“É hora de agir. O que fazemos hoje é pouco, um sussurro, não um grito. Os próximos dez anos talvez sejam os mais cruciais dos próximos 10 mil”
Como avó, ela tem histórias de sobra para contar aos netos. A começar por seu recorde, ainda não superado. A façanha aconteceu em 1979, no Havaí. Num escafandro metálico articulado, Sylvia Earle desceu, amarrada a um pequeno submarino, a 385 metros de profundidade. Soltou-se e caminhou, livre de qualquer amarra, por duas horas e meia no fundo do Pacífico. A proeza rendeu-lhe o apelido de “Sua Profundeza”. Aos 87 anos, a bióloga marinha mais conhecida nos círculos científicos tem uma crença: “A água é a chave para a vida”. Sylvia já chefiou centenas de expedições e passou mais de 10 mil horas embaixo d’água. Preocupada com a frágil relação entre os homens e a vida marinha, ela diz: “Quando o mar está doente, você sente na hora – se ele morre, nós morremos”. Sylvia Earle admite porém que as horas gastas embaixo d’água contribuíram, e muito, para seus três divórcios. “Na verdade, sou casada com o mar”, explica. “E ele nunca me decepcionou.”