A Serrinha é um bairro rural de Bragança Paulista, uma região de mananciais no início da Mantiqueira, às margens da represa do rio Jaguari, de onde vem parte da água que se bebe na cidade São Paulo. Já aí temos toda uma simbologia de doação. Foi na Serrinha que se encontraram, no início dos anos 1990, duas famílias com propriedades centenárias. Depois de viverem o ciclo do café e testemunharem o declínio de suas atividades agropecuárias nos anos 1960, elas se reinventaram a partir do Festival Arte Serrinha, um projeto comum que reúne cultura, educação, turismo e desenvolvimento sustentável.
Há mais de 20 anos o espaço cultural Serrinha promove um conjunto de iniciativas em arte e educação. Ele envolve livre criação, pesquisa e experimentação, difusão de conteúdos e oferta de experiências que priorizam as relações humanas e a reflexão.
Ponto alto dessas atividades, o Festival Arte Serrinha precisou se reinventar em 2020 para se adequar à pandemia, mas criatividade não faltou no seu novo formato. Com curadoria de Fábio Delduque, o evento teve como tema “Ciência e Arte”. Além das lives no YouTube/ArteSerrinha, a programação contou com oficinas online, residências e novos episódios do Podcast “Eu Te Como”.
Entre as oficinas, destacaram-se as de fotografia e performance, gastronomia ancestral e teatro digital. “Na Serrinha vou respirar arte, fazer som para aquecer os corações nesses tempos de distância e aproximações”, diz o músico Jaques Morelenbaum sobre a Residência Família Morelenbaum.
A Serrinha funciona ativamente o ano inteiro como um espaço multicultural. Acolhe atividades como o Cine Drive-in Rural, imersões e retiros, escolas de criatividade, seminários de ioga, experiências ambientais e artísticas, vivências ligadas ao corpo e ao convívio com a natureza. O próximo festival está marcado para setembro deste ano.
