a casa Quitutes da Beth. A proprietária aprendeu as receitas com dona Maria, uma das mais conhecidas quituteiras da região. Experimente a especialidade local: pão de canela.

A cozinha típica mineira, como seria de supor, é o prato de resistência em Ibitipoca. O melhor lugar para apreciá-la? O mais tradicional é o Gula do Lobo Gourmet. Também faz sucesso o Ibitilua. Em especial, em virtude do torresmo e do pastel de angu. Bem próximo, o Cabra da Peste, por sua vez, mescla a cozinha mineira à do Nordeste.

Foto: iStock
Gula do Lobo Gourmet
Circuito Fora do Eixo – Flickr

Evidentemente, evite refeições de tal valor calórico antes de entrar no parque estadual do Ibitipoca. Leve alguns pães de canela para a hora da fome. Na portaria do parque, você receberá um mapinha com os três trajetos possíveis. Nenhum é moleza. Um deles leva à cachoeira Janela do Céu. No caminho, destaque para o ponto mais alto do parque, o pico da Lombada (1.784 metros). Também exige bastante a caminhada até o pico do Pião (1.722 metros). Uma subida e tanto. O trajeto menos cansativo leva à cachoeira dos Macacos e ao lago dos Espelhos. Ambos ficam perto da lanchonete do parque.

Os diversos trajetos off-road são outro motivo que atrai tanta gente à cidade. Não à toa, os motociclistas trail prestigiam com afinco o rali de regularidade para motos Ibitipoca Off-Road. Na 30ª edição da prova, em 2019, nada menos que 561 competidores se inscreveram. O passeio mais procurado é aquele pelo lado de fora do parque estadual, com parada em três quedas da Janela do Céu. Pode levar até 8 horas, de muita diversão.

Um dia de bastante agito requer um bom quarto para dormir. Mais uma vez vale dizer que, a despeito do tamanho, este lugarejo acena com opções de gente grande. É assim no Serra de Ibitipoca Hotel de Lazer, a apenas 2 quilômetros do parque. Os amplos chalés de tijolinho à vista têm cama king size e banheira de hidromassagem. Nas áreas comuns, piscina e quadras esportivas.

Os Chalés Vale do Sol também contam com infraestrutura adequada. Oferecem lareira e rede na varanda. Alguns são capazes de abrigar uma família inteira. Incluindo os cãezinhos. Sim, os Chalés Vale do Sol são pet-friendly.

A surpreendente Ibitipoca é amigável até nisso.

Foto: reprodução Site Serra do Ibitipoca

Foto: Reprodução, Site Chalés Vale do Sol

Serviço

Bar do Firma – R. Revalino Carvalho da Fonseca, (32) 98489-4656.

Quitutes da Beth – R. Fazenda do Tanque, s/n, (32) 3281-8167.

Gula do Lobo Gourmet – R. da Pedra Florida, 10, (32) 8455-6906.

Restaurante Ibitilua – R. Olga Silva de Oliveira, 46, (32) 99990-4547.

Cabra da Peste – R. Olga Silva de Silveira, 14, (32) 99999-6936.

Serra do Ibitipoca Hotel de Lazer – Fazenda Tanque, s/n, Estrada para o Parque, 2 km, (32) 98404-2885, serradoibitipoca.com.br

Chalés Vale do Sol – LMG-871, 34, (32) 98431-1054 chalesvaledosol.com.br.

Foto: Reprodução, Site Chalés Vale do Sol

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