Akira Cravo tem a arte no DNA. Neto do renomado escultor baiano Mario Cravo Júnior e filho do famoso fotógrafo (e também escultor) Mario Cravo Neto com a artista plástica Angela Cunha, Akira nasceu em um ambiente que propiciava criatividade e liberdade de expressão.
Foram muitas as influências. Tanto que, até se decidir pela fotografia, ele transitou entre a pintura e a escultura, sempre como autodidata. Foi seu pai, pouco antes de falecer, em 2009, quem o incentivou. “Era meu aniversário, e eu queria um par de óculos escuros. Ele me deu uma câmera cybershot pequenininha. Na época, não entendi, mas foi isso que fez aflorar minha intuição, fotografando a natureza macro na casa dele, no sítio onde morei e na minha casa em Piatã, em Salvador. Enquanto ele estava no tratamento do câncer, trocávamos e-mails das fotos e de músicas, que eram nossas paixões”, relembra.
Hoje, aos 31 anos, Akira tem um trabalho consistente, baseado nos valores e nas referências que colecionou desde muito cedo. “Não tenho como negar que é a minha família, até hoje, a grande carga emotiva e evocativa que carrego nas costas”, diz ele, que também trabalhou com nomes como J. R. Duran e Araquém Alcântara durante sua formação.
Santo Amaro da Purificação, Bahia
Renunciando a modismos, Akira se vê em constante fase de construção, embora o objeto de suas lentes seja muito bem definido: a cultura popular brasileira, em especial a baiana, são suas imagens mais constantes. “Retratar o que poucos veem. Esse é o meu maior prazer”, explica ele, que já teve trabalhos exaltados em exposições individuais e coletivas em importantes centros culturais, como no Museu Afro-Brasileiro de São Paulo, na Galeria Lume, na Art Lima Peru e no Museu de Arte Moderna da Bahia, além de manter uma mostra permanente no Fera Palace Hotel, em Salvador. Este ano, ele estará no MedPhotoFest Italia, em exposição coletiva na Sicília.