A curiosidade aguçou o talento de Kity Ramos. Ela sempre gostou de estar na natureza e, sobretudo, vivenciá-la em sua plenitude. “Passei a infância em uma fazenda no interior de São Paulo. Crescer por lá me fez ter uma ligação muito forte com a natureza. O gosto por tradições culturais, festas populares e artesanato também veio dessa época da minha vida”, conta ela, que descobriu também nesse meio sua vocação e sua paixão. “Sempre gostei de fotografar, mas foi depois de uma viagem para o Xingu, com fotógrafos, e em seguida para Kerala, no sul da Índia, que a fotografia aflorou em mim como uma forma de me conectar com as pessoas e os lugares independentemente das barreiras linguísticas”, explica.
Seu interesse em vivenciar diferentes realidades e registrar a vida em comunidades, culturas tradicionais e ancestrais, identidades intocadas nos lugares mais remotos – e muitas vezes inóspitos – do planeta também motivou e inspirou sua série de retratos com mulheres pelo mundo. “O trabalho de fotografar diferentes etnias surgiu do meu interesse em capturar a diversidade cultural e a força feminina que se expressa de maneiras distintas ao redor do planeta. Elas são as grandes guardiãs de suas culturas e é importante dar voz às suas histórias, mostrar os diversos papéis que desempenham em suas comunidades, bem como a força que têm para lidar com a adversidade. Fotografá-las é uma experiência transformadora, um grande aprendizado sobre empatia, cuidado e resiliência”, diz Kity sobre a impactante série que você nesta edição.
Com muito ainda por fotografar e viajar pela frente, Kity hoje divulga seu trabalho pelo perfil @kityramosphotos e planeja fazer um livro com imagens de povos tradicionais, cujo objetivo é mostrar um entendimento da história da humanidade que vem se transformando e, assim, conectando hábitos, arte, danças e rituais. “O trabalho fotográfico pode ajudar a preservar a riqueza das diversas tradições que nos fazem ser quem somos hoje”, diz.
Matéria publicada na edição 17 da Revista Unquiet.