A Pinacoteca de São Paulo, uma das instituições culturais mais queridas da capital paulista, ganha um novo espaço a partir deste sábado, 4 de março, com a inauguração da Pinacoteca Contemporânea. O novo edifício integrado ao Parque da Luz se junta ao conjunto arquitetônico já formado pela Pinacoteca Luz e Pinacoteca Estação.
Atualmente, a Pinacoteca de São Paulo possui um acervo de aproximadamente 11 mil itens, abrangendo a produção artística brasileira do século XIX até a contemporaneidade. No entanto, parte das esculturas e instalações encontravam limites para serem expostas nos outros prédios devido a grandes dimensões. Esse foi um dos motivos que levou à criação do novo espaço, proporcionando ao público a chance de ver obras nunca antes expostas.
Projetada de forma sustentável e inclusiva, em diálogo com o entorno, com áreas abertas e ligação direta ao centenário Parque da Luz, a Pina Contemporânea nasce com o desejo de que mais pessoas descubram a arte.
Encontro das arquiteturas paulistas na Pina Contemporânea
Em contraste ao emblemático prédio de tijolos do prédio da Pina Luz, a Pina Contemporânea exibe um edifício mais inclusivo, resultado de um encontro das arquiteturas paulistas.
No terreno outrora ocupado por uma escola, o projeto assinado pelos Arquitetos Associados manteve dois blocos de edifícios já existentes – um mais antigo, atribuído ao escritório de Ramos de Azevedo, e outro da década de 1950, de autoria do arquiteto Hélio Duarte. Esses dois blocos são conectados pela grande praça pública, que faz uma referência à Pina da Luz por meio de sua claraboia com acabamento em madeira. Além das duas galerias de exposições, a Praça foi concebida para receber eventos de diferentes linguagens. Dois ateliês para atividades educativas, uma loja do museu, uma cafeteria situada no mezanino e a biblioteca, especializa em arte brasileira, completam o projeto.
Exposições inaugurais
A Grande Galeria, principal sala expositiva da Pinacoteca Contemporânea, recebe a mostra Chão da praça: obras do acervo da Pinacoteca. Com coordenação curatorial de Ana Maria Maia, curadora chefe da Pinacoteca, e Yuri Quevedo, a exposição reúne 60 obras do acervo de arte contemporânea, trazendo uma grande diversidade de artistas, pertencentes a diferentes gerações, perfis identitários, regiões do país e circuitos de produção. A exposição traz obras de artistas como Daiara Tukano, Djanira, Emanoel Araújo, Lúcia Laguna, Lygia Reinach, Rosana Paulino, entre outros. Em diálogo com a mostra, a obra Tríade Trindade (2001), trabalho de escala monumental do artista Tunga, fica em exibição na grande praça.
A missão da Pina é divulgar a arte brasileira em diálogo com outras culturas do mundo e, para a Galeria Praça, montou a primeira grande exposição da artista sul-coreana Haegue Yang (1971) na América Latina. Com curadoria de Jochen Volz, diretor geral da Pinacoteca de São Paulo, a mostra Quase Coloquial reflete sobre descolamentos geográficos por meio de cinco grupos de trabalhos distintos, em suportes diversos, incluindo escultura, instalação, colagem, papel e escrita. Dentre as obras, “Alien Colloquial” (Estrangeiro Coloquial), composta por grandes colagens abstratas, foi produzida especialmente para esta exposição.