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“Nos campos de cima da serra, quando a chuva cai, as dezenas de riachos, córregos e nascentes vão se unindo, até que em instantes os pequenos rios se transformam, por alguns momentos, em fortes mananciais de água que vão derrubando e levando o que encontram pela frente.” Palavras do escritor gaúcho Andre Saut, presentes no conto “Não creio em minorias”, que desenham, de imediato, um cenário imaginário, porém fiel às paisagens reais da região, no extremo nordeste do Rio Grande do Sul, divisa com Santa Catarina.
Independentemente dos rumos que o conto toma, a descrição cria uma boa inspiração para quem pretende estar, de fato, em Campos de Cima da Serra, com panoramas seguramente mais vívidos, pontilhados com pelo menos 127 quedas-d‘água mapeadas, rios, lajeados, cânions e matas, entre uma infinidade de outras características geográficas privilegiadas. Um dos pontos literalmente culminantes do relevo local fica a 1.403 metros de altitude: o Pico do Monte Negro, o mais alto (e frio) do Rio Grande do Sul. Ao lado, fica o cânion homônimo, o mais visitado entre os oito desfiladeiros nos limites da pequena São José dos Ausentes, com seus 3.300 habitantes, um dos pontos de partida para visitar as duas atrações turísticas.
Até o Monte Negro, são 42 km de distância, a partir do centro da cidade. De carro, é preciso seguir até o distrito de Silveira (a 21 km do cânion), seguindo as placas indicativas, por uma estrada tranquila de dirigir. A partir de Silveira, o caminho é de terra batida e cascalho. O trajeto de carro termina bem próximo ao cânion, a apenas 700 metros do início do penhasco, cumpridos com uma caminhada fácil.
Chegar é deparar com a interrupção abrupta do solo à beira de uma profundidade de 700 metros. São 4 km de extensão e um entorno de grandiosidade imensurável. Para aproveitar ao máximo o visual, a dica é chegar de manhã cedo, quando ainda não há neblina e a vista pode se estender até o litoral sul de Santa Catarina. O cânion, aliás, se divide entre os dois estados, com sua base na cidade catarinense de Morro Grande e o topo na gaúcha São José dos Ausentes. Há quem chegue e resolva encarar a subida ao topo do Pico do Monte Negro: cerca de 100 metros de altura, acessíveis por meio de uma trilha a pé que corta a floresta, algo como 10 minutos de subida.
A recompensa, em dias limpos, é extraordinária: dali é possível avistar a cidade litorânea de Torres (RS) e um livro aguarda a assinatura e o relato da experiência por quem consegue chegar ali.
Além do cânion de Monte Negro, há outros sete desfiladeiros nos limites de Campos de Cima da Serra, quatro deles com acesso pela Estrada Chapada Bonita –– caso dos cânions de Realengo, do Encerra (também conhecido como Amola Faca), Boa Vista e Tabuleiro. Já pela Estrada Geral Montenegro se acessam os cânions das Tigras, Cruzinha, Chiqueiro e Monte Negro. Entre eles, as fazendas e outros atrativos naturais, as estradas de terra fazem a alegria dos adeptos do off-road. Praticantes de ciclismo, canionismo, trekking e cavalgadas também encontram por aqui condições ideais para explorar os cenários naturais.
Fazenda Potreirinhos
Ao transitar pelo distrito de Silveira, pergunte pela Fazenda Potreirinhos, que dá acesso aos rios Silveira e Divisa – a distância da sede até a margem dos rios rende uma caminhada de 10 minutos, em média. O relevo, aqui, é curioso. Os dois rios correm paralelos, em direção oposta, sem se encontrar: são divididos por um monte com respeitáveis paredões de pedra. O desnível entre ambos tem 18 metros, e quando a temporada é de chuva, o rio de cima faz transbordar a água para o rio que corre embaixo, formando corredeiras.
A Fazenda Potreirinhos, aliás, abriga uma das pousadas mais tradicionais da região – a hospedagem em fazendas é a mais comum em Campos de Cima da Serra, porque proporciona o contato mais autêntico com o povo e a cultura locais. Mobiliário, instalações, em geral é tudo muito simples e típico, com o luxo logo ali, do lado de fora das cabanas: estar em contato direto com a natureza, sentir o perfume das florestas, alimentar os animais, provar os sabores genuínos da culinária serrana.
No caso da Potreirinhos, a proposta é a imersão na cultura da Serra Gaúcha. Com seis quartos e duas cabanas, o lugar inclui na diária pensão completa, além de trilhas e caminhadas até o Desnível dos Rios e o Cachoeirão dos Rodrigues. Este último fica dentro de uma outra propriedade privada, de mesmo nome, a 3,5 km da sede da Potreirinhos. O trajeto a pé leva cerca de 50 minutos. A queda-d’água de 28 metros de altura está entre os pontos mais visitados de Campos de Cima da Serra e impressiona pela robustez, suficiente para formar uma cortina branca que ao desaguar forma uma piscina natural.
Sabores seculares
Os pratos e produtos típicos locais são resultado da combinação de múltiplas culturas: gaúcha, italiana, alemã, herança dos colonizadores açorianos, indígenas e tropeiros. O fogão à lenha está sempre em atividade, com pratos de encher os olhos na chapa: truta, paçoca com pinhão, salames, geleias, além dos clássicos arroz de carreteiro, churrasco e o café colonial.
Mas a estrela culinária de Campos de Cima da Serra é seu queijo artesanal, um dos mais antigos do Brasil. Diferentemente do processo de fabricação do queijo colonial, que utiliza leite pasteurizado, o Queijo Artesanal Serrano é preparado com leite cru, logo depois da ordenha, com maturação mínima de 60 dias. Detalhe: o leite é o do gado da própria família produtora, nunca adquirido de terceiros, o que confere características únicas a cada peça.
A receita é transmitida de geração para geração desde o século 18, época da chegada dos portugueses vindos do arquipélago dos Açores, que deram início ao povoamento da região. Na época, a produção era desenvolvida a partir do leite ordenhado do gado xucro deixado pelos jesuítas. Hoje, quando preparado genuinamente, o queijo serrano tem como matéria-prima o leite do “gado crioulo”, composto por raças de corte antigas, crioula lageana ou franqueira, que se alimenta apenas com pastagem do campo. E a diferença é sentida na textura, sutilmente amanteigada, no aroma e no sabor acentuados.
Por tantas qualidades e por estar intimamente ligado à cultura e ao povo de Campos de Cima da Serra, o Queijo Artesanal Serrano foi o primeiro queijo brasileiro a obter Indicação Geográfica (IG) como Denominação de Origem (DO). Esse status valoriza diretamente a produção do laticínio em 16 cidades gaúchas e 18 catarinenses.
Somente em São José dos Ausentes se concentram 150 produtores, com duas agroindústrias formalizadas. Para degustá-lo, a dica é visitar a Fazenda Rincão Comprido, na comunidade do Chapadão, em Silveira, a 26 km do centro de Ausentes. Peça para provar o premiado Queijo Artesanal Serrano com 120 dias de maturação.
O leite recém-ordenhado produz outra especialidade muito famosa na região, o camargo. Trata-se de uma mistura de café preto bem quente com o leite tirado da vaca, apontando diretamente para uma xícara esmaltada. É servido ainda espumando, transbordando. Se é forte? E como! A bem da verdade, nem todo visitante encara a bebida. Mas o camargo está entre as maiores armas locais para combater o frio rigoroso do inverno em Campos de Cima da Serra, além de proporcionar o benefício ímpar de reunir as pessoas – família, vizinhos, colegas de trabalho no campo –, cedo da manhã, em torno de um alimento.
Os visitantes podem experimentar o sabor do camargo na Fazenda Montenegro, que como tantas outras em Campos de Cima da Serra, abriga uma pousada homônima. O lugar fica a 3,7 km do Pico Monte Negro, a 10 minutos de carro do pico e do cânion de mesmo nome.
Quem se hospeda em uma das seis suítes na casa-sede original – que soma três décadas de história – ou em algum dos chalés do outro lado do lago, tem a oportunidade de vivenciar a lida no campo e participar das atividades diárias. A fazenda, que também produz o Queijo Artesanal Serrano e outras especialidades como a linguiça de pinhão, tem um galpão que homenageia as tradições locais, desde móveis produzidos com madeira de araucária até o restaurante, onde é servido o churrasco campeiro.
Por conta do isolamento de Ausentes, com muitas de suas referências turísticas bastante espaçadas entre si, e a 245 km de Porto Alegre, há quem diga que o lugar fica “no meio do nada”. Mas depois dessa imersão na essência da cultura e do povo da região, o conceito de “nada” pode ganhar outro sentido.
Clique aqui para ler a matéria na íntegra na edição 07 da Revista UNQUIET.
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O Parador procura gerar a menor quantidade de lixo plástico possível, por isso, os amenities ficam em dispensers fixos nos quartos.
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Valorização e capacitação de mão de obra local.
Insumos da cozinha são fornecidos por pequenos produtores locais, dando preferência aos produtos orgânicos.