Se você já “flanou” pelos arredores do Louvre, possivelmente se deparou com a estação Palais-Royal – Musée du Louvre, adornada por grandes miçangas coloridas de vidro, que lhe conferem uma atmosfera onírica. Trata-se da obra Kiosque des Noctambules, uma criação de Jean-Michel Othoniel, artista contemporâneo francês que exibe 70 novas obras no Petit Palais até 9 de janeiro de 2022. Essa é a maior exposição individual do artista em Paris desde a retrospectiva My Way, no Centro Pompidou em 2011.
Intitulada O Teorema de Narciso (Le Théorème de Narcisse), a mostra é inspirada no mito de Narciso e também na teoria dos reflexos. A proposta é questionar a relação do homem com a sua imagem – e provocar o visitante a descobrir através do reflexo uma outra imagem do mundo e de si mesmo. “O Teorema de Narciso está verdadeiramente colocado sob o signo do reencantamento e da teoria dos reflexos que desenvolvo há quase dez anos com a cumplicidade do matemático mexicano Aubin Arroyo e que mostro pela primeira vez na França”, explica Othoniel.
Para tanto, o artista utiliza materiais como vidros, metais, espelhos, luzes e suas famosas miçangas coloridas. Logo na escadaria do edifício, um rio azul em tijolos de vidro indiano chama a atenção dos transeuntes. Adentrando o museu, os visitantes se deparam com tijolos em fogo nas paredes, colares gigantes suspensos nas árvores e flores de lótus douradas que emergem e se espelham nos lagos dos jardins. As obras estão sempre em diálogo com os espaços do Petit Palais.
Com a exposição Le Théorème de Narcisse, Jean-Michel Othoniel quis “criar um lugar de irrealidade, de encantamento, de ilusão, de libertação da imaginação, um lugar na fronteira dos sonhos que nos permite o tempo da visita para resistir à desilusão com o mundo.”
