Os três viajando pelo mundo ao sabor do vento, da chuva, das paisagens e de sua própria sorte. Viajando muito: oito anos América afora, encontrando pessoas, lagos e paisagens. A essência de viajar, de vivenciar novas culturas e de se juntar a elas sem amarras, apenas pelo prazer de experimentar novas sensações, lugares e sorrisos. Tudo documentado e dividido, em tempo real, com fiéis espectadores, que, com ele, almejavam viver tamanha aventura.
A simples sinopse da história de Jesse Koz e de seu golden retriever Shurastey (verso da música “Should I Stay?…”, do The Clash), a bordo de um alquebrado fusquinha apelidado de Dodongo, certamente teria uma recepção de gala no fechado mundo dos roteiristas de Hollywood.
Homem, cão, máquina e viagem longa serão sempre o projeto de easy riders do mundo todo. Jesse Koz foi acompanhado, dia a dia, por 400 mil seguidores (assim como o personagem de Tom Hanks, em seu maior sucesso no cinema, foi uma espécie de Forrest Gump, que atravessou a América correndo, no filme homônimo). Inspirou jovens, despertou sonhos e até hoje continua povoando as estradas de outros viajantes felizes como ele.
O projeto de Jesse teve início em Balneário Camboriú, seguiu até Ushuaia, na Argentina, e, da cidade mais austral do planeta, ele decidiu fazer do Alasca, a última fronteira da América do Norte, o ponto final de sua expedição. Milhares de pessoas esperavam vê-lo, ao lado de Shurastey, se aquecendo na fogueira, em um projeto realizado após 16 países e um sem-fim de aventuras.
Quis o destino, porém, que o “pé na estrada” do trio acabasse em tragédia, e cujos detalhes não interessam. Um reles acidente de trânsito. Pelos três personagens que hoje vivem em nosso coração, fica uma dor muda feita em migalhas. Pelo sonho de continuar na estrada, sem lenço e sem documento, fica a certeza de que viajar é um sonho que sempre vale a pena.