De bike pelo sul da Bretanha

André Fischer divide sua jornada solitária e de reconexão em um roteiro bucólico, gastronômico e emotivo

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Depois de uma semana intensa, com trabalho de dia e diversão no Marais à noite, fui recarregar as energias em Morbihan, uma região muito particular do sul da Bretanha e também LGBTQIAPN+ friendly. A estratégia neste roteiro de bike pelo sul da Bretanha foi a mesma que uso sempre que pedalo pela França: começo pela escolha de uma cidade a menos de três horas de TGV de Paris (e que tenha uma boa rede de voies vertes, as ciclovias em plena natureza). Lá alugo uma bike por três ou quatro dias e parto, pedalando entre 60 e 90 km por dia. Um momento de desconexão, sem fones de ouvido e usando o celular durante o dia apenas para consultar mapas e informações do caminho. Os aplicativos se conectam com a turma local, sempre aberta a acolher os visitantes ‒ especialmente nós, brasileiros.

Nesses roteiros, busco regiões planas, paisagens bucólicas e o melhor da gastronomia francesa. Vannes, a capital do departamento de Morbihan, dessa vez escolhida como base, é um tesouro medieval, com muralhas, vielas e portões que parecem saídos de um conto de fadas. A gastronomia da região é conhecida pelos frutos do mar, cidras e galettes de sarraceno.

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De bike pelo Sul da Bretanha, a charmosa Vannes
Casas coloridas decoram a charmosa Vannes, um dos muitos vilarejos de Mobihan | Foto: Getty
De bike pelo Sul da Bretanha, a vista sobre o Golfo de Mobihan, em Conleau
Vista sobre o Golfo de Mobihan, em Conleau | Foto: Getty
De bike pelo Sul da Bretanha, na pequena Rochefort-en-Terre
Uma das ruelas da pequena Rochefort-en-Terre | Foto: Getty
André Fischer divide sua jornada solitária e de reconexão em um roteiro bucólico, gastronômico e emotivo
Ilustração: Antônio Tavares

No primeiro dia, peguei cedo a bike e segui pelo canal do Rio Marle, que leva ao Golfo de Morbihan, em direção a Port Blanc, passando pelo antigo Moulin de Pomper. Dali para Bono, onde atravessei a supercharmosa Ponte Velha e cheguei ao pequeno porto de St. Goustain, onde almocei no estrelado P’tit Goustan. Descobri em uma placa que ali desembarcou Benjamin Franklin, na primeira missão diplomática semanas após a independência dos EUA. Segui em direção a St. Anne d’Auray, de onde sai uma voie verte até Vannes, com trechos sobre deques de madeira e vistas de fazer cair o queixo.

No dia seguinte, parti de trem com a bike até Questembert, onde é possível viajar em uma das mais famosas ciclovias da França, construída sobre uma antiga linha de trem. No caminho, passei pelas lindas Pleucadec, Pluherlin e a minúscula Rochefort-en-Terre, um vilarejo reconhecido como um dos lugares mais charmosos do país, repleto de restaurantes estrelados e cafés.

O último dia do roteiro foi dedicado a Vannes: uma pedalada pelo parque ecológico, com pequenas praias à beira do golfo, a Place des Lices e seu mercado cheio de vida, o castelo, com muralhas e jardins perfeitos, à beira do rio, e a majestosa Catedral de Saint Pierre, que levou 600 anos para ser concluída.  

Matéria publicada na edição 16 da Revista UNQUIET.

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