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Texto e fotos Victor Collor
Existe algo profundamente simbólico em escrever à mão. Não apenas pelo gesto em si — o deslizar da caneta no papel, o tempo que exige, o corpo que participa, ainda mais pela pausa tão necessária nos dias de hoje. Tudo isso nos convida à introspecção. Foi com esse espírito que embarquei, literalmente, na mais recente experiência imersiva promovida pela Montblanc. A bordo de um trem saindo da Milano Centrale com destino à estação Squadra Rialzo Milano, em uma viagem de trem imaginada por Wes Anderson e suas cores características. A jornada conduziu não apenas a um evento, mas a um universo no qual a escrita e a criatividade são tanto o destino quanto o caminho. Afinal, o que vale é a jornada entre os pontos.
A ocasião era o lançamento do curta-metragem Let’s Write, o segundo capítulo da colaboração entre a centenária marca alemã e o diretor Wes Anderson. E, como tudo o que leva sua assinatura, o filme não é apenas uma narrativa, mas uma composição visual rica, com toques de humor e reflexões sobre o ato de escrever como metáfora para o autoconhecimento. Ao lado de Rupert Friend, Michael Cera e do próprio Anderson, os personagens atravessam paisagens oníricas em busca de inspiração — ou talvez apenas de silêncio.
A Estação Montblanc, montada em uma ala histórica da Estação Central de Milão, foi transformada em um saguão de embarque imaginário, com painéis, bagagens e iluminação que evocavam o universo estético do curta. Era como estar dentro de uma cena dirigida por Anderson — só que com taças de espumante, flashes e convidados de muitos lugares do planeta. Entre eles estavam embaixadores globais da marca, como Daniel Brühl e Joey King, e o codiretor Roman Coppola, parceiro habitual de Anderson. Para mim, como fotógrafo, o cenário estava pronto sem pôr nem tirar.
Após a exibição do filme da campanha, algo que ninguém esperava veio à tona: a primeira apresentação de moda da Montblanc. Os modelos emergiram dos vagões ao som de uma música dramática, usando jaquetas de couro que reimaginam, em forma e função, a escrivaninha do escritor com bolsos para os icônicos tinteiros, cadernos, costuras inspiradas em folhas pautadas e tudo que envolve o universo da escrita. Criadas por Marco Tomasetta, diretor artístico da Montblanc, as peças integram uma coleção cápsula que faz da escrita algo que possa ser usado no dia a dia, também apresentado nos novos modelos de bolsa e malas de couro da marca.
Não é coincidência. Desde sua chegada à maison, em 2021, Tomasetta mergulhou nos arquivos da marca e se debruçou sobre a simbologia da escrivaninha como um lugar de criação e contemplação. Essa atenção ao detalhe — que não é apenas visual, mas conceitual — faz da coleção algo mais do que apenas moda. É uma declaração: escrever continua sendo relevante, necessário e belo.
Ao caminhar entre os vagões e os convidados, percebi que a Montblanc não está interessada apenas em vender produtos, mas em criar narrativas. Está nos lembrando de que a escrita tem poder — não apenas para registrar o mundo, mas para imaginá-lo de outro jeito. Isso fica evidente em todo o projeto da campanha Let’s Write. Além do filme e do desfile, ela inclui fotos assinadas por Charlie Gray e uma nova linha de produtos que parecem saídos do cenário do curta: a bolsa Writing Traveler, a caneta-tinteiro Schreiberling (projetada por Anderson) e até um relógio de bolso, que leva a assinatura Minerva, uma marca suíça que foi incorporada pela Montblanc.
Essa seja talvez a maior ousadia da marca. Em vez de seguir o roteiro previsível das campanhas de luxo, ela aposta em poesia, arte e humor. Stephanie Radl, diretora de comunicação da Montblanc, resumiu bem a proposta: “Queremos inspirar a criatividade em todas as suas formas e encontrar novas maneiras de contar histórias”.
Na era dos algoritmos e da velocidade, o convite para desacelerar, escrever e imaginar não poderia ser mais atual. Ao deixar a estação naquela noite — ainda com a trilha e toda aquela fotografia —, senti que havia vivido algo único. Não um evento, mas um parágrafo inteiro de uma história que ainda está sendo escrita por todos nós… com caneta, papel e presença.






























































































































































