Gastronomia na China, por Fabio Porchat

Uma nova realidade, cheia de descobertas, costumes e valores, vai fazer você entender – e se apaixonar – pelo outro lado do mundo

O outro lado do mundo… Uma vez na China, você percebe que essa frase depende muito do ponto de vista. Ao pousar em Pequim, o outro lado do mundo virou o Rio de Janeiro. Em termos geográficos, lógico, mas também culturalmente. A China é uma potência, um império que já dura milhares de anos, e o que acontece por lá tende a não viajar e desembarcar desse outro lado do mundo chamado Brasil. São poucas as nações de tamanho maior que a nossa. Muitas vezes, falamos por aqui que temos um país de proporções continentais, que cada região tem sua própria cultura, sotaque, comida, belezas naturais. Seria cômico se um estrangeiro dissesse pra você: “Claro que eu conheço o Brasil. Já fui a São Paulo e Curitiba”. Amigo, pra conhecer o Brasil você precisa, no mínimo, de um ano. E, ainda sim, vai faltar coisa.

Pois lá estava eu em Pequim, a “São Paulo deles”, pensando: pra conhecer a China, eu preciso de uma vida! E já adianto que 90% de tudo o que chega pra nós de informação não tem sentido, lógica ou contato com a realidade atual. Medo, preconceito, dúvidas? Pode deixar tudo isso na sala de embarque de Guarulhos e viaje de cabeça aberta. Não crie expectativas pelo que você ouviu dizer e forme sua opinião por lá! 

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Benefícios Exclusivos UNQUIET: The Opposite House, The Middle House, Regent Hong Kong, China

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The Opposite House

Benefício: Surpresa gastronômica preparada pelo restaurante do hotel de boas vindas; Early Check-in e Late Check-out, de acordo com a disponibilidade, para leitores da UNQUIET.

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  • Validade: Novembro de 2025

thehousecollective.com/the-opposite-house

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The Middle House

Benefício: Drink e experiência gastronômica preparada pelo restaurante do hotel de boas vindas; Early Check-in e Late Check-out, de acordo com a disponibilidade, para leitores da UNQUIET.

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  • Validade: Novembro de 2025

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Regent Hong Kong

Benefício: Check-in prioritário, Early Check-in e Late Check-out, de acordo com a disponibilidade; roteiros gastronômicos curados pelos concierges do hotel para leitores UNQUIET.

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  • Validade: Novembro de 2025

hongkong.regenthotels.com

Viagem à China: o intenso movimento no mercado noturno de Donghuamen
O intenso movimento no mercado noturno de Donghuamen | Foto: Getty

Falha de comunicação

Tudo na China é monumental. Dos templos às ruas, da população ao trânsito. Curiosamente, apesar do seu mais de 1 bilhão de habitantes, em nenhum momento me senti tomado pela multidão. Tudo é muito organizado, funcional e dentro das regras. Não quero debater neste artigo os porquês políticos disso. Só quero relatar aquilo que senti. A insegurança é algo que nem passa pela cabeça de quem caminha nas ruas chinesas. A maior dificuldade que você vai encontrar é em se comunicar. E até mesmo as mímicas a que estamos acostumados não encontram eco naquele povo. Baixe qualquer aplicativo de tradução em seu celular para uma comunicação mínima. Celular pega e pega muito bem. Você consegue acessar tudo.

O povo chinês (pelo menos nos grandes centros que visitei) é um povo receptivo. Ele se esforça pra nos ajudar, pra você se sentir bem nas terras deles. Tenta de todas as formas entender o que você quer falar ou mostrar. Foram 20 dias de muitas descobertas, muitas desventuras e muita caminhada. Muita. Lá tudo é longe. Uma volta no quarteirão leva meia hora. De bicicleta. Prepare suas pernas! Mesmo que no mapa pareça perto, eu garanto: é longe. O que quer que seja. É sempre necessário um táxi.

+ Leia outros roteiros gastronômicos publicados na UNQUIET

Yi Long Court por Fabio Porchat
Prato do estrelado Yi Long Court, destaque na cena gastronômica de Shangai
Shangai por Fabio Porchat
Impressionantes arranha-céus marcam a paisagem de Shangai | Foto: iStock

Tudo novo 

Nossa primeira morada foi o delicioso The Opposite House, em Pequim. O hotel é novinho em folha, com design premiado e restaurantes estrelados, entre eles o badalado Jing Yaa Tang, de cozinha tradicional cantonesa servida em versão moderna e o italiano Frasca, super charmoso. Localizado ao lado de um polo de lojas e restaurantes, foi o lugar perfeito para começar a viagem. Se quiser comer bem, uma boa dica é o tradicional Dadong: um dos mais reconhecidos restaurantes de Pequim, famoso pelo seu pato de Pequim, repetidamente citado entre os melhores do mundo pela crítica especializada.

Se quiser estrelas Michelin, o Xi Rong Ji é elegante e descolado e tem o menu dedicado à cozinha cantonesa, com destaque para o ensopado de pato com peixe e taro, além de outras especialidades do Mar Oriental. 

Os primeiros dois dias na China são fundamentais para nos ambientarmos nesse “novo planeta”. Tudo é diferente do que você está acostumado. Locomoção, pagamento, cartão, comunicação, hábitos, dia a dia. Almocei no próprio hotel e saí para visitar o Palácio de Verão por conta própria.

Dica: não faça nada com pressa. A pressa é inimiga da locomoção naquelas bandas. O que na Europa você conseguiria fazer em dois dias de passeio, aqui você precisa de cinco. Contratei um guia e recomendo fortemente que, pelo menos nos três primeiros dias de viagem, você pegue também alguém que explique esse novo mundo que se abre à sua frente.

Restaurantes na China por Fabio Porchat
Preparo de teppanyaki, em Taiwan, uma das especialidades da cozinha local | Foto: iStock
Gastronomia na China por Fabio Porchat
Um outro prato do estrelado Yi Long Court
Gastronomia na China por Fabio Porchat
O edifício do Regent Taipei

Comida chinesa de verdade

Sabe aquela comida chinesa que você comeu no Brasil? Sinto dizer que nem é comida e nem é chinesa. Impressionante como o que se come lá é uma coisa completamente distinta daquilo que se vende no Brasil como comida chinesa. Outros sabores, outros ingredientes, outros pratos.

Há restaurantes premiados deliciosos e barraquinhas de rua imperdíveis. O famoso pato de Pequim é o mais parecido em termos de sabor com o que temos por terras brasileiras. Mas o próprio molho agridoce, presente em qualquer prato que pedimos em restaurantes nossos, não vi em nenhum prato por lá.

Fato curioso: foi o único lugar no mundo que vi comerem coração de frango nas quantidades que comemos no Brasil, e não como uma iguaria. Andar pelas ruas e parar em cada barraquinha para entender o que está à venda é um highlight. Faz toda a diferença provar o que se come no dia a dia. Muita fritura, mas muito legumes, muitas verduras e o melhor porco da minha vida. 

Xangai é bem mais comercial. Prédios e mais prédios. Principais atrações turísticas? Prédios. Altíssimos, moderníssimos, iluminadíssimos e lindíssimos. Na China, tudo é superlativo.

O Midlle House Hotel foi um novo acerto. Acolhedor e repleto de restaurantes, é meio que um epicentro gastronômico da cidade, já que abriga restaurantes da moda, caso do italiano Frasca (o mesmo de Pequim) e o Sui Tang Li, um afamado chinês contemporâneo, que mistura influências cantonesas, sichuanesas e xangainesas em sua cozinha. 

Fabio Porchat detalha seu roteiro gastronômico na China
O tradicional bao, pão chinês cozido no vapor | Foto: iStock

Todo staff dos hotéis em que fiquei por lá fazia de tudo para que me sentisse em casa e facilitava qualquer tipo de serviço para o turista, justamente para ninguém se perder. Zelosos, eles fazem de tudo para que a sua experiência seja a melhor possível. Eu estava com dificuldades para comprar ingressos para a Disney (sim, há uma Disney na China) e eles passaram o dia tentando resolver o problema ‒ que se mostrou bastante complexo, inclusive. A maior parte dos turistas na China é de chineses. Pós-pandemia, então, houve uma queda muito grande. Para as reservas de restaurantes, nada melhor do que pedir para os próprios chineses ligarem e reservarem. Seu concierge com certeza vai conseguir uma reserva para você. 

Há comida de todos os tipos. Estamos falando de cidades cosmopolitas. Enormes todas são, e conectadas com o que de mais moderno existe pelo mundo afora. Esqueça a tal da China comunista!

Estamos falando de um lugar que tem Apple, McDonald’s e StarBucks em tudo que é canto. Se quiser um Michelin em Xangai, também há (várias) boas opções: uma delas, o Yi Long Court, revisita as cozinhas chinesa e cantonesa clássicas com uma leitura moderna, servindo pratos que misturam sabores antagônicos, caso da costela de porco picante com capim-santo. 

A minha experiência foi encantadora. Com o povo, com os templos, com a cultura, com a comida e com uma realidade distante de tudo o que eu já havia conjecturado a respeito do país. 

A China com outra face 

Em Hong Kong, pude experimentar uma China que não é China, mas que é China. Ou será, em algumas décadas. Uma China ocidentalizada, para simplificar. Cheia de luzes e cores, à margem de um rio, o que deixa tudo ainda mais potente.

O Regent Hong Kong é um hotel com uma vista dos sonhos. A cidade à noite é a cena de um filme, uma pintura contemporânea, e ter essa cena pela “tela” da sua janela não tem preço. Quer dizer, até tem, mas vale a pena.

Bastante movimentada e pulsando energia, ali o ocidental pode entrar sem visto e as compras atraem ainda mais a atenção de quem quer sentir um pouco da China sem ter que fazer todo o trâmite para entrar no continente. Pude mergulhar em realidades muito diferentes sobre um mesmo país numa mesma viagem. 

O Regent Hong Kong, aliás, se define como um dining destination, ou seja, nem é preciso sair dele para comer, e comer muito bem. Tem, claro, um cantonês, o estrelado e superpremiado Lai Ching Heen, o elegante The Steak House, uma filial do Nobu e outros bares e restaurantes, todos com vista de fazer cair o queixo. Se quiser outro restaurante com uma bela vista para o skyline da cidade, o Aqua fica no 29º andar de um edifício com vistas privilegiadas para os arranha-céus e a baía. Da cozinha saem pratos da moderna culinária oriental, como o wagyu beef tataki.

Gastronomia na China por Fabio Porchat
O Regent Hong Kong sobre a baía
Um dos quartos do Regent Hong Kong
Ilustração: Antônio Tavares

Enfim, Taiwan

Meu último destino foi Taiwan, aquela China que resistiu à Revolução Chinesa, em 1949.

Será?

O monumento em homenagem àquele que combateu Mao e foi exilado por lá é impressionante. Duas visões antagônicas de uma mesma história. Como é bom poder viver pontos de vista diferentes.

O Regent Taipei é bem localizado, no coração da capital, e um templo gastronômico. Sim, há igualmente uma infinidade de restaurantes, distribuídos pelos pisos do enorme hotel, entre eles o japonês Mihan Honke (um charme), o cantonês Lan Ting, o contemporâneo Azie e outras opções, entre bares, cafés, um grill de teppanyaki, um omakase e muitos mais.

Vá à China! Com tempo e livre de pensamentos moldados com base em achismos. Vá à China. E descubra lá que o seu lado do mundo é só uma pequena parte de um planeta muito diverso. O lado de lá vai abrir a sua cabeça. Que maravilha é este mundo cheio de lados!

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SUSTENTABILIDADE

Ações de conservação do meio ambiente e ações sociais

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The Middle House

  • Green Kitchen Initiative: Uma iniciativa colaborativa em todo o grupo, com o objetivo de garantir que nossas cozinhas e espaços de restaurantes sejam projetados para operar da maneira mais sustentável possível.
  • Educação e Engajamento: Nossos chefs compartilham com a próxima geração o conceito da Green Kitchen e as ações que estamos implementando para garantir um futuro mais verde!
  • Experiências Ecológicas
    Do momento em que um carro híbrido o recebe no aeroporto até o uso de bicicletas de cortesia e cafés da manhã feitos sob encomenda, que minimizam o desperdício de alimentos em vez de oferecer bufês – estamos constantemente buscando novas formas de agir de maneira ecológica. Nossos produtos de cuidados corporais nos quartos são orgânicos, e o spa Mi Xun utiliza produtos de origem sustentável. Além disso, apoiamos a marca local e sustentável In Sharks We Trust, que cria trajes de banho a partir de redes de pesca recicladas.
  • Trabalho com Produtores Locais
    Apoiamos comunidades rurais e promovemos práticas agrícolas sustentáveis ao colaborar com fazendeiros e fornecedores locais para a aquisição de ingredientes e produtos.
  • Redução da Pegada de Carbono
    O design do The Middle House foi desenvolvido para minimizar o impacto ambiental. Utilizamos um sistema de reaproveitamento de água para descarga dos vasos sanitários, aquecimento solar de água na cozinha e lâmpadas LED por toda a propriedade. Além de eliminar canudos e agitadores de plástico em nossos restaurantes e bares, estamos implementando um programa de reciclagem de resíduos no complexo em parceria com a gerência do HKRI, o que contribui para a geração de eletricidade renovável.

thehousecollective.com/the-middle-house/sustainability

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Regent Hong Kong

A Regent Hong Kong está profundamente comprometida com uma série de iniciativas essenciais para promover a sustentabilidade e a responsabilidade ambiental e social:

  • Nomeação de um Coordenador EarthCheck e de um Gerente de Segurança Alimentar e Meio Ambiente internos, que trabalharão de forma colaborativa com o Comitê ESG, assegurando o contínuo desempenho ambiental e a implementação de medidas sustentáveis.
  • Busca pela melhoria contínua em práticas ambientais e sociais, por meio de avaliações anuais, benchmarking e adesão ao sistema de gestão ambiental aprovado pela EarthCheck.
  • Garantia de conformidade com a legislação e regulamentos aplicáveis, além de adotar as melhores práticas internacionais em Gestão Ambiental.
  • Envolvimento de funcionários, clientes, partes interessadas e parceiros da comunidade, promovendo e defendendo iniciativas de proteção ambiental.
  • Prioridade no uso de produtos e serviços de origem local e sustentável, apoio a empresas locais e defesa do comércio justo.
  • Cumprimento rigoroso das leis trabalhistas locais, com ênfase no incentivo ao emprego de moradores da região.
  • Oferecimento de treinamento e recursos abrangentes à equipe, com o objetivo de alcançar as metas ambientais e sociais estabelecidas.
  • Participação no programa Green Engage, desenvolvido pelo IHG, para aprimorar as práticas de sustentabilidade e reduzir os custos relacionados ao consumo de energia.
  • Oferta de opções sustentáveis de frutos do mar aos hóspedes e a decisão consciente de remover a barbatana de tubarão do cardápio, em apoio à conservação marinha.

hongkong.regenthotels.com/esg-policy

Clique aqui para ler a matéria na edição 17 da Revista UNQUIET.

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