Istambul

As aventuras de conhecer a Europa e a Ásia numa viagem só – e comprovar que os turcos são ótimos vendedores

Estive em Istambul, pela primeira vez na vida, em 2013. Eram três dias de um summit do McCann Worldgroup e eu, como sócio da WMcCann no Brasil, não podia faltar.

Gostei do hotel, o Ritz-Carlton, da magnífica comida turca que eu já conhecia um pouco, mas não tive tempo de conhecer a cidade. Foram três dias de trabalho intenso, com direito a uma pequena parada, para uma visita a uma mesquita. Saí de Istambul curioso.

Em 2019, fui convidado para assistir à final da Champions League que aconteceria em Istambul, em maio de 2020. Imediatamente comprei as passagens de Londres para Istambul e reservei o hotel para aquele espetacular fim de semana – uma final da Champions League, sem passagens e hotel comprados com um mínimo de seis meses de antecedência é praticamente impossível. O plano era irmos eu, minha mulher Patricia e meus filhos gêmeos, Antônia e Theo.

No início de 2020, a covid-19 se acelerou e a final da Champions League em Istambul, com estádio lotado, foi transferida para a cidade do Porto, com estádio vazio.

Sobraram no meu colo as mais caras passagens de avião e o mais caro fim de semana em um dos maiores e mais luxuosos hotéis daquela cidade: o Raffles. Normal que isso aconteça. Nas finais da Champions os preços se multiplicam por cinco ou seis vezes. O número de voos é ampliado e os hotéis ficam superlotados. Seis meses antes, só tinha disponibilidade no Raffles.

Em setembro de 2020, com as perspectivas de melhoras da covid-19, resolvemos aproveitar as passagens e o hotel já pagos para visitar Istambul por três dias. Acrescentamos a essa viagem os magníficos serviços da experiente guia Gonka Kaya.

Graças a ela, em três dias viramos Istambul de cabeça pra baixo. Passeamos de barco pelo Bósforo, aprendendo sobre o lado europeu e o lado asiático, visitamos o palácio Dolmabahçe e almoçamos no Bazar das Especiarias. Jantamos no restaurante Spago, que, por sinal, é melhor do que o Spago de Los Angeles, visitamos a Mesquita Azul, o palácio de Topkapi e estivemos no Grande Bazar. Jantamos no Sunset Grill & Bar, com boa comida, gente bonita e música de alta qualidade.

Consumimos produtos típicos como o chá preto, a bebida nacional da Turquia; manti, uma espécie de ravióli recheado com carne, molho de iogurte e especiarias, e saboreamos o lokum, uma das sobremesas turcas mais icônicas, feita com pistache, nozes e frutas.

Ficamos só de sexta a domingo em Istambul porque tínhamos compromissos de trabalho e escola já na segunda-feira, mas se não fosse isso, ficaríamos por lá, tranquilamente, uns dez dias.

A cidade é uma mistura de várias capitais do mundo, incluindo pedaços que lembram o centrão de São Paulo, o Rio de Janeiro à beira-mar, o Pelourinho em Salvador e Nova York com sua diversidade.

Detalhe surpreendente: quando voltamos pra Londres, fomos comunicados pela Turkish Airlines e pelo hotel Raffles que íamos receber um dinheiro de volta porque havíamos pago o valor de um fim de semana da Champions League e usado em um fim de semana de baixa temporada. E recebemos mesmo.

O que só reforça a fama que os turcos têm, de serem ótimos vendedores.

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