A Catedral de Santa Maria del Fiore, ou como é popularmente conhecida, o Duomo de Florença, está longe (e põe longe nisso) de ser um mero ponto turístico na capital da Toscana – e se assim fosse, nem estaria no nosso site, certo?
Esse marco da arquitetura italiana é um símbolo da engenhosidade humana que resistiu ao teste do tempo: com seus mais de 700 anos, a catedral continua a nos arrebatar com sua silhueta inconfundível.
Confira a seguir algumas curiosidades sobre a Catedral Santa Maria Del Fiore, o Duomo de Florença, na Itália.
1. Localização estratégica
A Catedral Santa Maria del Fiore fica no coração da cidade antiga, perto da Piazza del Duomo, espaço aberto que não só proporciona uma vista desobstruída desse complexo monumental, como também atua como uma cápsula do tempo. O resultado é uma experiência imersiva na Florença medieval e renascentista, onde gerações de cidadãos se reuniam para socializar e para o comércio.
2. Proeza da engenharia e do design
A construção da Catedral Santa Maria del Fiore, o Duomo, foi iniciada em 1296 (projetada inicialmente por Arnolfo di Cambio) e coroada pela cúpula inovadora de Filippo Brunelleschi em 1436, com seu tambor de 54 metros de diâmetro.
Essa grande cúpula octogonal, aliás, foi uma das primeiras do mundo construídas sem apoio central, uma proeza da engenharia e do design, consolidando Florença como o berço do Renascimento.
3. Dimensões Impressionantes
A Catedral Santa Maria del Fiore é a terceira maior da Europa, superada apenas pela Catedral de São Pedro, no Vaticano, e pela Catedral de Sevilha, na Espanha. As dimensões são tão grandiosas – 153 metros de comprimento e 90 metros de largura na base – que pode até ser difícil apreciar completamente sua escala sem um ponto de observação distante.
4. Competição que mudou a História
A história da cúpula do Duomo é tão dramática quanto inspiradora. Em 1418, cientes de que a tecnologia para erguer uma cúpula de tamanha magnitude ainda não existia, os responsáveis pela construção do Duomo promoveram uma competição buscando ideias inovadoras. Filippo Brunelleschi (1377-1446), um ourives e relojoeiro de formação, apresentou uma proposta audaciosa que não só ganhou a competição, mas também redefiniu os princípios da arquitetura.
5. Sem desenhos detalhados
https://revistaunquiet.com.br/?s=Floren%C3%A7aCuriosamente, Brunelleschi conseguiu persuadir a comissão a confiar em sua capacidade, sem apresentar desenhos detalhados de sua inovadora abóbada dupla. Ele acreditava que os detalhes técnicos de sua concepção poderiam ser facilmente roubados pelos outros competidores.
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6. Inspiração e genialidade
Para criar aquela cúpula enorme, Brunelleschi encontrou inspiração nas grandes cúpulas da Antiguidade, como o Panteão de Roma (reconstruído pelo Imperador Adriano por volta do ano 126 d.C.). Os métodos utilizados na Antiguidade, porém, tinham se perdido ao longo dos séculos. Brunelleschi então fez várias viagens a Roma para estudar as ruínas romanas, decifrando e adaptando tecnologias antigas para o contexto renascentista. Resultado: uma solução de engenharia completamente inovadora.
7. Fachada tricolor
A fachada do Duomo como vemos hoje não é a original. Construída com mármore colorido nas cores verde, rosa e branco, ela é relativamente moderna – foi construída apenas no século XIX. Seu desenho é baseado em um estilo gótico prevalecente, alinhado com a estrutura original da catedral. Essa combinação não apenas realça a estética da Catedral Santa Maria del Fiore, como também simboliza a riqueza florentina durante a Renascença – um reflexo do poder e da influência da cidade dentro e fora da Itália.
8. A Santa Cruz de Giotto
Um dos precursores do Renascimento, Giotto di Bondoneteve (1267-1337), ou simplesmente Giotto, teve um papel crucial na construção do Duomo: ele comandou as obras durante as etapas iniciais e criou a “Santa Cruz”, uma imponente torre campanária. A Torre de Giotto se destaca pela sua decoração elaborada e pela incorporação de obras de arte nas saídas de ar.
9. Portão do Paraíso
Eis como são conhecidas as portas leste do Batistério de San Giovani, parte do grandioso complexo do Duomo. Incrivelmente detalhadas, as portas de bronze criadas por Lorenzo Ghiberti foram trabalhadas pelo próprio Ghiberti por cerca de 27 anos (de 1425 a 1452) e estão entre as obras-primas do Renascimento. Elas passaram a ser chamadas de “Portão do Paraíso” por ninguém menos do que Michelangelo (1475-1564).
10. Explosão de arte interior
A arte no interior da Catedral de Santa Maria del Fiore se destaca em um imenso mosaico pavimentar detalhado, cheio de desenhos intricados que levaram séculos para ser concluídos. Isso inclui um labirinto embutido no chão por onde, no passado, peregrinos costumavam passar, de joelhos, em busca de absolvição. Afrescos de Giorgio Vasari (1511-1574) retratam cenas do Juízo Final, trabalho que resulta de uma empreitada gigantesca de seis anos para ser concluída por um de seus alunos, Federico Zuccaro.(1540/1541-1609 ) São afrescos que revestem uma área de aproximadamente 3.600m² – os maiores já pintados na História, um espetáculo impressionante de cor e detalhe.